Quando percebi, e antes mesmo que eu retornasse a minha consciência, me deparei com uma pequena lembrança de nós, ela estava um pouco fria, meio morta, de pedaços meios soltos no ar, as folhas e os tecidos já não eram como antes, o toque não me afetava mais, a profundidade e o cheiro daquele passado pareciam estar realmente no passado, foi quando me dei conta que estava te esquecendo, ou melhor, pode ser que naquele instante eu já tinha esquecido. Fiquei estabilizada diante daquela sensação de não amar-te mais, embora ela pudera ser um mínimo sentido, ou uma miragem falsa, nada era tão concreto a ponto de ser mudado, ouvi minha intensidade meio pálida, e a ponto de perder o sorriso, me dizendo que o amor não existia mais. Pensei, será que os amores verdadeiros morrem? E continuei a me fazer essa mesma pergunta pelo próximos dias, mas a correria e a turbulência dos dias logo fizeram esquecer-me, e fui viver outras coisas. Hoje, já mais consciente, e com uma boa dose de amor próprio injetada diretamente na mente, pude concluir o sentido de todas as coisas. Eu te amo, sim eu te amo, te amo como amo algo que fez parte de mim, me fez crescer e me devolveu por um tempo a vida. Te amo como amo o sol, ele irradiando ou não sou obrigada a continuar, e se um dia ele parar de brilhar? Meus passos deverão flutuar e seguir, mas nunca paralisar, pois ate mesmo o maior raio de luz pode se apagar, e se eu estivesse tão presa a você, sera que eu iria suportar? Bom, já não adianta mais pensar, mas vou continuar nos amando, me amando pois sei que sou a obra-prima de mim mesma, e te amando como uma parte de construção dessa obra, mas que já não é mais necessária para sustentar a existência! Seja muito feliz, você estará nas minhas melhores lembranças.