testeSorteio (Facebook) – Jojo Moyes – Encerrado

Vamos sortear 3 kits com o primeiro romance de Jojo Moyes, “Em busca de abrigo” e outro dos seus livros!

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Atenção:
– Caso a mesma pessoa se inscreva mais de uma vez ela será desclassificada. Atenção: ao terminar de preencher o formulário aparece a mensagem “agradecemos a inscrição”. Espere a página carregar até o final para confirmar a inscrição
– Se você já ganhou um sorteio nos últimos 7 dias no FACEBOOK, você não poderá participar deste sorteio.
– O resultado será anunciado no dia 24 de julho, Segunda-feira, em nosso perfil no Facebook. Boa sorte! ?

 

VENCEDORES

teste3 conselhos sobre a Síria

Por Ivan Mizanzuk*

Foto por Gabriel Chaim

“Eu quero morrer na Síria.” Foram essas as palavras de um refugiado sírio que entrevistei em 2016.

Naquele ano, eu realizava uma série de entrevistas com brasileiros que tiveram algum contato com os recentes conflitos do Oriente Médio. Era parte de uma espécie de documentário para o meu podcast, Projeto Humanos, e tinha como objetivo fazer um mosaico dessas histórias, começando no 11 de Setembro até a (ainda corrente) Guerra da Síria. Em algum momento, me vi conversando com sírios que moravam no Brasil — o Ahmed e o Elia, para ser mais preciso. O primeiro, um jovem dentista muçulmano de Damasco que veio para o Brasil, em 2013, como refugiado, fugindo da guerra; o segundo, um atleta cristão de Aleppo, que veio como imigrante na década de 1970 porque era fã do Pelé.

Antes de entrevistá-los, fiz a lição de casa: li muito sobre a Guerra da Síria, sobre os abusos realizados pelos dois últimos ditadores, Hafez al-Assad e Bashar al-Assad, os únicos dois presidentes que o país teve nos últimos quarenta anos. A julgar pelas informações fornecidas pela mídia ocidental, era óbvio que minhas entrevistas com Ahmed e Elia seriam descrições completas sobre quão horríveis os governos da família Assad eram e são.

Mas Elia e Ahmed gostavam de Assad. E isso inutilizou todo o meu preparo. “Sim, as eleições são fraudulentas. Mas Assad é um presidente forte, e todos querem a Síria. Todos! EUA, Israel, Arábia Saudita, todos querem tomar nosso país. Por isso, precisamos ser protegidos.” Por pouco, quase cometi o erro gigantesco de querer ensinar a história da Síria aos próprios sírios, mas consegui me calar a tempo e ouvir as histórias deles.

E este é o primeiro conselho que dou àqueles que se interessam pela Síria: esqueça tudo que você entende de política, costumes e seu modelo de sociedade ideal. Apenas ouça. Quanto antes você se livrar dessas noções “ocidentais”, mais rápido vai começar a entender. E daí você vai perceber o que eu percebi: que em todo lugar do mundo há quem goste de seu presidente, há quem o critique e o chame de ditador e há quem seja pragmático e pense: “Se não ele, quem?” A verdade, se é que ela existe, está em algum desses espectros.

O segundo conselho: após deixar de lado tudo que você pensa saber e ouvir atentamente as histórias dessas pessoas, volte e comece a construir pontes com o Ocidente. No caso de nós, brasileiros, por termos sido colônia portuguesa, estamos acostumados com um modelo de Estado em que, a certa altura, a religião passou a atuar mais na esfera privada do que na pública (ao menos é o que se espera na teoria). É o modelo que “herdamos” da Revolução Francesa, no final do século XVIII, no qual Estado e Igreja são instituições que devem ser independentes. Hoje, esse é o modelo de sociedade que desejamos. Mas imagine que o estabelecimento de um Estado laico não tenha ocorrido séculos atrás, que, em vez de cristã, a população fosse em sua maioria muçulmana e que a separação entre religião e política tivesse sido imposta por um governo que subiu ao poder na base da força, na segunda metade do século XX.

Foi o que aconteceu na Síria, com o agravante de que isso tudo foi durante a Guerra Fria, um momento em que dificilmente um país conseguiria sobreviver se não escolhesse um lado . Como tantos países no Oriente Médio nesse período, os alinhamentos não eram tanto uma questão de ideologia, e sim de sobrevivência.

No imaginário ocidental, temos o péssimo costume de reduzir o Oriente Médio inteiro às questões religiosas, taxando-os de fanáticos. E, ao fazermos isso, deixamos de notar como a religião ganha conotações políticas na região, especialmente na Síria, já que esse modelo ocidental de separação das duas esferas é nosso pressuposto. Quando Hafez al-Assad subiu ao poder, na década de 1970, passou a impor políticas de secularização, proibindo, por exemplo, mulheres de usarem o véu, uma recomendação no islamismo. Parte da população o acusa de forçar uma ocidentalização dos costumes, o que gerou conflitos internos já naquela época.

E, sendo um governo autoritário, parte da população (especialmente os camponeses e os mais pobres nos centros urbanos) usou o discurso religioso como forma de resistência, como foi o caso de mulheres que faziam questão de usar o véu. Entender a religião como expressão política pode nos parecer estranho, mas é possível compreender se fizermos algumas pontes históricas. Não sei se aqui há formas “certas” ou “erradas” de agir. Apenas foi assim que aconteceu.

E quando começamos a ver como é difícil entender a Síria, lanço meu terceiro conselho: ouça as histórias do seu povo. Só através delas entenderemos melhor esses conflitos e suas contradições. À primeira vista, tudo pode parecer muito exótico e diferente, mas a realidade é que muitas das questões são bastante familiares.

Por isso, O árabe do futuro é um tesouro. Sendo o povo árabe um grupo que em geral preserva muito sua privacidade, a autobiografia de Riad Sattouf é corajosa ao expor a intimidade da família. Filho de pai sírio e de mãe francesa, o autor consegue estabelecer as pontes necessárias para que compreendamos a complexidade do desenvolvimento da Síria, do pan-arabismo e das promessas e sonhos que habitavam as mentes daquela época, naquela região.

Não vou dizer aqui que todo sírio ama seu país, pois seria uma generalização perigosa, mas, quando Riad mostra como o pai amava a Síria, entendo melhor o Ahmed, o refugiado sírio que entrevistei, quando ele disse que, apesar de tudo, deseja ser enterrado em sua terra natal.

O árabe do futuro é uma história em quadrinhos (ou graphic novel, para os que preferem termos mais chiques) que até o momento conta com três volumes. O primeiro foi lançado em 2015 aqui no Brasil, e a Intrínseca acabou de lançar o terceiro. A cada vez que o volume que estou lendo termina e vejo “Continua…” na última página, abraço minha edição e digo “até breve”. Não à toa, em 2014, ano da publicação original, o primeiro volume ganhou o Grande Prêmio no festival de quadrinhos de Angoulême, uma das premiações mais importantes do mercado Europeu. Além de colecionar esse e vários outros prêmios no currículo, o autor Riad Sattouf também foi um dos colaboradores do polêmico jornal satírico Charlie Hebdo, entre 2004 e 2014.

***

Em 2011, a Síria possuía em torno de 20 milhões de habitantes. Estimativas variam, mas acredita-se que a guerra no país já tenha matado cerca de meio milhão de pessoas. Até 2017, o número de refugiados já passava dos 5 milhões. Se contarmos os que se deslocaram internamente, percebemos que mais da metade do país teve sua estrutura de vida afetada. É a maior crise humanitária desde a Segunda Guerra Mundial.

Certa vez, conversando com Carlos Reiss, diretor do Museu do Holocausto de Curitiba, ele me disse: “Quando falamos sobre o Holocausto, é importante humanizarmos aqueles números. Foram 6 milhões de judeus que morreram nos campos, sim, mas temos que ver isso como 6 milhões de histórias que deixamos de contar.”

Para aqueles que pretendem humanizar esses números sírios, a obra de Riad é mais do que recomendada, pois nos lembra que, ao menos desde 1978, havia casais se apaixonando, sonhos sendo construídos, famílias se desentendendo e corações batendo.

 

Ivan Mizanzuk é de Curitiba e tem 34 anos. Além de professor e escritor, é também host dos podcasts AntiCast e Projeto Humanos, nos quais debate frequentemente sobre política, artes, religião e coisas estranhas.

Twitter: @Mizanzuk

 

testeSete livros sobre diferentes tipos de amizade

Uma das coisas mais preciosas da vida é ter amigos. Seja para compartilhar os bons momentos, para chorar depois de um término, para unir forças, dividir segredos ou até criar teorias revolucionárias, a amizade merece ser celebrada!

Preparamos uma lista com sete livros que falam sobre diferentes tipos de amizade:

O segundo suspiro — O livro conta a emocionante e inusitada amizade entre dois homens com vidas totalmente diferentes.

Philippe, um executivo de sucesso e herdeiro de tradicionais famílias francesas, sofre um grave acidente e fica tetraplégico. Desanimado com a vida, ele busca um assistente para ajudá-lo e conhece Abdel depois de muitas entrevistas. Divertido, desinibido e com muito bom humor, Abdel transforma o difícil dia a dia de Philippe e constrói uma das mais lindas amizades.

A obra deu origem ao filme Intocáveis, com Omar Sy e François Cluzet.

 

Extraordinário — Não existe livro mais emocionante e que fale de amizade de uma forma tão delicada!

Com muitas frases inesquecíveis e personagens cativantes, Extraordinário lembra a importância de ser gentil, de enxergar além das aparências e de se colocar no lugar do outro.

A obra de R. J. Palacio foi adaptada para os cinemas e estreia no Brasil em 23 de novembro.

 

Pequenas grandes mentiras — A importância de ter mulheres unidas, amigas e que se ajudam!

No romance de Liane Moriarty, autora de O segredo do meu marido e Até que a culpa nos separe, conhecemos três mulheres diferentes que se tornam amigas porque os filhos estudam na mesma turma do jardim de infância. Apesar dos segredos que guardam, elas acabam construindo uma amizade capaz de suportar grandes revelações.

O livro virou uma minissérie da HBO, que está concorrendo ao Emmy em 16 categorias.  

 

O projeto desfazer É possível fazer amigos em ambientes improváveis, como o meio acadêmico, e desenvolver teorias revolucionárias!

Em seu novo livro, Michael Lewis mostra a parceria de Daniel Kahneman e Amos Tversky, psicólogos israelenses. Os dois têm perfis muito diferentes.  Kahneman é introvertido e inseguro, enquanto Amos Tversky é extrovertido e atlético, mas juntos eles foram capazes de criar uma das mais importantes teorias de economia comportamental, que mudou áreas como economia, direito, esporte e medicina.

 

Pax — Tem amizade mais sincera que a de um bichinho de estimação que cresceu com você?

Com importantes lições sobre amizade e crescimento, a autora Sara Pennypacker emociona o leitor desde a primeira página, contando ainda com lindas ilustrações de Jon Klassen.

Peter e sua raposa, Pax, são inseparáveis desde que ele a resgatou, órfã, ainda filhote. Um dia, o pai do menino vai servir na guerra e o obriga a devolver Pax à natureza. A separação vai fazer Peter repensar seus atos e sentimentos e tomar uma atitude corajosa mas muito arriscada.

Uma linda história sobre lealdade e amor!

 

Antes que eu vá — Às vezes é preciso mais de uma chance para descobrir o que realmente importa.

Samantha e suas amigas têm uma vida privilegiada. São populares no colégio, namoram os caras mais gatos e estão sempre nas melhores festas.  Mas essa vida perfeita chega ao fim numa sexta-feira, 12 de fevereiro: a data vai se repetir sete vezes, para Samantha entender o verdadeiro valor das coisas.

 

Cidades de papelJohn Green emociona mais uma vez ao contar uma história sobre amadurecimento e valorização da amizade.

Quentin Jacobsen tem uma paixão platônica pela vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman. Até que, certo dia, ela invade o quarto dele pela janela, convocando-o a fazer parte de um plano de vingança. E ele, é claro, aceita. Porém, no dia seguinte, Margo desaparece, e resta a Quentin seguir as pistas para descobrir quem ela é de verdade. 

testeNetflix adquire direitos de Caixa de pássaros

Caixa de pássaros, thriller de Josh Malerman, vai sair do papel! A Netflix adquiriu os direitos cinematográficos do livro. Com Sandra Bullock confirmada no elenco, o filme terá roteiro adaptado por Eric Heisserer, de A chegada, e direção da cineasta dinamarquesa Susanne Bier.

Envolvente e desesperador, Caixa de pássaros conta a história de um surto inexplicável que deixou poucos sobreviventes, entre eles Malorie e os dois filhos pequenos. Ninguém sabe o que exatamente é a causa, mas basta uma olhadinha para fora para desencadear um impulso violento e incontrolável, que acabará em suicídio.

 Para sobreviver, Malorie sonha em fugir para um local onde a família possa ficar em segurança, mas para isso terá que enfrentar o medo de encarar o mundo fora da casa em que está trancada.

 As gravações estão previstas para começar em setembro, em Los Angeles.

testeComo Uber e Airbnb estão mudando o mundo em que você vive

Se alguém contasse aos seus avôs alguns anos atrás que seria possível chamar um carro particular para levá-lo aonde quer que quisesse por um simples toque no celular e pagar sem precisar de dinheiro físico, eles diriam que isso é coisa de filme de ficção científica. Imaginem então viajar para qualquer lugar e se hospedar na casa de uma pessoa desconhecida? Hoje essas situações são comuns e fazem parte da vida de milhares de pessoas que usam Uber e Airbnb, empresas de tecnologia que vêm revolucionando o mundo em que vivemos.

Em menos de dez anos, as duas companhias conseguiram inovar, desafiar as leis de diversos países, mudar os hábitos e dar início a uma nova geração de organizações que são chamadas de upstarts. Diferente das startups, as upstarts cresceram rapidamente com um projeto inovador e sem se importar com as maneiras tradicionais de se estabelecer no mercado ou com questões jurídicas. Outro fator que as diferencia das demais são os seus fundadores excêntricos e ousados, que fogem dos padrões clássicos dos CEOs.

Em As upstarts: Como a Uber, o Airbnb e as killer companies do novo Vale do Silício estão mudando o mundo, Brad Stone, autor de A loja de tudo: Jeff Bezos e a era da Amazon e editor executivo sênior de tecnologia global na Bloomberg News, revela a história dessas duas empresas gigantes que revolucionaram o Vale do Silício.

Mirando especialmente nas trajetórias da Uber e do Airbnb e no perfil impetuoso de seus fundadores e CEOs, Travis Kalanick e Brian Chesky, a quem Brad Stone teve livre acesso, o livro, já indicado pela Amazon como um dos melhores de 2017, traz uma análise detalhada sobre a criação, investimentos, condições de trabalho, segurança e, principalmente, os impactos desses novos negócios na sociedade.

A obra já está nas livrarias.

testeUma vida de aventuras pelas ondas e culturas ao redor do mundo

Você não precisa ser surfista para gostar de Dias bárbaros, de William Finnegan, o livro mais fascinante sobre surfe já publicado

Por Adrian Kojin*

 Finnegan surfando em Fiji [Foto: Arquivo Pessoal]

Um livro sobre surfe premiado com o prestigioso Prêmio Pulitzer? Um dos mais renomados jornalistas políticos da conceituada revista americana The New Yorker contando como desbravou algumas das melhores ondas do planeta e viveu o auge da cultura hippie numa ilha havaiana? Sem dúvida soa um pouco estranho, meio fora de lugar. O próprio William Finnegan admitiu ao jornal inglês The Guardian no lançamento de sua autobiografia que “estava relutante em sair do armário como surfista”.

Surfista dos bons, é importante ressaltar, daqueles que “botam pra baixo” em ondas enormes e cruzam o globo em busca do efêmero prazer que só quem já experimentou a sensação de deslizar sobre uma onda perfeita entende. Algo tão obsessivo que permeou toda a vida do autor de Dias bárbaros, ao ponto de se tornar o fio condutor de sua autobiografia. Seus dias como correspondente de guerra e repórter investigativo que denunciou o racismo na África do Sul, os cartéis da droga no México e a pobreza nos Estados Unidos, entre outros assuntos de forte cunho social, estão no livro, mas o que prevalece é sua paixão por uma atividade que ele mesmo classifica como “deliberadamente inútil, um improdutivo culto à natureza, uma devoção a deuses estranhos”.

Pois é justamente esse paradoxo entre a trajetória de surfista itinerante e a de jornalista premiado que faz de Dias bárbaros um relato tão especial. Tendo passado a infância na Califórnia e no Havaí, berço do surfe, ele desde cedo surfava o máximo possível. O surfe acabou por guiá-lo por uma vida repleta de aventuras, mas que apesar disso, ou talvez por isso mesmo, era permeada por um constante questionamento sobre qual deveria ser seu papel na sociedade e no mundo.

Em Maui, ele flertou com a morte surfando a icônica baía de Honolua sob efeito de drogas psicodélicas. Nas ilhas do Pacífico Sul, acumulou um vasto conhecimento antropológico sobre os povos locais de forma empírica. Ao aportar em Fiji, foi um dos pioneiros de Tavarua, uma minúscula ilha com duas das ondas mais perfeitas do planeta. Por anos ele manteria segredo sobre a valiosa informação de como chegar a Cloudbreak e Restaurants, picos que hoje em dia estão entre os mais cobiçados do mundo. Já na Indonésia ele faria parte da primeira leva de surfistas a experimentar o poder dos tubos de Grajagan, onde pôde sentir o gosto do inferno em pleno paraíso.

Enquanto descreve a intimidade quase sensual que tinha com o oceano, Finnegan também envolve o leitor nas suas relações amorosas e na dificuldade em mantê-las quando as ondas o chamavam. Quem desejasse viver ao seu lado deveria aceitar sua condição de surfista, já que ele mesmo não conseguia escapar dela. A honestidade do autor em não querer fazer do surfe mais do que ele é, mas ao mesmo tempo deixando claro que continuar surfando era imprescindível para sua própria existência, é um dos grandes trunfos do livro.

Certamente foi esse olhar inteligente, capaz de oferecer uma visão de dentro e de fora da bolha do surfe, que fez com que Dias bárbaros conquistasse um feito de certa maneira até mais desafiador do que receber o Prêmio Pulitzer de melhor biografia/autobiografia de 2016. A aprovação dos ilustres jurados indicados pela Universidade de Colúmbia, de Nova York, é prova da indiscutível qualidade literária de qualquer obra que seja agraciada com essa distinção, mas o livro de William Finnegan foi mais longe ainda, ao agradar ao mesmo tempo leitores surfistas e leigos, algo muito difícil de acontecer quando o assunto é surfe. A impressão que costuma ficar na leitura de outras obras sobre o tema é a de que elas são tão específicas que se tornam restritas aos iniciados, ou tão genéricas que estes as desprezam. Não dessa vez. Essa onda é para todos.

>> Leia um trecho de Dias bárbaros
>> Confira detalhes sobre a participação de William Finnegan na Flip e pós-Flip

 

Adrian Kojin é jornalista especializado em surfe. Foi editor da versão brasileira da conceituada publicação californiana The Surfer’s Journal e por mais de uma década dirigiu a revista Fluir. Também colaborou com diversas outras publicações, como as revistas Surfer e Surfing, da Califórnia. Traduziu para o português as biografias de Kelly Slater, Mick Fanning e Shaun Tomson, e editou os livros Arpoador Surf Club, Pororoca — A onda da Amazônia, entre outros. Atualmente é o editor para o Brasil do maior site especializado em surfe no mundo, o Surfline.com, e colaborador do site da World Surf League. É autor de Alma panamericana.

teste5 motivos para ler O árabe do futuro

A série autobiográfica O árabe do futuro conta a história de Riad Sattouf, um menino filho de mãe francesa e pai sírio, que ainda bem pequeno vai morar na Líbia e depois na Síria. Os primeiros três livros englobam os anos entre 1978 e 1987, período em que os dois países árabes passavam por regimes ditatoriais.

Vencedor do prêmio principal do Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême, em 2015, o graphic novel teve mais de 90 mil exemplares vendidos na França e foi traduzido para 16 línguas. Riad Sattouf é um renomado quadrinista francês e ex-colaborador da revista Charlie Hebdo. Tem 17 livros publicados e também atua como roteirista e diretor de cinema. 

Separamos cinco motivos pelos quais você não pode deixar de conhecer a série O árabe do futuro:

 

1 – Quem não gosta de aprender se divertindo?

Não é preciso ser amante de história para gostar do livro, mas o pano de fundo da série vai fazer com que você aprenda sem perceber. Acompanhando o dia a dia de Riad, conhecemos o quadro político e cultural de três países e as diferenças entre eles. O livro verde de Kadhafi, os conflitos entre sunitas e xiitas e o posicionamento do Ocidente frente a Israel são assuntos muito comentados pelo pai do menino, um homem muito inteligente e crítico, mas ainda com muitos pensamentos conservadores da época. Pelos olhos do autor, vemos como é crescer dentro da cultura islâmica, divido entre dois mundos completamente opostos.

 

2 – O rei dos baixinhos

É o olhar infantil de Riad que transforma temas complexos em momentos irônicos e cômicos. A ingenuidade do menino nos apresenta o cotidiano de um mundo que conhecemos apenas através de manchetes de jornais, fazendo uma análise livre dos estereótipos com que geralmente olhamos para a cultura árabe. Crianças briguentas reproduzindo discursos de guerra, racionamento de comida e professores violentos são aspectos distantes da nossa realidade, mas ainda assim essas memórias nos fazem relembrar nossa própria infância. Mesmo que não tenhamos crescido em meio a uma ditadura, quem nunca brigou com os amigos na escola, comeu até passar mal ou odiou um professor?

 

3 – Para os fãs de Persépolis e Maus


Assim como Maus e Persépolis, a série apresenta uma visão distinta sobre um conflito cultural que marcou — e ainda marca— uma geração. O embate ideológico entre Ocidente e Oriente está presente diariamente em todos os principais veículos de informação, mas raramente temos a chance de observar esse mundo de perto. As consequências dos regimes autoritários árabes perduram até hoje, mas a realidade desses países é muito distante do nosso dia a dia. Por isso, a experiência de alguém que viveu naquele período é essencial para entendermos as nuances do conflito. Assim como Persépolis, O árabe do futuro acompanha a vida do autor, mostrando as dificuldades e desafios de crescer em um regime autoritário e repressor. Essas obras provam que histórias em quadrinhos não são só para crianças. O traço, as cores e os diálogos tornam a história interessante, profunda e ao mesmo tempo leve.

 

4 – Nostalgia e alegria

Mesmo na Síria, a cultura pop da década de 1980 não passou despercebida. Se você viveu essa década, vai adorar ter um momento nostálgico com Riad. No terceiro livro, o menino se inspira em Conan, o bárbaro para enfrentar as crianças malvadas do vilarejo, juntando gravetos para fazer sua arma e reproduzindo a careta de Arnold Schwarzenegger.

 

5 – É uma história sobre a dificuldade de se encaixar

O livro aborda ditaduras, tradições religiosas e conflitos culturais, mas também é uma história sobre um menino tentando se encaixar. Seu cabelo loiro já destoa na multidão, mas a falta de conhecimento sobre a língua e a religião fazem com que ele se sinta um peixe fora d’água, um estrangeiro tanto na Europa quanto no Oriente Médio. Ao longo dos livros, vemos Riad se aventurando pelas práticas islâmicas, buscando a aceitação de seus amigos e observando com curiosidade as tradições dos países. Com isso, aprendemos junto com ele as tradições dos países. O resultado é que nós, leitores, também aprendemos muito com ele. 

 

O terceiro livro da série já está disponível nas livrarias! Saiba mais

testeEntre galáxias distantes, Hogwarts e Geekerela

Por Talitha Perissé*

 

Eu nunca tive muitos amigos, mas no início da minha vida algo ficou penosamente claro: eu não gostava dos mesmos assuntos que o pessoal da minha turma. Não que eu fosse excluída no colégio, mas também não tinha muito interesse nas conversas. As pessoas eram legais, só não eram… minhas pessoas.

Aos nove anos, um coleguinha de turma chegou com um livro novo e me contou a história. Na capa, um menino de óculos montava em uma vassoura. Assim que cheguei em casa pedi para o meu pai comprar o livro para mim.

No dia das crianças minha avó me deu Harry Potter e a Pedra Filosofal. Foi amor à primeira página. Nunca vou esquecer de “O Sr. e a Sra. Dursley, da rua dos Alfeneiros, nº 4, se orgulhavam de dizer que eram perfeitamente normais, muito bem, obrigado. Eram as últimas pessoas no mundo que se esperaria que se metessem em alguma coisa estranha ou misteriosa, porque simplesmente não compactuavam com esse tipo de bobagem.”

Foi com Harry Potter que tudo mudou para mim: onde quer que eu abrisse o livro para ler um pouco, conhecia alguém que gostava. Quando entrei na internet, um novo mundo se descortinou: as pessoas gostavam das mesmas coisas que eu!

Eu passei a andar pelos corredores de Hogwarts não mais sozinha! Eles estavam repletos de pessoas interessantes. Conheci gente do Brasil inteiro, discutimos um monte de teorias e escrevíamos fanfics juntos.

Assim como morei em Hogwarts, passei um tempo em uma galáxia muito muito distante e viajei pelo tempo e espaço com um alienígena em uma cabine policial azul que é maior por dentro do que por fora (ele mudava de rosto e de personalidade, o que era esquisito, mas aprendi a gostar de todas elas); e no mundo real conheci uma banda britânica que falava sobre uma menina com cinco cores no cabelo (nunca fui muito fã de normalidade).

Identifiquei essa mesma paixão em Elle, protagonista de Geekerela, de Ashley Poston. Para mim, assim como para Elle, as melhores amizades foram forjadas por esses interesses em comum, pela intensidade da nossa paixão por algo intangível. Caminhamos para Hogsmeade juntos, testemunhamos a Batalha de Hogwarts, choramos por aqueles que perdemos, também escrevemos histórias com os membros das bandas com quem queríamos casar e aguardamos nas filas com cartazes enormes para shows que esperamos anos para acontecer.  

Ler Geekerela foi como fazer uma amiga nova. Elle, apaixonada por Starfield, uma série clássica pouco conhecida, tem medo de que um remake hollywoodiano estrague tudo. Quem de nós nunca sentiu isso? (Estou de olho em você e em seus reboots, Hollywood).

Starfield não é o centro da vida de Elle. Ela trabalha no Abóbora Mágica, o incrível food truck de comida vegana, estuda e faz planos para o futuro: sonha em ser roteirista. Mas a série importa. Porque nesse mundão de sete bilhões de pessoas, naquele microcosmos, Danielle Wittimer se sente parte de algo maior que ela.

Órfã de pai e mãe, Starfield está presente nas memórias mais preciosas que guarda deles. Mesmo sabendo que aqueles que se vão nunca nos abandonam de verdade, é fácil entender por que a série importa tanto para ela. É com Starfield e seus fãs que Elle encontra o conforto que não pode mais encontrar nos pais. E quantos de nós já não se sentiram assim?

Darien Freeman, o galã escalado para estrelar o remake, também conta sua história no livro. Ele é um aficionado pela série que, por não parecer o típico fã, é considerado uma farsa. Sua equipe também acha que é ruim para a imagem de galã demonstrar que gosta tanto de uma série de ficção científica. Ah, se eles soubessem como é bom…

Darien e Elle se conhecem da melhor/pior maneira possível: o ator quer fugir dos compromissos na ExcelsiCon, a convenção para fãs de Starfield criada pelo falecido pai de Elle. Para isso, liga para o número da organização do evento disponível no site (qual é a dificuldade de manter as informações atualizadas em um site?), mal sabendo que é um telefone antigo, que foi herdado pela nossa protagonista. Eles então começam a trocar mensagens. Ele nem desconfia de que a pessoa com quem está trocando mensagens é a maior crítica do filme, e ela nunca ia imaginar que ele representa seus maiores receios em relação ao remake. Mas às vezes é mais fácil expressar o que a gente está sentindo quando as pessoas não têm chance de nos julgar pela aparência. Elle e Darrien descobrem isso do jeito mais adorável, hilário e encantador.

Geekerela é uma grande ode à cultura pop, e também uma homenagem a todos os fandoms que abraçaram seus membros sem julgamentos, a todos nós que encontramos nossas famílias nos lugares mais inusitados.

Depois de ler Geekerela desejei muito que Starfield existisse de verdade. Parece uma série incrível. Mas, enquanto esse sonho não se realiza, aceito fazer amizades verdadeiras com quem mais se encantar com a história da Elle e que esteja disposto a fazer cosplay de tripulação da Prospero.

 

*Talitha Perissé é editora assistente de aquisição infantojuvenil e entusiasta de muitas coisas. Entre novelas, séries de televisão, filmes, bandas britânicas que já deveriam ter lançado seu sexto álbum, livros e HQs, ela gostaria muito de ter o vira-tempo da Hermione. 

testeSorteio Kit Geekerela (Facebook) – Encerrado

Vamos sortear 3 kits especiais de “Geekerela“, de Ashley Poston!

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