testeAs canções que você escolheu para mim

Parecia impossível, uma mentira. Mas aconteceria. Selma realmente iria se mudar do apartamento das Laranjeiras, aquele em que eu havia passado metade da minha adolescência e juventude, logo no começo da nova década. Era dia 31 à tarde, e fazia o calor infernal típico da véspera de Réveillon. Não estávamos preocupados com os fogos da meia-noite, era hora de fechar as contas.

Selma vivera diferentes encarnações em uma só existência — dizia que, ao aposentar-se e mudar para o interior com o novo namorado, estava começando sua nona vida. Estava chegando à última etapa de uma existência felina, que fora repleta de reinvenções: normalista apaixonada por Roberto, mulher e dona de casa, professora universitária, mãe e ativista, doutoranda e não mais mãe.

Entendia que ela desejava se livrar de tudo, dos livros e dos discos. Pensara em chamar um sebo para que tudo fosse rápido, mas sabia que esses vinis foram minha educação musical. Marina, Caetano, Bowie, Rolling Stones, Abba, ACDC. Selma não podia escolher, tinha de levar todos ou nenhum. Escolheu abandonar tudo, deixar as memórias para mim. O namorado havia trazido um aparelho de CD dos Estados Unidos. O futuro é compacto.

Em seus poucos anos, Otávio acumulou muita coisa. Vários discos comprados por mês, livros que a mãe o incentivava a ler. Decidi jogar no lixo os livros antigos que Roberto deixara para trás e que, por algum motivo, foram parar no quarto do filho. Devem estar obsoletos. Ao longo dos anos, a vida é um pouco como o direito: leis antes imprescindíveis, escritas em pedra, tornam-se vetustas. Convicções antigas caem por terra, quase todas.

Uma caixa grande, cheia de fitas cassete, uma para cada humor. Ninguém sabe o trabalho que dava fazer uma boa fita mixada. O gravador em pausa esperando a música começar no rádio, os primeiros acordes cortados. Havia tantas delas, que Otávio preparava uma para cada ocasião. Em caneta vermelha, cada música listada, com o respectivo nome do artista. E um título, como de um álbum: “Dia de sol na praia”, “Relax”, “Dor de cotovelo” e, bem no fim da pilha, “Inácio — set/86”.

Ele havia selecionado músicas pensando em mim. Decido que ficarei com o walkman amarelo da Sony, um dos bens mais preciosos de Otávio. Acho que ainda poderá ser usado por alguns anos. O gravador de mesa também levarei, assim como o cartaz de A Lagoa Azul, agora meio amarelado pelo passar dos anos. Objetos podem ser um testamento da vida de alguém. De como somos atemporais e, ao mesmo tempo, datados.

Ao contrário das demais fitas, a minha não tinha as músicas listadas. Seria preciso ouvi-la. Quando a coloco no tocador, faz um som estranho, a fita se solta do cassete. Retiro-a com cuidado e, com a ajuda de uma caneta, rebobino o conteúdo de volta. Aperto bem. Quero saber seu conteúdo. Lembro-me que, um dia, Otávio me disse que logo o esqueceria. Estava quase sempre certo, porém se enganara sobre isso. Não passa um dia sem que eu não queira comentar alguma coisa com ele, contar-lhe algo.

As canções que Otávio escolheu para mim começam a tocar. As músicas são bem antigas, a compilação foi feita  três meses antes de sua morte. Pergunto-me se ficou inacabada. Apenas nove canções.

“The crying game”, Culture Club

“Poema”, Ney Matogrosso

“London, London”, Gal Costa

“A menina dança”, Novos Baianos

“Tempo perdido”, Legião Urbana

“You are”, Lionel Ritchie

“When doves cry”, Prince

“Todo amor que houve nessa vida”, Barão Vermelho

“Esse outro mundo”, Heróis da Resistência

testeQual vinho você é?

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O universo do vinho é muito mais legal quando se tem conhecimento. Para saber qual tipo de vinho combina mais com a sua personalidade, criamos um teste divertido que vai ajudar a entender se você está mais para Cabernet Sauvignon ou para Prosecco.

Participe, compartilhe com os amigos e saiba mais em O guia essencial do vinho: Wine Folly, livro publicado recentemente pela Intrínseca que reúne explicações claras e acessíveis sobre os diferentes tipos de uva, harmonização e muito mais!

Teste aqui!

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testeO guardanapo de vidro

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Na semana passada, fui convidado para fazer uma intervenção na vitrine da livraria Martins Fontes. Localizada na Avenida Paulista, talvez a calçada mais movimentada de São Paulo, a livraria tem uma imensa janela de vidro, onde volta e meia algum artista é convidado a deixar sua inspiração fluir. Fui o sortudo da vez.

Como nunca havia feito um desenho nessa proporção — até então meu território criativo não passava do limite de 9cm x 13cm dos meus guardanapos —, fiquei bastante inseguro para aceitar esse desafio. Mas aceitei. Tudo tem que começar em algum momento. A bem da verdade, as fronteiras da sensibilidade são ilimitadas. E inimitadas. Afinal, cada um tem sua forma de sentir. Cada um tem sua forma de se encaixar no mundo e de querer dialogar com ele. Encontrei a minha.

Escolhi um desenho que respeitasse algumas regras:

1) Simplicidade: a arte deveria seguir o universo que criei para o personagem Antônio. Ou seja, deveria manter o casamento da palavra com o traço. Por isso, além de escolher um desenho já presente no meu novo livro, Ilustre Poesia, resolvi também colocar um verso inédito para levar um pouco de poesia aos pedestres que estão sempre na correria entre uma reunião e um almoço de negócio.

2) Visibilidade: a arte deveria ser grande o bastante para chamar a atenção e poder ser vista de dentro da livraria, mas sem ofuscar o conteúdo da vitrine: os livros.  Quis algo que mantivesse a transparência. Esta deveria ser a relação do autor com o leitor: ser sempre transparente.

Enquanto ganhava coragem para começar minha arte, bati papo com alguns leitores que me reconheceram durante o processo e respondi a uma minientrevista para o mestrado de uma leitora. A pedido dela, levei alguns originais dos guardanapos para ela poder ter uma noção de como são feitos realmente. Enfim, mais do que um dia de criação, foi uma oportunidade de estar em contato ao vivo com meus leitores.

Em poucas horas, terminei minha intervenção. Agora, à minha frente, um imenso guardanapo de vidro se faz vivo. Dois rostos desconhecidos, vestidos de mar, se dão as mãos e esperam sua visita. Então, querido leitor, querida leitora, se você passar pelo número 509 da Avenida Paulista, faça um autor feliz: tire uma foto e coloque a hashtag #ilustrepoesianapaulista. Estamos combinados?

testePolêmicas de Carnaval

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Detalhe do carnaval da Beija-flor de 1989 (Fonte)

O ano ainda nem acabou e já existe uma enorme expectativa em torno do próximo Carnaval no Rio de Janeiro. O motivo é simples: como o novo prefeito, Marcelo Crivella, bispo da Igreja Universal, não conseguiu convencer que acredita mesmo que o Estado seja laico, organizará a mais importante festa da cidade sem nenhuma interferência de caráter religioso.

É bem verdade que desde que o Carnaval carioca foi pensado como um produto da indústria turística, no início da década de 1930, o evento sempre foi marcado pela discórdia. Em Os Guinle eu conto como Octávio Guinle, na qualidade de colaborador da prefeitura e de proprietário de dois hotéis, o Copacabana Palace e o Palace, foi criticado ao mandar fechar a principal avenida da cidade, a Rio Branco, para dar maior visibilidade à festa momesca.

Ao longo dos últimos 80 anos, não faltaram debates acalorados sobre o assunto Carnaval. Em 1940, o periódico O Jornal publicou várias matérias alertando sobre seus efeitos nefastos na saúde dos foliões. Segundo o iminente neurologista e professor Austregésilo, o Carnaval “depaupera e deixa o corpo indefeso para a luta contra as moléstias”.

No final daquela década, a imprensa criticava a Comissão de Carnaval da prefeitura encarregada de julgar os melhores sambas e as melhores marchinhas e defendia que o julgamento pertencia ao povo. Em 1952, as autoridades da cidade se prepararam, pois acreditavam que ao longo dos quatro dias de folia haveria “grandes massacres”. Quase acertaram: o badalado Baile dos Artistas acabou em enorme pancadaria.

Quando o desfile das escolas de samba se cristalizou como auge do Carnaval no Rio, as polêmicas foram ainda mais intensas. Durante anos discutiu-se o local ideal dos desfiles no Centro: seria na avenida Presidente Vargas, na avenida Rio Branco ou na avenida Antonio Carlos?

Quando, enfim, fundaram o Sambódromo para abrigar os desfiles, em 1984, a discussão em torno do local acabou. Mas surgiram outras: em 1989, por conta do primeiro nu frontal da passista Enoli Lara; em 1998, porque a bela Luma de Oliveira usou uma coleira com o nome do marido, o empresário Eike Batista. Nos últimos anos foram os blocos de rua que passaram a dar o tom das reclamações acaloradas: atrapalham o trânsito, sujam a cidade, são violentos etc.

Caso no Carnaval de 2017 surja alguma crítica ao novo alcaide por questões religiosas, nem estas serão inéditas. Vale lembrar que em 1989 o enredo da Beija-Flor (“Ratos e urubus, larguem a minha fantasia”) foi vítima de censura por parte da Igreja católica. A Arquidiocese, por meio de uma liminar da Justiça, proibiu a reprodução do Cristo Redentor em um dos carros que iam compor o desfile do carnavalesco Joãosinho Trinta. A alegoria entrou na passarela mesmo assim, mas coberta por um plástico preto e uma faixa com os dizeres “Mesmo proibido, olhai por nós”.

 

teste10 curiosidades sobre O lar da srta. Peregrine para crianças peculiares

saidadegraficainstagramLeitores, a espera está acabando! O primeiro livro da série O lar da srta. Peregrine para crianças peculiares chega às livrarias a partir de 12 de novembro. Para sua estante ficar completa e perfeita, nossa edição é tão caprichada quanto Cidade dos etéreos e Biblioteca de Almas, com capa dura, sobrecapa e páginas em duas cores.

A história começa com Jacob Portman, um garoto de 16 anos, enfrentando a misteriosa morte do avô e indo em busca de respostas. Para isso, ele segue pistas que o levam a um casarão abandonado numa remota ilha do País de Gales. O local abrigava crianças com dons sobrenaturais, protegidas graças à poderosa magia da diretora, a srta. Peregrine.

Confira dez curiosidades sobre a primeira série toda em capa dura da Intrínseca:

1 – Coincidências macabras: uma das fotos mostra uma mulher que é igualzinha à nossa editora! E tem também a foto de uma menina idêntica a uma das revisoras quando criança — ela própria se identificou quando estava trabalhando no livro (“Sou eu!”). Bizarro, não?

scary-santa-alt2 – Foram quatro meses para traduzir do inglês e mais dois de leitura interna, diagramação e revisão, além de adaptação da capa.

3 – Como a nossa edição é em capa dura, tivemos mais etapas de produção do que um livro comum, em brochura.

4 – Em vez de apenas dois tipos de papel, que é o mais comum, O lar da srta. Peregrine precisa de quatro papéis diferentes: um para a sobrecapa, outro para o revestimento da capa dura (aquele vermelho lindo!), outro para a guarda (aquele mais durinho no verso da capa) e mais um para as 352 páginas do miolo.

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5 –  O material da capa dura também é diferente do usado numa capa de brochura: além de todos os papeis citados acima, utilizamos também o papelão revestido com um papel couchê como base.

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6 – Todos os livros da série, incluindo o extra, Contos peculiares, foram impressos com cores especiais.

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7 – As fotografias internas tiveram tratamento especial, incluindo pequenos ajustes nas molduras e o trabalho de um artista gráfico para adaptar para o português as cartas manuscritas e as anotações dos personagens nas fotos.

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8 – O lar da srta. Peregrine para crianças peculiares, Biblioteca de Almas e Contos peculiares foram todos produzidos em nove meses, praticamente ao mesmo tempo (haja fôlego!), cada um em uma etapa diferente. Dos tradutores aos produtores gráficos, foram, no total, cerca de 50 pessoas trabalhando diretamente na série.

9 – Adaptar piadas é uma das partes mais difíceis do texto. Uma delas só foi resolvida no último minuto: a pousada Priest Hole [buraco do padre], que Jacob ouve errado e pensa ser Piss Hole [buraco do mijo], virou Abrigo do Padre, para ser confundida com Umbigo do Padre.

10 – Um dos nossos colaboradores externos participou da produção dos três livros da série, mas em cada um fez um trabalho diferente: revisão, preparação de texto e conferência da prova final. Que versatilidade!

testePlaylist de Não se enrola, não

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Em Não se enrola, não, Isabela dá os primeiros passos na vida adulta, muda-se para São Paulo, conquista um emprego e começa um relacionamento sem nome definido com Pedro Miller. Vizinhos no Baixo Augusta, os dois dividem muitos momentos e a paixão por bandas como One Republic, Oasis, Charlie Brown Jr., Pearl Jam, The Killers, Kings of Leon e muitas outras!

Para entrar no clima do terceiro livro da autora, criamos uma trilha sonora com as músicas citadas na obra. É só ligar o som!

testeO livro, o filme, a peça

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Cena do filme Laços de Ternura (Fonte)

Nada melhor do que uma boa história. E Laços de ternura (Terms of endearment), livro de Larry McMutry ambientado no estado americano do Texas, com a clássica trama sobre o relacionamento entre mãe e filha, certamente venceu o teste do tempo. Lançada originalmente em 1975, a obra, que virou filme oito anos depois (com Shirley MacLaine, Jack Nicholson e Debra Winger), vencendo cinco Oscar, acaba de ser adaptada como peça de teatro em Nova York. Tive o prazer de vê-la semana passada.

Larry McMutry é um autor de grandes sucessos, entre eles O indomado (Hud, que virou filme com Paul Newman em 1963) e Os pistoleiros do Oeste (no original, Lonesome dove, ou Pomba solitária, adaptado para a TV com Robert Duvall em 1989), além de A última sessão de cinema (The last picture show, de 1971), um dos melhores filmes dos anos 1970.  Apesar de seus livros terem sempre sido adaptados para o cinema por terceiros, ele escreveu o roteiro de O segredo de Brokeback Mountain (Brokeback Mountain), a partir de conto de Annie Proulx.

Tenho de ser sincero e dizer que não li Laços de ternura – a última edição que circulou no Brasil, ainda nos tempos do Círculo do Livro da Abril, é de meados dos anos 1980. Mas, graças à internet, acabei de comprar um exemplar bem antigo pela bagatela de sete reais. A ideia é colocá-lo na minha lista de leituras programadas para o fim do ano.

Para escrever este artigo revi o filme, que agora faz parte da minha coleção de DVDs. Lendo algumas resenhas que saíram à época do lançamento do livro, percebi que a trama original era ainda mais “novelesca” do que a do filme. Entre os itens eliminados estão casos de amor que não adicionavam nada à trama principal e diversos personagens secundários.

Se o filme, com suas duas horas e quinze minutos, já resumia muita coisa, a peça, que tem pouco mais de cem minutos, vai ainda mais direto ao essencial: Laços de ternura é uma história de amizade, amor, brigas e redenção. E o que importa é a dupla central: Aurora Greenway, uma viúva teimosa, voluntariosa e irredutível, e sua filha Emma, que só quer ter uma vida normal ao lado do marido e dos filhos. É justamente a parte “normal” da vida que Aurora não consegue aceitar.

Da tela para o palco, muita coisa foi eliminada: os vários “pretendentes” de Aurora, o amante de Emma (que agora é mencionado apenas de passagem), enquanto outros personagens perderam relevância, como Patsy, melhor amiga da filha. Ainda vitais para Laços de ternura são duas figuras masculinas: o marido de Emma, Flap (que no filme foi vivido por Jeff Daniels), e o astronauta aposentado Garrett (uma interpretação marcante de Jack Nicholson).

No fim das contas, o teatro acaba sendo o meio do ator. Emma, que no filme foi defendida com um pouco de exagero por Debra Winger, agora é interpretada pela novata Hannah Dunne – correta, mas pouco intensa. O grande personagem de Laços de ternura, no entanto, é Aurora. Na peça, quem assume o lugar de Shirley MacLaine é nada menos do que Molly Ringwald. Sim, a atriz que, quando jovenzinha, protagonizou Clube dos Cinco e A garota de rosa-shocking.

Aos 48 anos, Molly “encarna” Aurora de uma forma diferente — e, acreditem, mais eficaz — do que Shirley MacLaine. No filme, Aurora tem um início caricato, quase estridente, e se humaniza somente quando vive uma tragédia. Na peça, Molly busca outro registro: apesar de manter Aurora um pouco acima do tom, tem a sabedoria de interpretá-la com uma pitada de vulnerabilidade, como se toda a confiança que ela exibe fosse uma espécie de mecanismo de defesa.

Resta dizer que, como no filme, as cenas finais são de cortar o coração — e Molly, pegando fogo, entrega-se a cada uma delas. Entre os outros atores, destaque também para Jeb Brown, veterano da Broadway que traz alívio cômico como o ex-astronauta Garrett. Embora carismático, o ator às vezes parece estar quase incorporando Jack Nicholson como Garrett, e não o personagem em si.

Tendo saboreado o filme e a peça, mal posso esperar para que o livro chegue pelo correio. Quarenta anos depois, Laços de ternura se mantém relevante, pois trata de temas atemporais. Além disso, tem um elemento vital para o tipo de literatura que aprecio: preocupa-se sobretudo em emocionar para, posteriormente, fazer o leitor refletir.

 

testeDez livros que Rory, de Gilmore Girls, leria

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Nove anos depois do último episódio, a série Gilmore Girls estará de volta neste mês na Netflix. O anúncio gerou uma grande comoção dos fãs, que já estão contando os dias para matar as saudades de Lorelai e Rory.  A atração narra a vida de mãe e filha que moram em uma pequena cidade americana e vivem conflitos existenciais, sociais e amorosos.

Na história, a personagem Rory é uma leitora voraz e sonha em ser jornalista. Ao longo das temporadas, ela leu mais de 300 obras! Por isso criamos uma lista — com títulos publicados nos últimos anos — que ela poderia gostar de ter na estante:

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A filha perdidaNão temos dúvida de que Rory faria parte do grupo de leitores que se emocionam com as histórias de Elena Ferrante.

Em A filha perdida, livro inédito no Brasil, Leda é uma professora universitária de quarenta e poucos anos que decide tirar férias no sul da Itália após as filhas já crescidas se mudarem para o Canadá com o pai. Com elementos simples e uma trama bem construída, a obra acompanha os sentimentos conflitantes dessa personagem que reflete a maternidade, os desejos e as vontades das mulheres.

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A garota com tribal nas costasQuem conhece bem a Rory sabe que ela com certeza seria fã de Amy Schumer. As duas têm um humor ácido e dão voz às questões universais da vida das mulheres.  Nesse livro, a atriz, comediante e roteirista expõe suas histórias sobre adolescência, família, sexo e relacionamentos de uma forma corajosa e divertida.

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Uma chance de lutarRory sempre sonhou em ser jornalista e teve a chance de cobrir a corrida presidencial americana de 2008. Esse livro seria importante para ajudar a conhecer mais Elizabeth Warren, um dos nomes mais relevantes da política dos Estados Unidos.

Warren é filha de um zelador e uma telefonista, venceu as dificuldades da família e o lugar-comum da época de que o principal objetivo de toda mulher era conseguir um bom casamento. Ela tornou-se professora em Harvard, atuou como consultora do Congresso americano e assistente do presidente Barack Obama.

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Destinos e fúriasNa série, Rory teve a oportunidade de trabalhar com a equipe de Barack Obama. Com certeza, essa experiência aguçaria a curiosidade dela sobre o que está na lista de leitura do presidente americano. Além disso, a obra de Lauren Groff foi eleita a melhor de 2015 por Obama. Tem alguma chance de esse livro passar despercebido pela jovem?

Destinos e fúrias mostra os dois lados de um casamento. O livro é dividido em duas partes: em Destinos, temos a visão da história sob ótica de Lotto e em Fúrias, o olhar de Mathilde.

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Nimona — Esse livro tem muitas razões para conquistar Rory: a personagem principal é feminista, a autora já ganhou indicações e prêmios dentro e fora do mundo dos quadrinhos. Nimona é  uma graphic novel sobre uma jovem anti-heroína que tem o poder de mudar de forma quando quer.

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Garota exemplarComo leitora voraz, seria impossível ignorar a narrativa viciante de Gillian Flynn. Garota exemplar é o tipo de livro que poderia ser devorado em poucos dias por Rory, já que é um thriller perturbador sobre um casamento em crise.

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Simon vs. a agenda Homo SapiensO romance de Becky Albertalli faria Rory suspirar e recordar dos primeiros amores! O livro conta a história de Simon, um adolescente de dezesseis anos que é gay, mas ninguém sabe. Ele só não contava que Martin, o bobão da escola, iria chantageá-lo ao descobrir sua troca de e-mails com Blue, pseudônimo de um garoto misterioso que a cada dia faz o coração de Simon bater mais forte.

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Vale-tudo da notícia: O escândalo de grampos, suborno e tráfico de influência que abalou um dos maiores conglomerados de mídia do mundo — Como estudar jornalismo sempre foi um grande sonho, Rory deveria incluir a obra em sua lista de leitura! No livro, o repórter Nick Davies investiga o escândalo e revela os bastidores do tabloide britânico News of the World.

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Max Perkins, um editor de gêniosO livro sobre Max Perkins estaria na estante de Rory por contar a história de um dos nomes que revolucionou a literatura norte-americana e que apostou em talentos como F. Scott Fitzgerald, Ernest Hemingway e Thomas Wolfe, ídolos literários da jovem.

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Toda luz que não podemos verO livro de Anthony Doerr foi vencedor do prêmio Pulitzer de ficção de 2015. Só esse título já seria suficiente para conquistar a personagem de Gilmore Girls. O elogiado romance histórico é ambientado na Alemanha e na França antes e durante a Segunda Guerra Mundial. A obra entrelaça as histórias de uma garota cega francesa, um garoto órfão alemão e um oficial nazista em busca de uma joia extremamente valiosa.

testeA expectativa sobre o livro inédito de Stephenie Meyer

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A química, obra inteiramente inédita de Stephenie Meyer, será lançada em 15 de novembro e  marca o retorno dos livros da autora voltados para o público adulto depois de seis anos. O livro conta a história de uma ex-agente especial do governo que vive fugindo de seus antigos empregadores e agora precisa aceitar um novo trabalho para limpar seu nome e salvar a própria vida.

Para saber quais são as expectativas, perguntamos aos nossos blogueiros parceiros e leitores o que eles estão pensando:

Laura Brand, do blog Nostalgia Cinza:

Crepúsculo fez parte da minha vida de leitora de um jeito absurdo. Foi a primeira saga que me fez esperar ansiosamente pelos lançamentos. Como leitora, me marcou muito e ainda não tive a chance de ler outras narrativas da autora. Estou muito curiosa para ler A química porque sei que é um livro voltado para o público adulto e acho que vai ser uma experiência incrível ver como as histórias da Stephenie Meyer cresceram assim como eu. Achei a premissa bem interessante e estou muito curiosa para saber o que A química guarda para os antigos e os novos leitores.”

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 ‏@foxwithsocks 

 Vou ler, pois sou bem fanzoca mesmo, né? <3

Cinesia Geek:

“Eu gostei de crescer lendo, mas sempre estive cercada pelas obras brasileiras. O máximo de literatura estrangeira que tinha lido antes das obras de Stephenie Meyer foram os dois primeiros livros de Harry Potter. A combinação de J. K. Rowling e Stephenie Meyer me ensinou a procurar por mais livros, além de enredos diferentes, e juntas elas me ensinaram a me interessar mais por ficção e por fantasia. Depois de seis anos, estou esperando uma obra de qualidade e suspense que me leve à beira de um precipício de ansiedade literária sem quebrar o prazer de ler. Provavelmente um novo clássico do gênero.”

@kessiagn
Eita! Tia Steph demorou, mas parece que vai voltar lacrando!

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Cabana do leitor:

Crepúsculo foi o meu primeiro contato com a literatura. Quando me vi estava arrebatada. Estava no colegial e tinha um amigo que não largava o livro e só falava sobre ele. De tanto ele comentar, acabei me rendendo e pedi que me emprestasse. Foi algo muito legal, pois debatíamos constantemente sobre a obra. Desse modo, posso dizer com toda a certeza que Stephenie Meyer tem um lugar muito especial no meu coração. Gostei muito de A hospedeira também (até mais que os anteriores cof cof). Estou aguardando ansiosamente por A química! Adorei a premissa e surtei quando vocês falaram que iriam publicar no Brasil. É um gênero totalmente novo, e esta obra só mostrará aos leitores que a autora é poderosa e pode escrever sobre o que quiser. Espero que seja um sucesso e que venha mais uma adaptação!”

Irving Thaygo:
Já tenho lugar reservado na minha estante pra essa belezinha aí!

testeNo Fla-Flu, “é o ai, Jesus”

Como todos sabem, o Fluminense questionou na Justiça o resultado do último Fla x Flu, ocorrido no dia 13 de outubro, quando o Flamengo venceu o jogo por 2 a 1. O caso gerou intenso debate, já que nos últimos anos o Fluminense tem lançado mão dos tribunais para rever derrotas esportivas. E sempre com sucesso. Dessa vez alegam que o juiz resolveu não validar um determinado gol por influência do delegado da partida, algo proibido pelas leis do futebol.

Como rubro-negro, não tenho o Fluminense como o maior rival. O futebol do Clube de Regatas do Flamengo nasceu de uma briga, em 1911, com os jogadores do Fluminense. Liderada pelo capitão Alberto Borgerth, metade do time participou da criação do Departamento Terrestre do Flamengo. Assim nasceu o Mengo.

Como autor de Os Guinle, estudei muito a história do Fluminense. Até fui ao clube para realizar uma fase da pesquisa. A família Guinle, em especial Arnaldo, foi fundamental para a construção do Fluminense Football Club. Logo, conheço mais a história do Flu que a do Fla.

Todo tricolor deveria saber sobre que bases morais o seu clube foi fundado. O escritor Coelho Netto, um dos grandes ideólogos do Fluminense, escreveu: “O Fluminense foi o verdadeiro guia e modelo de todos os clubes cariocas. A ele se deve o desenvolvimento do foot-ball no Rio de Janeiro. É uma sociedade que vem trabalhando pelo aprimoramento moral e cultural da mocidade.”

Exemplos da tradição do clube: em 1905, num jogo contra o Paulistano, a torcida tricolor se comportou com o gol do adversário gritando “Bravo! Bravíssimo!” Segundo Arnaldo Guinle, o “sportmen [torcedor] tricolor era sinônimo de cavalheirismo e fair-play”. E Arnaldo disse mais: o “equilíbrio moral e democrático – é a alma do Fluminense Foot-ball Club”.

Em um dos versos do primeiro hino do clube se dizia: “Adestra a força e doma o impulso.” O Fluminense precisa se reencontrar com a sua história. Tentar ganhar um jogo no tribunal valendo-se de um gol irregular é simplesmente romper com os postulados de criação da agremiação. Todo sócio do clube deveria ter isso em mente na hora de votar nas próximas eleições do Fluminense Foot-ball Club.