testeComo derrubar um presidente: 11 pontos sobre o golpe de 1964

Em A ditadura envergonhada, Elio Gaspari reconta como a derrocada de um presidente democraticamente eleito levou o país ao período político mais sombrio de sua história

Por Thadeu C Santos*

Jango no comício da Central, ao lado da primeira-dama Teresa Goulart, em 13 de março de 1964 (Jornal do Brasil)

João Goulart (1961-1964), o Jango, assumiu a Presidência da República em 7 de setembro de 1961, após a renúncia de Jânio Quadros, em 25 de agosto, depois de apenas alguns meses no poder. Na eleição que os sancionou, no ano anterior, a escolha do presidente e de seu vice foi decidida em eleições separadas, conforme legislação vigente. Jânio venceu a corrida presidencial utilizando na campanha uma vassoura; Jango sagrou-se o vice que, de acordo com os seguidores do novo presidente, encarnava o lixo a ser varrido.

Houve muita resistência a que Jango assumisse o poder, mesmo tendo sido eleito democraticamente. O conflito entre o presidente, parte da classe política, da sociedade civil e militar, além da pressão da elite por uma solução para a crise econômica, levou o país a um período de instabilidade. Em A ditadura envergonhada, primeiro livro da Coleção Ditadura do jornalista Elio Gaspari, o autor conta como a crise política do governo janguista e a articulação civil-militar que tramou sua derrubada levaram ao golpe militar de 1964. A partir de então, direitos foram suprimidos, as torturas foram elevadas à condição de política do Estado e a censura à imprensa tornou-se oficial. A seguir, alguns pontos sobre o que aconteceu na noite de 31 de março de 1964.

 

1 – UM PRESIDENTE COMUNISTA?

Jango discursa em sua visita diplomática à China comunista, em 1961 (fonte: CPDOC FGV)

Em 1961, quando Jânio renunciou, Jango visitava a China comunista. Jânio usara a renúncia para provocar na sociedade um clamor em torno de seu nome que, assim planejava, o fortaleceria para se manter na Presidência. Não funcionou. Em plena Guerra Fria, Jânio já havia condecorado “Che” Guevara, um dos líderes da Revolução Cubana, e a aproximação com a China alimentou boatos de que ele e seu vice se inclinariam ao comunismo. Elio Gaspari conta que Jango só assumiu porque aceitou, “depois de uma crise em que o país esteve perto da guerra civil, uma fórmula pela qual se fabricou um humilhante regime parlamentarista, cuja essência residia em permitir que ocupasse a Presidência desde que não lhe fosse entregue o poder”.

 

2 – JANGO REASSEGURA O PODER PRESIDENCIAL

Capa do Última Hora anuncia a vitória do presidencialismo no plebiscito de 1963 (fonte: Última Hora)

O regime parlamentarista, cujo primeiro-ministro era Tancredo Neves, limitou drasticamente a ação do presidente. Em 1963, porém, Jango recuperou os poderes presidenciais em um plebiscito em que o presidencialismo (com 9,5 milhões de votos) venceu o parlamentarismo (com 2 milhões).

 

3 – PRESIDENTE ESTANCIEIRO

Primeira visita de Fidel Castro ao Brasil, em 1959, ao lado do presidente JK e seu vice, Jango, no Palácio Laranjeiras, no Rio. À esquerda, o chanceler Negrão Lima (fonte: Agência O Globo)

De acordo com Elio Gaspari, Jango foi “um dos mais despreparados e primitivos governantes da história nacional”. Sua força política provinha da máquina da Previdência Social e das alianças estabelecidas com a esquerda no controle dos sindicatos. Era dono de grandes terras em São Borja (RS) e de um rebanho de 65 mil animais. “Movia-se no poder por meio daqueles sistemas de recompensas e proveitos que fazem a fama dos estancieiros astuciosos.” Após a consolidação de seu governo, a oposição dos militares se tornou majoritária.

 

4 – JANGO CONTRA-ATACA

Jango discursa no comício da Central do Brasil, em 13 de março de 1964, ao lado da primeira-dama Teresa Goulart (fonte: CPDOC JB)

No contra-ataque, Jango chegou a tentar um golpe, que, sem o apoio da esquerda, frustrou-se. Guinou então o governo em sua direção, anunciando grandes reformas de base. Em 13 de março, num comício na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, assinou dois decretos. “Um desapropriava as terras ociosas das margens das rodovias e açudes federais. Outro encampava as refinarias particulares de petróleo. No palanque, o líder do governo no Senado disse que ‘se o Congresso Nacional não aprovar as reformas, perderá sua identidade com o povo’. Era um governo em crise, com a bandeira das reformas hasteada no mastro da intimidação”, avalia Elio Gaspari.

 

5 – MILITARES NA RETAGUARDA

Capa do Jornal do Brasil de 14 de março de 1964, noticiando o comício da Central (fonte: Jornal do Brasil)

No discurso de 13 de março, o ministro da Guerra, general Jair Dantas Ribeiro, que apoiava Jango, foi “cumprimentá-lo à saída do palanque do comício”. Elio Gaspari ressalta que “não havia comando importante em mãos duvidosas”. Mesmo após o comício, o general Costa e Silva, um dos futuros presidentes do regime, sentia o peso da articulação pró-Jango. Elio Gaspari conta que “num encontro em que Cordeiro de Farias o convidou para botar a tropa na rua [contra Jango], [Costa e Silva] reagiu: ‘Você está maluco? Nós não podemos fazer nada’”.

 

6 – DAR O GOLPE OU SER GOLPEADO

Com parcos apoios, Jango tentou costurar saídas para a crise política, como a que envolveria sua reeleição (artifício não previsto na Constituição). “Se o golpe de Jango se destinava a mantê-lo no poder, o outro se destinava a pô-lo para fora. A árvore do regime estava caindo, tratava-se de empurrá-la para a direita ou para a esquerda.”

 

7 – AS REFORMAS DE BASE NO OLHO DO FURACÃO

As reformas de base, contrárias aos interesses da elite econômica e política, contribuíram para intensificar a polarização política que dividia o país entre esquerda e direita e acentuar drasticamente a crise.

                                                                                                               

8 – CONSERVADORES NAS RUAS E NO CONGRESSO

Marcha da Família com Deus e pela Liberdade, em 19 de março de 1964, São Paulo (fonte: Agência O Globo)

Elio Gaspari menciona que o conservadorismo paulista respondeu “ao comício do dia 13 com uma Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em que se reuniram perto de 200 mil pessoas com faixas ameaçadoras (‘Tá chegando a hora de Jango ir embora’) e divertidas (‘Vermelho bom, só batom’)”. O Congresso, de ampla maioria conservadora, dava demonstrações de que não ia aderir aos projetos de reforma janguistas.

 

9 – ANTICOMUNISMO

Tanques ocupam as ruas do Rio de Janeiro em 1º de abril de 1964 (fonte: Agência O Globo)

Elio Gaspari relata que, à direita, não havia “bases definidas” para o golpe, “mas havia uma senha. Ela seria qualquer ato de força do governo [Goulart], quer contra o Congresso, quer contra os governadores que lhe eram hostis”. Elio Gaspari relembra que “o anticomunismo da roda do pensamento conservador era uma mistura de medo real com uma espécie de industrialização do pavor, a fim de permitir que bandeiras simplesmente libertárias ou reformistas fossem confundidas com o ‘perigo vermelho’”.

 
10 – DOUTRINA DE SEGURANÇA NACIONAL

Primeiro presidente da ditadura militar, o general Castello Branco tomou posse em 15 de abril de 1964. Subiu a rampa do Palácio do Planalto ladeado por Ranieri Mazzilli e pelo general Ernesto Geisel (fonte: Agência O Globo)

Em 31 de março de 1964, todas as tentativas de resistência de Jango se esgotaram. Naquele momento, “para que o presidente vencesse, (…) era indispensável que se atirasse num último lance de radicalismo, límpido, coordenado e violento. (…) Precisaria golpear o Congresso, intervir nos governos de Minas Gerais, São Paulo e Guanabara, expurgar uma parte da oficialidade das Forças Armadas, censurar a imprensa, amparar-se (…) na sargentada e na máquina sindical filocomunista”. Em suma, para salvar seu mandato, Jango teria que provocar “tamanha mudança no poder que, em última análise, (…) tanto o governo (pela esquerda) como os insurretos (pela direita) precisavam atropelar as instituições republicanas”.

 

11 – GOLPE MILITAR

Tanques ocupam a Explanada dos Ministérios, em abril de 1964 (fonte: Agência O Globo)

O suposto contragolpe de Jango não aconteceu. Para Elio Gaspari, faltava ao presidente uma personalidade à altura do enfrentamento: “Não era um covarde, mas se habituara a contornar os caminhos da coragem.” Além disso, “nenhuma força à esquerda do presidente tomou iniciativa militar relevante durante o dia 31”. A imobilidade de Jango e a inação da esquerda tornaram o golpe inevitável, decidido, em seus pormenores, no calor do momento. “Nas altas horas da noite de 31 de março o golpe tinha uma bandeira: tirar Jango do poder, para combinar o resto depois.” A rebelião militar que depôs Jango sequestrou a democracia brasileira por 21 anos.

 

Thadeu C Santos, 29 anos, é editor freelance.

testeConfira a edição especial de Antes que eu vá com nova capa e conteúdo extra

A inusitada história de Samantha Kingston, uma garota que achava que levava uma vida perfeita até ter que reviver o dia de sua morte sete vezes (é isso mesmo!), está chegando aos cinemas!

Inspirado no romance de Lauren Oliver, Antes que eu vá estreia em 18 de maio no Brasil e será protagonizado por Zoey Deutch (Vampire Academy).  Dirigido por Ry Russo-Young, a produção conta com a participação de Halston Sage (Lindsay), Kian Lawley (Rob), Logan Miller (Kent), Cynthy Wu (Ally), Elena Kampouris (Juliet Sykes) e Medalion Rahimi (Elody) no elenco.


 
Para celebrar o lançamento do filme, a edição especial do romance chega às livrarias a partir de 28 de abril com capa inspirada no pôster do filme, dois contos inéditos que exploram a vida de Samantha antes dos acontecimentos do livro e uma entrevista da autora com a diretora e a protagonista da adaptação.

>> Mergulhe na história de Antes que eu vá (com playlist)

testeDe Sandman à Mitologia Nórdica

Por Bruno Machado*

Sandman, Gaiman e o Martelo de Thor (Fonte)

Não é de hoje que as pessoas procuram explicar o que não compreendem por meio dos deuses. Se os céus demonstravam sua fúria com raios e trovões, os gregos acreditavam ser culpa de Zeus, enquanto os escandinavos apontavam o brutamontes Thor como responsável pela bagunça. Ao longo dos séculos, as divindades que surgiam — ou eram descobertas, dependendo da sua crença — se mostravam seres complexos, com relações e disputas internas, e suas sagas inspiravam pessoas por todo o mundo.

Quando dois quadrinistas, Jack Kirby e Stan Lee, decidiram que as brigas, birras e dramas de Valhala dariam um excelente quadrinho capitaneado pelo agora loiro, musculoso e usuário de capacete com asinhas Thor, não faziam a menor ideia do impacto que essas histórias fariam na vida de um menino de sete anos que morava no interior da Inglaterra: Neil Gaiman. Um voraz consumidor de literatura fantástica e quadrinhos desde criança, Gaiman viu que a carreira no jornalismo não era exatamente o que buscava, e começou a trabalhar como roteirista das histórias em quadrinhos que tanto lia na juventude.

Se Lee e Kirby reimaginaram os deuses nórdicos, ele faria o mesmo com Sandman, e alcançaria o sucesso ao repensar como o Sonho e as demais entidades conhecidas por Eternos interagiam com os mundos e personagens das mais diversas origens. Lúcifer, por exemplo, é um príncipe frustrado, que quer abdicar de seu domínio no submundo. Interessados dos mais diversos lugares aparecem, e entre eles uma comitiva um tanto peculiar: as divindades nórdicas, que querem o inferno como território para usar de barganha e evitar o Ragnarök, o fim do mundo nórdico. O estranhamento se dá quando percebemos que os deuses de Gaiman não são como a cultura pop nos mostrava: Thor não é um paladino da justiça, loiro e eloquente, e sim  uma divindade ruiva e grosseira; Odin não é apenas sábio, e sim uma criatura soturna e estranha. Loki é o mais próximo da ideia que tínhamos do personagem, ardiloso e egoísta, mas é curioso ver o deus da traição como parte dos deuses, e não seu inimigo.

Os Deuses Nórdicos na visão da Marvel e como eles são retratados em Sandman.

Esse relacionamento de Gaiman com os deuses nórdicos foi fundamental para a sua obra. Em seu livro mais conhecido, Deuses americanos, Odin continua como líder e responsável por arquitetar seus planos por trás dos panos. Ao se mudar para os Estados Unidos, o escritor começou a imaginar um universo no qual divindades tivessem ido para o país junto dos primeiros colonos, divindades que só permaneceriam vivas enquanto houvesse gente que as louvasse.

No livro, o grande plano de Odin é vencer novas divindades, como a Tecnologia e Mídia, e manter os deuses antigos relevantes em um mundo que aparentemente os esqueceu. Para ajuda-lo nessa batalha entre os deuses, Odin conta com a ajuda de um humano comum, que é trazido para uma jornada épica pela América e testemunha o maior conflito da história. Falar mais sobre a participação das divindades nórdicas em Deuses americanos é entrar na zona de spoilers, mas os leitores mais atentos descobrirão que nomes podem esconder mais do que se imagina.

Uma carreira de sucessos literários depois, era hora de o autor prestar tributo aos mitos escandinavos em uma obra exclusiva. Em Mitologia nórdica, os heróis e a fantasia dão lugar à pesquisa histórica.

Alternando histórias sombrias e divertidas, Neil Gaiman mostra por que os mitos escandinavos são tão fascinantes. Com histórias que variam do casual ao épico, os contos vão desde a criação do martelo Mjolnir — e a “culpa” que Loki teve na criação da arma mais poderosa dos nove mundos –, à origem absurda da poesia, ou ao dia que Thor se vestiu de noiva para fingir ser a deusa Freya.

Segundo Gaiman, porque têm um final no Ragnarök e um recomeço, os mitos nórdicos são, de certa forma, mais vivos: os mitos gregos e romanos são estáticos, sempre no mesmo ponto, sem nunca se desenvolverem ou terem um fim.  É possível se perguntar se o crepúsculo dos deuses já aconteceu, ou se Thor ainda está martelando gigantes por aí. E é essa peculiaridade que chamou a atenção de um menininho de sete anos, que levou consigo essa paixão até que pudesse, quase quarenta anos depois, prestar a devida homenagem aos mitos nórdicos.

Deixe-se encantar pelos deuses nórdicos de Gaiman você também.

 

*Bruno Machado é assistente de Marketing, Nerdices e Redes Sociais na Intrínseca

testeAntes e agora: os mistérios de Quem era ela

No thriller Quem era ela, Emma e Jane queriam uma nova vida e viram na mudança para uma casa inusitada em Londres a possibilidade de tê-la. Elas se depararam com inúmeros segredos por trás daquelas paredes e viveram situações ameaçadoras até desvendarem todos os mistérios escondidos ali.

Carol e Nina são duas meninas de setores diferentes da Intrínseca que trabalharam no livro. Elas se uniram para dividir suas experiências e comentar sobre os processos de antes e depois da publicação dessa obra.

 

ANTES: NINA
Oi, gente! Eu sou a Nina, trabalho no departamento editorial da Intrínseca e adoro ler romances e thrillers. Quanto mais amor e mistério melhor! E fui a pessoa responsável por cuidar da preparação do texto do mais novo thriller da editora: Quem era ela.

AGORA: CAROL
Oi! Sou a Carol, trabalho no marketing e, assim como a Nina, adoro thrillers! Eu participei da elaboração da campanha de divulgação do livro, depois que ele já estava quase pronto para ser distribuído nas livrarias.

Kit de divulgação. [Foto: Leitora Compulsiva]

ANTES: NINA
Eu lembro que, quando recebemos a informação da compra do livro pela Intrínseca, o pessoal do setor de aquisições estava muito animado. Mas eu não me convenço assim tão fácil! Quando comecei a trabalhar no texto traduzido, fui com pouca expectativa, mas, ó: se me pedissem para recomendar um único livro de suspense para alguém, com certeza seria esse! A história é tão surpreendente e bem construída, que é preciso ler de cabo a rabo. Não seja o apressadinho que pula algumas páginas aparentemente pouco importantes: há revelações em cada parte do livro, inclusive no prefácio e nos agradecimentos. #ficaadica

AGORA: CAROL
Verdade! Depois que o livro é traduzido, revisado e entra na programação de lançamento, nós, do marketing, sempre fazemos uma reunião mensal para decidir quem ficará responsável por cada campanha. Quando li a sinopse e vi o booktrailer de Quem era ela, logo pedi para ler e participar. A história me intrigou muito! Conforme ia avançando na leitura, fiquei encantada com a criação e o desenvolvimento das duas personagens principais, Emma e Jane.

ANTES: NINA
E o que mais me encantou na história foi a duplicidade dessas mulheres. Duas personagens com personalidade e estilo de vida tão diferentes que acabam enfrentando os mesmos fatos inusitados no mesmo lugar: a casa minimalista e cercada de mistério de um arquiteto renomado em Londres. Jane, a atual moradora, precisa correr contra o tempo para descobrir a verdade sobre o destino trágico de Emma, a antiga residente, antes que tenha um desfecho similar. É preciso montar as peças de um grande enigma para saber quem era ela e ter a chance de escapar.

AGORA: CAROL
Nina só se esqueceu de dizer que o arquiteto e proprietário da casa, Edward, parece bastante com um personagem que ela adora, né?! (Christian Grey, gente!)

Ele é controlador e, além de fazer os candidatos a inquilino preencherem uma ficha com um monte de perguntas bizarras, os moradores que passassem pela avaliação dele teriam que abdicar de inúmeros objetos, como livros, móveis e todo tipo de decoração para viver a experiência de morar naquela casa da Folgate Street.

ANTES: NINA
Menina, é aí que mora o charme da história. Imagina colocar alguém parecido com Christian Grey numa casa misteriosa com mulheres cheias de segredos? Melhor ideia de todas! Só lendo para descobrir o que pode acontecer.

Além disso, nossa edição está linda, quebramos muito a cabeça para pensar no melhor título para esse livro, a Carol e a equipe do marketing criaram uma campanha incrível e agora estou doida para saber a opinião dos leitores!

AGORA: CAROL
Nós queríamos tanto aguçar a curiosidade de vocês, que criamos um questionário, bem semelhante ao do livro, com perguntas para verificar se os leitores estavam aptos a encarar nosso novo thriller. Todo mundo ficou enlouquecido e deu super certo! Depois que divulgamos a resposta de “Que livro é esse?!”, a recepção foi LINDA nas redes sociais e com nossos blogueiros! <3 Também, né? Como não amar e se envolver com Quem era ela?

Agora resta só saber a opinião de vocês. Contem pra gente! Eu e Nina vamos amar saber.

Beijos e até a próxima!

>> Conheça o nº1 da Folgate Street

testeA incrível playlist de Big Little Lies

O elenco de Big Little Lies, série inspirada no romance Pequenas grandes mentiras, de Liane Moriarty, chamou a atenção logo quando foi anunciado. Com Nicole Kidman, Reese Witherspoon e Shailene Woodley nos papéis das protagonistas da história, a adaptação já tinha tudo para conquistar o público. Porém ninguém imaginava que a trilha sonora também ganharia notoriedade.

O diretor Jean-Marc Vallée e a supervisora Sue Jacobs criaram uma identidade musical que garante a tensão de cada episódio. “Big Little Lies é sombria e tem uma história muito pesada, por mais que na superfície tudo pareça muito bonito. A maneira como a câmera se move e como a música se molda através dela é nada mais que usar a própria música como recurso narrativo”, contou em Sue.

Alabama Shakes, Leon Bridges, Villagers, Sade, Frank Ocean, Elvis Presley, Charles Bradley foram alguns dos escolhidos para embalar a série sobre três mulheres que aparentemente têm uma vida perfeita em uma pequena cidade litorânea.

Escute a playlist:

testeIntrínseca recebe quatro troféus no Prêmio Avena PublishNews

Em uma noite que reuniu os principais diretores e representantes do mercado editorial, a Intrínseca recebeu quatro troféus no Prêmio Avena PublishNews, evento que celebra os profissionais que trabalham com livros no país. Jojo Moyes foi responsável pelo Livro Mais Vendido do Ano, Como eu era antes de você, que foi também o mais vendido em ficção. Não satisfeita, Jojo emplacou também o segundo lugar na categoria de ficção, com Depois de você. Juntos, esses dois títulos venderam mais de 1 milhão de exemplares no ano passado.

E a grande vencedora da noite foi nossa gerente de marketing, Heloiza Daou, que levou o Prêmio Especial Profissional de Marketing e de Vendas do Ano de 2016. Heloiza foi responsável por campanhas de grande repercussão, como as dos livros O lar da srta. Peregrine paras crianças peculiares, Pax e Ted Talks, além de eventos como a Turnê Intrínseca e a criação de estandes na 32ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo e na terceira edição  CCXP – Comic Con Experience.  

Em seu discurso, ela agradeceu a oportunidade de ter sido indicada ao lado de outros profissionais tão legais do mercado editorial. Leia na íntegra:

“Em primeiro lugar gostaria de agradecer a indicação e a oportunidade de estar ao lado de outras pessoas tão bacanas do mercado. Agradeço aos jurados, aos livreiros, com quem lidamos todos os dias e que são responsáveis por fazer esse mercado girar. E agradeço, claro, à Intrínseca.

Não existe estrela na Intrínseca. Se um livro é sucesso, vai para a lista, a culpa é de todo mundo. Se o livro vai mal e flopa, a culpa também é de todo mundo. Existe um senso de responsabilidade comum instaurado em que todos se sentem parte do processo. Não existe ninguém maior que a marca. Não existe como o marketing trabalhar sozinho. As ideias vêm de todos os departamentos, a obra é feita de maneira conjunta, cada um tem um tijolinho: da aquisição às visitas às lojas dos promotores, passando por direitos autorais, administração e financeiro, comunicação, design, produção gráfica, café na cozinha, editorial e diretoria. Acho que dá para imaginar o quanto de matéria-prima recebemos diariamente. Como toda grande construção, é preciso gente para organizar as ideias e os sacos de cimento. O prêmio é no meu nome, mas ninguém faz nada sozinho. Eu tenho uma equipe incrível de mestres de obras que cuidam de tudo, da planta ao acabamento: Ana Carolina Slade, Carolina Nunes, Bruno Grandis, Carolyne Goethe, Letícia Vallecilo, Vanessa Mello Rocha e Thiago Monte.Meninos, esse prêmio é de vocês. Obrigada pelos detalhes: são eles que fazem a diferença.

Não posso deixar de agradecer também à Neyde Côrtes e ao Jeferson Bignardi, diretora e gerente comerciais da Intrínseca. Não existe trabalho efetivo no marketing sem o comercial. Para que a gente construa a casa, é preciso que vocês criem a fundação. Obrigada por serem os melhores, por acreditarem e toparem tudo que propomos.

E por último eu agradeço ao Jorge Oakim. Reconhecimento para mim é me deixar trabalhar. E na Intrínseca eu consigo há 6 anos e meio. Obrigada por nunca ter dito não para os projetos malucos, por ter acreditado mesmo quando ninguém tinha feito e pela energia que você passa todos os dias. Obrigada.”

testeO que é preciso para se tornar um campeão?

Adriano de Souza (Fonte)

Adriano de Souza nasceu em uma sexta-feira 13, num barraco de madeira, numa favela do litoral paulista. Ainda criança, sua vida mudou completamente quando descobriu a alegria de brincar com uma prancha de surfe nas ondas do Guarujá. Baixinho, malnutrido, criado na pobreza, Mineirinho, como ficou conhecido, conseguiu superar suas limitações, colecionar títulos dentro e fora do Brasil e conquistar o campeonato mundial do esporte.

A jornada de Adriano foi registrada em Como se tornar um campeão pela jornalista Márcia Vieira, que em mais de trinta anos de carreira teve passagens por veículos como Jornal dos Sports, O Estado de S. Paulo e O Globo. Em entrevista exclusiva, a autora – que lança o livro no dia 05 de maio em São Paulo – explica o interesse pelo esporte, o processo de escrita do livro e as expectativas com o grupo de brasileiros do surfe profissional, a Brazilian Storm. Confira:

1- O que a motivou a ir atrás da história de Adriano? Você já se interessava pelo esporte ou a história de superação dele que a convidou a pesquisar melhor sobre o mundo do surfe?

Comecei no jornalismo cobrindo esporte amador no Jornal dos Sports, no início dos anos 1980. Até então, não tinha interesse por nenhum outro esporte que não fosse futebol. 

À medida que fui conhecendo melhor o mundo do que na época se chamava esporte amador (surfe, natação, atletismo, basquete, remo…), fui me apaixonando. Até escrever o livro, sabia que Adriano era muito talentoso, um líder entre os surfistas brasileiros, mas sobretudo um grande batalhador, que tinha rompido barreiras para chegar à elite do surfe. Eu não tinha noção de que a história dele era muito mais do que isso.

Depois das primeiras conversas e de pesquisar muito sobre o surfe de elite, percebi que a trajetória dele, do Guarujá ao título no Havaí, é uma das mais impressionantes da história do esporte. Chegar aonde ele chegou, enfrentando carências e hostilidades pelo caminho, não é para qualquer um.

 2- Como foi o processo de escrever o livro de um atleta que está viajando todo o tempo? Você se encontrou pessoalmente com Adriano para escrever o livro? Como foi?

Nossa primeira conversa foi por Skype. Adriano, depois de dois meses de lua de mel na Indonésia e no Vietnã, estava na Austrália para competir nas três primeiras etapas do Circuito Mundial. A princípio, ele foi bem econômico nas respostas. Adriano é tímido, reservado, e parecia pouco à vontade em contar sua vida para alguém que não conhecia e, ainda por cima, via Skype, com doze horas de fuso horário entre nós.

Aos poucos, ele foi relaxando, ganhando confiança, me contando mais histórias, detalhando angústias e conquistas. Ficamos assim, pela internet, durante dois meses, conversando sempre entre os intervalos de treinos e competições, até ele chegar ao Brasil para a etapa do Rio do Circuito Mundial. Nós nos encontramos na casa dele, em Florianópolis, um superapartamento com vista para as ondas da praia do Campeche. Um lugar agradável, decorado com apreço pela mulher dele, Patrícia Eicke. O lugar mais legal da casa é a sala com todos os troféus que ele acumulou desde a infância. Estão lá também, arrumadas em gavetas, as camisetas de todas as competições de que participou desde a estreia na elite do surfe, em 2006. Foi na casa dele, ouvindo o barulho do mar entre goles de suco de uva, que a conversa fluiu de vez.

Depois, fomos juntos para o Guarujá, onde ele nasceu, e percorremos as ruas da comunidade Santo Antônio, sua “quebrada”, como gosta de dizer. Bastou Adriano pisar na favela para que dezenas de meninos e meninas surgissem aos gritos de “O campeão voltou”. Foi emocionante. Depois de conhecer Santo Antônio, seus moradores, e conversar com os pais e o irmão de Adriano, é que tive a dimensão do caminho que ele precisou percorrer até ser consagrado em Pipeline, no Havaí. Entendi por que chorou ao sair da água, em dezembro de 2015, com o título de campeão mundial. Como ele mesmo definiu: sua conquista foi algo monumental.

3- Antes dos títulos de Gabriel Medina e Adriano de Souza, o surfe não tinha tanto destaque na cobertura jornalística brasileira. Você acha que se mais pessoas conhecessem o cenário do surfe poderíamos ter mais jovens surfistas brasileiros no ranking dos melhores do mundo?

O Brasil já tinha tido outros surfistas entre os atletas de elite. O que aconteceu a partir da chegada de Adriano ao Circuito Mundial, com apenas dezenove anos, é que ele passou a ser visto como um competidor inflexível pelos rivais. Ele foi mostrando, conforme ia evoluindo, que tinha chances de um dia ser campeão. E provou para a garotada que era possível sobreviver e vencer num circuito dominado por americanos, havaianos e australianos.

Quando Gabriel Medina ganhou o título, em 2014, foi a confirmação de que o “time” brasileiro era muito mais do que apenas uma esperança da barulhenta torcida verde e amarela que invade a areia, até mesmo em praias australianas e havaianas. Em 2015, ano em que Adriano foi campeão mundial depois de dez anos lutando pelo título, o Brasil explodiu no cenário do surfe mundial: Adriano foi o primeiro brasileiro a vencer a etapa de Pipeline, no Havaí, a mais importante do circuito; Medina foi campeão da Tríplice Coroa (torneio disputado em três praias havaianas), outro título inédito para o surfe brasileiro; Caio Ibelli foi campeão do WQS (torneio classificatório para a elite); Ítalo Ferreira foi o estreante do ano no circuito; e o carioca Lucas Silveira foi campeão mundial júnior. Um ano de ouro.

 

4- Ao longo do livro, é mencionado que a conquista do título mundial não teve a cobertura que é comum a outros campeões mundiais. Por que você acha que isso aconteceu?

O mundo do surfe é dominado por americanos, havaianos e australianos. Em todos os sentidos. Quem organiza o campeonato mundial é a WSL (World Surf League), uma empresa americana. O maior campeão mundial de todos os tempos é americano, Kelly Slater (onze vezes campeão). O segundo maior é australiano, Mike Fanning (tricampeão). As maiores empresas patrocinadoras de surfwear são americanas e australianas. Adriano não tinha o perfil típico dos surfistas que dominavam o circuito: ele é baixo, de origem humilde, descendente de nordestinos, vindo de um país que, até a chegada dele ao circuito, não tinha um campeão mundial. Ele conquistou sua vaga na elite vencendo o torneio WQS. Uma senhora façanha. Esse torneio reúne cerca de mil surfistas de todas as nacionalidades.

Nos primeiros anos na elite, Adriano foi bem, mas não chegou a ameaçar a turma que dominava as ondas. Era mais um entre os 36 que disputavam o circuito. Quando começou a brigar de fato pelo título mundial e passou a se impor nas ondas, disputando com garra e comemorando suas conquistas com estardalhaço, o que não se fazia na época, foi mal recebido. Mas não se importou com isso. Continuou focado, tentando aprender com quem surfava melhor do que ele. Comprou briga, dentro d’água, com o fenômeno Kelly Slater. Enfim, incomodou. Quando conquistou o título mundial, em Pipeline, a grande torcida da mídia internacional especializada, composta por revistas e sites americanos e australianos, era por Mike Fanning. O australiano brigava pelo quarto título mundial. Meses antes, tinha sido atacado por um tubarão na etapa sul-africana. Na véspera, tinha perdido um irmão, e sua mãe estava na praia torcendo por ele. Fanning seria campeão mundial se Adriano não tivesse vencido sua bateria na semifinal e levado o título. Por isso, acredito, a má vontade da mídia internacional com Adriano. O editor de uma revista especializada chegou a fazer, mais tarde, uma espécie de mea-culpa, admitindo que todo o mundo foi injusto com Adriano.

 

5- Quais as suas expectativas sobre a performance de Adriano no campeonato de 2017?

São muito boas. O campeonato mundial é disputado em onze etapas ao longo do ano em praias com ondas muito diferentes. A briga pelo título é dura. Adriano fez uma excelente pré-temporada, em janeiro e fevereiro. Treinou direto no Havaí. Não parou nem no Natal. Ele está muito animado com o trabalho com o técnico, o Leandro Dora, o Grilo. Vai brigar pelo bicampeonato. No Brasil, a gente pode acompanhar as etapas pelo site da WSL e pela ESPN, na TV. E de 9 a 20 de maio acontece a etapa em Saquarema. É um grande momento para o surfe brasileiro. Os fãs devem lotar a praia.

testeRuby, o romance que conquistou Oprah Winfrey, conta a luta de uma mulher para sobreviver à violência

“Não é uma história apenas sobre abuso. É sobre sobrevivência”. Assim Cynthia Bond define Ruby, seu romance de estreia. A obra apresenta a vida de uma jovem garota que, depois de passar por sofrimentos inimagináveis durante a infância, decide fugir de sua cidadezinha no sul dos Estados Unidos para recomeçar a vida em Nova York nos anos 1950. Porém, um telegrama urgente a faz voltar para casa, forçando-a a reencontrar pessoas do passado e a reviver momentos perturbadores.

Com uma prosa refinada, Cynthia escreve sobre temas delicados como violência doméstica, abuso e racismo. Apesar de ser uma história de ficção, Ruby foi inspirado em fatos reais vividos pela família da própria autora. A tia de Cynthia foi assassinada no Texas por homens da Ku Klux Klan. A história ficou guardada por um bom tempo até parar no papel, anos depois.

Ruby conquistou elogios do público, da crítica e de personalidades como Oprah Winfrey, que selecionou a obra para o seu Clube de Leitura, e Uzo Aduba, atriz que interpreta a Crazy Eyes de Orange Is the New Black e se encantou com a história de uma mulher que tinha tudo para ser fraca, mas luta para sobreviver à violência e à loucura.

O romance virou best-seller do New York Times e foi finalista do Baileys Women’s Prize, prêmio que elege o melhor livro de ficção escrito por mulheres no Reino Unido. A obra chega às livrarias brasileiras a partir de 13 abril.

testeConcluídas as filmagens da adaptação de Baseado em fatos reais, com Eva Green e Roman Polanski

Por Suelen Lopes direto do Salão do Livro de Paris

As atrizes Eva Green e Emmanuelle Seigner

Vencedor do Prix Renaudot de 2015 e grande sucesso na França, Baseado em fatos reais, livro de Delphine de Vigan lançado no Brasil em 2016, está sendo adaptado para o cinema pelo diretor Roman Polanski. Em debate no último sábado, no Salão do Livro de Paris, a autora, o diretor e o roteirista, Olivier Assayas (Acima das Nuvens e Paris, Te Amo), contaram que as filmagens terminaram nessa sexta-feira, 24/3. 

Delphine de Vigan confessou jamais ter imaginado que seu livro poderia ser adaptado por alguém como Polanski. Mas o diretor afirmou que ficou intrigado pela narrativa desde o primeiro contato. Já o roteirista Olivier Assayas revelou que se sentiu muito feliz em poder adaptar um autor francês contemporâneo e que vê traços no livro de Delphine que lembram filmes como Repulsa ao Sexo (dirigido por Polanski) e O Inquilino (David Ondaatje).

Debate no no Salão do Livro de Paris

Na obra, a escritora Delphine (interpretada por Emmanuelle Seigner) atravessa uma fase de bloqueio criativo e de depressão após o sucesso de seu último livro. Nesse momento, conhece a ghost-writer L., uma mulher sedutora e misteriosa que, aos poucos, passa a dominar todas as esferas da vida de Delphine. L. será interpretada por Eva Green. 

As pistas lançadas ao longo da narrativa constroem um jogo entre realidade e ficção, e Delphine de Vigan e Polanski concordam que não se deve defini-los. “Será que o público quer o jogo da ficção ou o da realidade?”, perguntou o diretor.

Temas como manipulação, dominação, poder e fragilidade não são importantes apenas em Baseado em fatos reais, mas em todos os livros de Delphine de Vigan — para a autora, trata-se de uma questão bastante pessoal, que a constitui como escritora e que marca bastante suas obras. A estreia do filme está prevista para o fim de 2017.

Delphine de Vigan no no Salão do Livro de Paris


*Suelen Lopes
 é editora assistente de livro estrangeiros na Intrínseca. Gosta de chá, cachorros e francês, e acredita que dar voz à vulnerabilidade humana ainda vai mudar o mundo.