testeConfira as fotos do lançamento de Em nome dos pais em Vitória

Confira as fotos da sessão de autógrafos de Em nome dos pais, de Matheus Leitão, na Livraria Saraiva do Shopping Vitória, em Vitória-ES.

Fotos: Angelica Martins

12...9

testeMussolini, da aliança com Pio XI aos braços de Hitler

Por Bernardo Barbosa*

A última parte da saga conjunta do papa Pio XI e do ditador fascista Benito Mussolini, ricamente contada no livro O papa e Mussolini: a conexão secreta entre Pio XI e a ascensão do fascismo na Europa, de David I. Kertzer, só pode ser entendida a partir da aparição de um terceiro elemento: Adolf Hitler.

O fascismo de Mussolini foi uma das grandes inspirações do líder nazista, mas a criatura engoliu o criador e foi ainda mais longe, com as nefastas consequências que a História não nos deixa esquecer. Para Pio XI, o regime de Hitler surgiu antes como uma ameaça ao poder garantido na sólida aliança com o Duce do que como um governo racista.

Com seus tons idólatras e pagãos, a gana do nazismo pelo poder foi vista com ressalvas por Pio XI quando da ascensão do regime na Alemanha, em 1933. Mas, movido por sua ojeriza ao comunismo, naquele momento o pontífice manifestou certa simpatia por Hitler quando este se posicionou contra o bolchevismo soviético.

Em julho daquele ano, a Igreja e a Alemanha assinaram uma concordata que, em teoria, deixaria o governo nazista fora dos assuntos eclesiásticos no país. Mas não tardou para que Hitler transformasse o acordo em letra morta; nenhum poder deveria competir com o do nazismo.

A resposta da Santa Sé foi a encíclica Mit Brenneder Sorge (“Com Ardente Preocupação”), publicada em março de 1937. Lido aos fiéis nas igrejas alemãs, o documento criticava a idolatria de uma raça e de uma nação, mas não citava explicitamente o nazismo, nem a perseguição aos judeus — que já era política de Estado na Alemanha da época.

Mesmo assim, foi o suficiente para irritar Hitler profundamente. O ditador quis cobrir a Igreja de “desgraças e vergonha”, indo atrás de arquivos eclesiásticos para expor a “imundície” da instituição. Pio XI recomendou aos bispos alemães que queimassem seus arquivos.

O papa, no entanto, ainda tinha no fascismo um fiel aliado. Mas foi justamente Mussolini que deixou a Santa Sé em situação delicada quando deu mais um passo rumo aos braços de Hitler e, em setembro de 1938, instituiu leis antissemitas na Itália.

Um mês antes, o regime de Mussolini conseguira pressionar a Santa Sé a firmar um acordo secreto segundo o qual a Igreja não criticaria publicamente as leis antissemitas do Duce, desde que elas não fossem além das restrições aos judeus existentes nos antigos Estados Papais — apagados do mapa quando a Itália se unificou, no século XIX.

Como se não bastasse o fascismo jogar com a própria História da Igreja para colocá-la contra a parede, Mussolini invadiu prerrogativas que, para Pio XI, eram exclusivas da Igreja, como proibir os casamentos entre judeus convertidos ao catolicismo.

No entanto, Pio XI se viu praticamente isolado na cúpula da Santa Sé na hora de confrontar o fascismo. O papa chegou a se manifestar contra o antissemitismo; mais que isso, encomendou uma encíclica que condenava abertamente a perseguição aos judeus.

Enquanto o nazismo avançava e atraía o fascismo para sua órbita, a saúde do papa se deteriorava. Ele morreu aos 81 anos, em 10 de fevereiro de 1939 — Mussolini não foi ao velório. A Segunda Guerra Mundial estourou em setembro, deixando para o mundo um genocídio e uma Europa arrasada. A denúncia de Pio XI ao antissemitismo só viria a público na íntegra mais de meio século depois de sua morte.

O fim da história de Pio XI e Mussolini pode ter sido soturno, mas isso não diminui a riqueza histórica da trajetória de ambos. Como mostra a obra de Kertzer, os dois líderes foram protagonistas de alguns dos acontecimentos mais importantes do começo do século passado. Agora, com o livro O papa e Mussolini, há a oportunidade de reler a História daquele tempo — que deu origem a muito do que o Ocidente é hoje — sem boa parte dos filtros oficiais.

 

Bernardo Barbosa é jornalista.

testeBlake Lively vai protagonizar filme inspirado em O segredo do meu marido, de Liane Moriarty

Depois de Pequenas grandes mentiras, história que inspirou a série da HBO Big Little Lies, com Reese Witherspoon, Nicole Kidman e Shailene Woodley, mais um romance de Liane Moriarty será adaptado — agora para o cinema. Blake Lively (Gossip Girl) será a protagonista do filme baseado em O segredo do meu marido.

Na trama, Cecilia é um exemplo para a vizinhança: tem uma vida confortável, mantém um casamento estável com John-Paul e é mãe de três meninas. Sua vida segue tão dentro dos trilhos que ela até se pergunta como seria se houvesse uma pitada de emoção em sua rotina extremamente planejada. Mas, quando encontra uma carta de seu marido endereçada a ela no sótão de casa, Cecilia cogita se deve ou não investigar o conteúdo de algo que foi escrito à época do nascimento de sua primeira filha e que pode ter impactos devastadores para a sua família.

Com produção de Chris e Paul Weitz, o filme ainda não tem diretor e data de estreia definidos.

 

 

 

Mulheres em primeiro plano

Cena de Big Little Lies

Construir narrativa envolventes, repletas de intrigas e reviravoltas, a partir dos dilemas femininos contemporâneos é a marca da escritora australiana Liane Moriarty. Ao revelar como famílias aparentemente perfeitas podem guardar segredos perturbadores, a autora discute temas como maternidade, bullying, violência doméstica e alcoolismo.

“Precisamos ver experiências de mulheres reais, mesmo que isso envolva violência doméstica, assédio sexual, romance, infidelidade ou divórcio”, declarou Reese Witherspoon durante o lançamento de Big Little Lies. Produtora e uma das protagonistas da série, Reese também adquiriu os direitos para a adaptação de Até que a culpa nos separe, novo romance da autora. 

 

testeEntenda como a JBS recebeu quantias extravagantes de dinheiro público

Em julho de 2010, Míriam Leitão fez os primeiros alertas sobre os riscos dos “empréstimos” feitos pelo BNDES em sua coluna publicada no jornal O Globo. Um dos exemplos dados pela jornalista foi o caso da JBS, que, na época, recebeu mais de R$ 7,5 bilhões.

Na coluna, que faz parte de A verdade é teimosa: diários da crise que adiou o futuro, Míriam revela como o frigorífico foi um dos  principais beneficiários dessa forma de atuação do banco. 

 

RISCO BNDES

O BNDES hoje representa um orçamento paralelo. Ele financia empreendimentos que, na prática, são estatizados, escolhe que empresas devem crescer e as subsidia através do endividamento público. O que precisa ficar claro é que o banco sempre subsidiou empresários, mas a natureza do banco mudou. A escala é maior, a origem do seu dinheiro é outra e o destino é cada vez mais discutível.

Tudo se passa assim: o governo transfere dinheiro para o BNDES através de supostos “empréstimos”. Como teoricamente são empréstimos, não entram na dívida líquida. Isso passou a ser uma das principais fontes de financiamento do BNDES. Antes, o funding do banco eram principalmente recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do retorno dos empréstimos que haviam sido concedidos. Nos últimos anos, o Tesouro passou a encher os cofres do banco com uma capitalização travestida de empréstimo. Só que o Tesouro se endivida a juros crescentes e em dívida de curto prazo. E o banco empresta a juros baixos e prazos longos.

Alguns dos grandes beneficiários dos créditos são empreendimentos que o governo está apressando, na parte final do mandato, para que sirvam de vitrine eleitoral, como a hidrelétrica de Belo Monte. A maioria do empreendimento fica nas mãos do governo ou de fundos de pensão das estatais. É do governo o risco, portanto. As empresas privadas, sócias nesses projetos, terão a vantagem de estar em obras sem risco. E elas ainda conseguem empréstimos do BNDES para esses e outros negócios nos quais têm interesse. O BNDES, com capital que veio de endividamento público — só nos últimos dois anos foram R$ 180 bilhões —, empresta para o próprio setor público ou para seus sócios diletos.

Há outra forma de atuação do banco que levanta legítimas preocupações: a reinvenção da ideia de criar “campeões nacionais”. Dar empréstimos gigantes para empresas para que elas se tornem grandes no mundo em seus setores. Em entrevista a O Estado de S. Paulo no domingo [18 de julho], o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse que tinha “até vergonha de o país não ter grandes empresas em setores em que é competitivo”.

Um desses setores a que ele se refere certamente é o de frigoríficos, para o qual o banco tem aprovado empréstimos extravagantes. O JBS Friboi recebeu empréstimos de R$ 7,5 bilhões. Só de uma vez, fez um lançamento de R$ 3,47 bilhões em ações e o BNDES subscreveu 99,9% das ações vendidas. A família dona da empresa subscreveu o restante 0,1%. E tanto dinheiro era para comprar a Pilgrim’s Pride Corporation, com a justificativa de ajudar o processo de “internacionalização da empresa”. Ou seja, financiar o frigorífico para que ele pudesse comprar uma empresa no exterior. Em vários desses casos, o banco entrou também como sócio, subscrevendo ações das empresas. Fez o mesmo com a Marfrig: comprou debêntures da empresa para que ela tivesse capital e comprasse ativos nos Estados Unidos e na Irlanda. No pior caso, no setor de carne, o BNDES comprou ações num total de R$ 250 milhões de um frigorífico que logo depois entrou com um processo de falência, o Independência.

A vergonha não é não ter um grande frigorífico nacional comprando empresas no exterior, mas sim o fato de que eles precisem de tanto anabolizante estatal para crescer. Pior: os frigoríficos brasileiros não conseguiram demonstrar que não compram carne de área desmatada. Ao final de seis meses do pacto feito com ONGs e empresas importadoras de produtos brasileiros, esses grandes frigoríficos pediram mais seis meses para comprovar que seus fornecedores não produzem em área desmatada. Isso, sim, é vergonhoso.

Essa forma de atuação do BNDES recria dois vícios do passado. O Estado decidindo que empresa deve ser grande e um banco público liderando um processo que, na prática, é expansionismo fiscal.

Isso acaba impactando também a política monetária porque entrará no cenário do Banco Central, em sua análise para decidir sobre a elevação da taxa básica de juros, e ele terá que enfrentar a dualidade da política econômica. Enquanto o BC tenta conter a demanda para evitar a alta da inflação, o governo continua aumentando gastos através da atuação do BNDES ou de truques para contornar limites ao endividamento público. Foi o que acabou de acontecer esta semana com a decisão de permitir que alguns municípios se endividem acima do limite estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Nada disso, como dolorosamente aprendemos, é inofensivo. Tudo cobra a sua conta mais cedo ou mais tarde. Na obsessão de fazer o sucessor, o governo Lula está criando — ou recriando — monstrengos na área fiscal. A mais assustadora herança para o próximo governo será essa forma de atuação do BNDES, que traz de volta velhos vícios que nos causaram tantos problemas no passado.

testeNovo livro da autora de Pequenas grandes mentiras

Até que a culpa nos separe, novo livro de Liane Moriarty, chega às livrarias em 26 de junho. A história começa com um convite inesperado para um churrasco de domingo em Sydney, na Austrália. Três famílias resolvem passar uma tarde tranquila em uma bela casa sem imaginar como suas vidas iriam mudar para sempre a partir daquele dia.

Sem conhecer direito os anfitriões, Clementine, uma mulher casada e com duas filhas, estava com a sua amiga de infância, Erika, quando um episódio assustador aconteceu no evento. Eram seis adultos responsáveis, três crianças fofas e um cachorro brincalhão. O que poderia dar errado?

Até que a culpa nos separe já teve os direitos adquiridos para os cinemas pela produtora de Reese Witherspoon. Liane Moriarty é autora também de Pequenas grandes mentiras, livro que deu origem a série Big Little Lies, da HBO, e O segredo do meu marido.

testeAssista ao trailer legendado de Extraordinário

Depois de alguns meses de espera, os fãs de Extraordinário já podem comemorar! O primeiro trailer da adaptação foi divulgado, e a encantadora história já tem data para chegar aos cinemas: 07 de dezembro.

O longa será protagonizado por Jacob Tremblay e Julia Roberts. Owen Wilson, Daveed Diggs e a brasileira Sônia Braga também estão no elenco. O filme conta a história de Auggie Pullman, um garoto que tem uma deformidade facial e que vai frequentar a escola pela primeira vez.

O primeiro pôster também já foi divulgado. Curtiram?

testeVeja o pôster do filme Extraordinário com Julia Roberts e Jacob Tremblay

 A adaptação de Extraordinário tem finalmente data de estreia no Brasil. O filme estrelado por Julia Roberts e Jacob Tremblay, protagonista de O Quarto de Jack, estreia nos cinemas em 23 de novembro. Owen Wilson, Daveed Diggs e brasileira Sônia Braga também estarão no elenco.

O longa será dirigido por Stephen Chbosky, autor de As Vantagens de Ser Invisível. O roteiro ficará a cargo de Steve Conrad, de À Procura da Felicidade, e Todd Lieberman e David Hoberman serão os responsáveis pela produção.

Extraordinário conta a história de Auggie Pullman, um garoto que tem uma deformidade facial e que irá frequentar escola pela primeira vez. Com momentos ora comoventes, ora descontraídos, o livro já encantou milhares de leitores no mundo todo, retratando o impacto que um menino pode causar na vida e no comportamento de todos à sua volta, desde a família, os amigos e até a comunidade.

testeE se você tivesse a chance de rever seus erros?

Por Pedro Martins*

Publicado em 2010 pela norte-americana Lauren Oliver, Antes que eu vá retorna aos holofotes. Seja nas páginas ou nas telas, sua grande mensagem, como em muitas outras histórias, é atemporal: a beleza de ser gentil.  

 

“Você não pode sentar com a gente!”

À primeira vista, a jovem Samantha Kingston, de 17 anos, vive a vida dos sonhos de toda garota: é popular, tem as melhores amigas que poderia pedir e, de quebra, namora o rapaz mais desejado do colégio.

De fato, são muitas as semelhanças com Meninas Malvadas, clássico dos anos 2000 estrelado por Lindsay Lohan. Sam e suas amigas não chegam a estabelecer que às quartas-feiras usam rosa — talvez porque esse estilo tenha saído de moda —, e diferente do Burn Book de Regina George, as meninas malvadas de Lauren Oliver ofendem os colegas em alto e bom som, sem a mínima preocupação de como suas palavras podem afetar a vida alheia — às vezes até de forma letal.

Diferente de Meninas Malvadas, porém, Lauren Oliver preferiu o dramático ao cômico na tentativa de conscientizar seus leitores. Voltando de uma festa, Sam e suas amigas capotam o carro, e ela morre. Mas o acidente não encerra sua vida. Pelo contrário: faz ela ficar presa em um looping temporal agoniante.

 

Bem-vinda à sua fita, Samantha Kingston

Ainda que não seja o foco, Antes que eu vá também fala sobre bullying e suicídio, temas que instantaneamente nos remetem a 13 Reasons Why, série mais popular da Netflix atualmente.

Estamos vivendo em uma realidade onde jovens preferem passar o fim de semana em casa, maratonando uma série sobre suicídio, ao invés de sair para se encontrar e nutrir suas relações interpessoais. É sintomático, e talvez haja uma explicação: essas relações estão se tornando tóxicas.

Revivendo o último dia de sua vida de novo e de novo, Sam começa a perceber como seu comportamento e o de suas amigas estava sendo prejudicial para aqueles que conviviam ao seu redor. Da irmã caçula à aluna que mais sofria bullying do colégio, ela tem a chance de rever suas atitudes.

Antes que eu vá, Meninas Malvadas, 13 Reasons Why ou até mesmo Carrie, a Estranha, de Stephen King. Não importa: do entretenimento, também vem capacidade de conscientizar.

 

Das páginas para as telas

Sete anos depois da publicação nos Estados Unidos, Antes que eu vá chegou aos cinemas. Nas telas, a cenografia de Michael Fimognari é certamente um dos maiores acertos do filme de Ry Russo-Young: com planos de câmera melancólicos e uma paleta de cores azul-metálica, a fotografia dá o tom estético ideal para a trama. Já do roteiro, não se pode dizer o mesmo: os cortes e as adaptações são compreensíveis e até benéficos, mas os diálogos expositivos e as inconsistências rítmicas atrapalham no desenvolvimento da narrativa. Felizmente, as entrelinhas permanecem intactas e o principal propósito da história é alcançado.

Nos cinemas ou nas livrarias, em uma edição especial com contos inéditos, Antes que eu vá é um aliado sutil e inspirador na busca por sermos pessoas melhores. Sam precisou que chegasse seu último dia de vida para descobrir o poder da empatia, do altruísmo e da gentileza. A nós, espero que não aconteça o mesmo.


Pedro Martins
é viciado em livros, filmes e séries e descobriu a magia por meio dos escritos de J.K. Rowling aos oito anos. Essa paixão o tornou webmaster do Potterish.com e o possibilitou escrever sobre literatura para diversos portais, do britânico The Guardian ao brasileiro Omelete. Agora, ele tem mais um lugar onde se aventurar: o blog da Intrínseca.