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Um marido amoroso ou um assassino cruel? Conheça o thriller A viúva, de Fiona Barton

25 / janeiro / 2017

A partir de 3 de fevereiro, chega às livrarias A viúva, romance que reconstrói um crime imperdoável por meio de três perspectivas diferentes ao mesmo tempo em que faz uma análise impiedosa de um relacionamento complexo. Uma leitura perfeita para quem gosta de thrillers como Garota exemplar, de Gillian Flynn.

Na trama, Jean Taylor deixou de contar, ao longo dos anos, muitas coisas sobre o terrível crime que o marido era suspeito de ter cometido. Ela estava muito ocupada sendo a esposa perfeita, permanecendo ao lado do homem com quem casara enquanto convivia com os olhares acusadores e as ameaças anônimas.

No entanto, após um acidente cheio de enigmas, o marido está morto, e Jean não precisa mais representar esse papel. Não há mais motivo para ficar calada. As pessoas querem ouvir o que ela tem a dizer, querem saber como era viver com aquele homem. E ela pode contar para eles que havia alguns segredos. Afinal, segredos são a matéria que contamina (ou preserva) todo casamento.

Narrado das perspectivas de Jean Taylor, a viúva, do detetive Bob Sparkes, chefe da investigação, cuja carreira é posta em xeque pelo caso, e da repórter Kate Waters, a mais habilidosa dos jornalistas que estão atrás da verdade, o romance de Fiona Barton é um tributo aos profissionais que nunca deixam uma história, ou um caso, escapar, mesmo que ela já esteja encerrada.

A viúva foi escrito pela consagrada jornalista Fiona Barton, que ganhou destaque mundial na cobertura do caso Madeleine McCann, a menina inglesa desaparecida durante as férias da família em Portugal, em 2007.

 

Leia um trecho de A viúva:

— Meu nome é Kate. Kate Waters, repórter do Daily Post.

— Eu sou… — começo, e de repente me dou conta de que ela não perguntou.

— Eu sei quem você é, Sra. Taylor. — Não são ditas as palavras Você é a matéria. — Não vamos ficar paradas aqui fora.

E, de algum modo, ela entra enquanto está falando.

Eu me sinto chocada demais com o rumo dos acontecimentos para responder, e a mulher toma meu silêncio como permissão para entrar na cozinha com a garrafa de leite e preparar uma xícara de chá para mim. Vou atrás dela em direção à cozinha — não é um cômodo grande, e temos que nos encolher um pouco enquanto ela circula, enchendo a chaleira e abrindo todos os meus armários à procura de xícaras e açúcar. Apenas fico ali, deixando que tudo isso aconteça.

Ela está tagarelando sobre os armários.

— Que cozinha linda, parece novinha; adoraria que a minha fosse assim. Você mesma montou?

É como conversar com uma amiga. Não pensei que falar com um jornalista seria assim. Achei que seria como um depoimento para a polícia. Que seria um suplício, um interrogatório. Foi o que o meu marido, Glen, disse. Mas não é.

— Sim, nós escolhemos portas brancas e puxadores vermelhos porque pareciam bem despojados — respondo.

Estou em casa discutindo armários de cozinha com uma repórter. Glen teria um ataque.

— É por aqui, não é? — diz ela, e eu abro a porta que dá para a sala de estar.

Não sei bem se quero que ela fique — não sei direito como me sinto. Não parece certo protestar agora — ela está apenas sentada, batendo papo com uma xícara de chá na mão. É engraçado, estou gostando bastante da atenção. Fico um pouco solitária nessa casa, agora que Glen se foi.

E ela aparenta estar no comando das coisas. É realmente agradável ter alguém cuidando de mim outra vez. Eu estava começando a entrar em pânico por ter que lidar com tudo sozinha, mas Kate Waters está me dizendo que vai resolver tudo.

Só o que preciso fazer é lhe contar tudo sobre a minha vida, diz ela.

A minha vida? Na verdade, ela não quer saber sobre mim. Não foi até a minha porta para ouvir sobre Jean Taylor. Ela quer saber a verdade sobre ele. Sobre Glen, meu marido.

Veja bem, ele morreu há três semanas. Atropelado por um ônibus bem em frente ao supermercado Sainsbury’s. Em um minuto, meu marido estava ali, me dando um sermão sobre o tipo de cereal que eu deveria ter comprado, e no instante seguinte estava morto na rua. Traumatismo craniano, disseram. Morto, de qualquer forma. Simplesmente fiquei ali olhando para ele caído. As pessoas corriam de um lado para outro procurando cobertores, e havia um pouco de sangue na calçada. Mas não muito. Ele teria ficado contente. Não gostava de ver nada bagunçado. [Leia +]

Comentários

2 Respostas para “Um marido amoroso ou um assassino cruel? Conheça o thriller A viúva, de Fiona Barton

  1. Parece ser interessante sobre o livro a Viúva e espero poder comprar logo pra ler a conclusão do desfecho final.

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