Pedro Gabriel

Uma estrada chamada 2017

27 / dezembro / 2016

Queridos leitores, queridas leitoras, tudo em paz com vocês? Aproveitei estas últimas semanas de 2016 para fazer alguns testes nas minhas redes sociais, principalmente no Instagram e no Facebook. Por isso, muitas publicações ficaram sem ordem, meio desorganizadas — uma verdadeira bagunça, admito. Mas uma bagunça necessária. Precisei pisar em vários atalhos até encontrar o caminho que mais me agradava. Acho que finalmente encontrei uma trilha bacana para me renovar sem perder minha essência. Acho que finalmente consegui programar meu GPS criativo para essa nova estrada que começará a ser percorrida em 2017.

Eu me chamo Antônio é uma história que teve início no balcão de um bar e, logo depois, foi parar na internet. Mais adiante, continuou nas prateleiras das livrarias. Mas ela é, essencialmente, uma ideia que escapou do meu peito e encontrou o coração das pessoas que se dedicam a querer enxergar a beleza dos versos e dos traços além do limite do guardanapo; uma ideia que encantou a alma das pessoas que entendem que cada criação é infinita; uma ideia que condensa em si a coragem de quem contempla o mundo com os olhos da imaginação.

Todos os meus guardanapos, sem exceção, foram criados no Café Lamas, um tradicional bar do Rio de Janeiro. Hoje, são mais de 2 mil criações guardadas com muito carinho em álbuns de fotografia, como se cada guardanapo fosse, de fato, uma retratação do meu mundo interior. Muitas delas foram impressas nas páginas dos meus três livros publicados pela Intrínseca. Livros que me fizeram acreditar que era possível viver daquilo que amo: desenhar e escrever. Cada livro retrata um momento. O primeiro Eu me chamo Antônio (2013) foi marcado pela minha insegurança, um medo danado de não dar certo. O Segundo (2014) já demonstrava uma vontade — mesmo que tímida — de libertar as palavras para além das fronteiras dos guardanapos. Ilustre Poesia (2016) fecha um ciclo que começou a ser desenhado no fim de 2012. Agora, com esta terceira publicação, dou mais um passo em direção à promessa do romance, como anuncia a descrição dessa ideia desde que foi criada: “Antônio é o personagem de um romance que está sendo escrito, vivido.” Pois bem, acho que chegou a hora de começar a estruturar essa promessa, e isso exige ainda mais tempo e dedicação de minha parte. Até então eu vinha vivenciando esse romance. Agora, quero escrevê-lo. E ele será escrito.

Como alguns de vocês sabem, este ano me mudei para São Paulo. Meu ritmo de criação naturalmente diminuiu. Não seria sincero dar vida aos guardanapos em outro lugar que não fosse no Lamas. Por isso, só tenho criado coisas novas quando visito minha família na Cidade Maravilhosa. A vinda para a Terra da Garoa veio no momento certo. Eu precisava buscar novas motivações, novas inspirações, novas técnicas, novas histórias, novas plataformas e novas formas de contar essas tramas. Aqui senti novamente aquele frio na barriga antes de encarar uma página (um guardanapo?) em branco. É como se a vida quisesse me tirar da zona de conforto e me obrigasse a pensar além dos versos curtos, além dos traços confusos. E isso é ótimo! Quem vive de criatividade não pode se acomodar jamais. Quem vive de criatividade também não pode repetir as fórmulas que deram certo. Para um ser criativo, repetir o sucesso é fracasso. Quero ousar mais. Experimentar mais. Experimentar e falhar. Experimentar e acertar. Mas, acima de tudo, experimentar e manter uma linha coerente com aquilo em que acredito. Medo de fracassar? Muito. Mas preciso ser honesto com minha voz interior, com meu feeling. Até escrevi num guardanapo antigo: “Siga sua intuição. Ela é a sua mãe invisível.” Em outro, mais recente, desenhei com minha caligrafia: “Sem esforço, o que é DOM dura pouco.”

Os guardanapos, inconscientemente, me orientaram e ajudaram a tomar algumas decisões. Espero contar com vocês em cada etapa dos meus futuros projetos. Se vão vingar ou morrer na beira da estrada, não sei. Mas podem ter certeza de que, em todas as plataformas que for explorar — música, desenho, palavra —, serei o mais transparente possível com minha sensibilidade. Não posso fugir de quem sou.

O caminho será longo, mas também muito bonito. Minhas pegadas têm muito mais fôlego quando são seguidas pelos passos que vocês dão.

Com amor e poesia,

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