testeO milagre do rio Hudson e o novo “herói” americano

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Na manhã de 15 de janeiro de 2009, a vida de Chesley “Sully” Sullenberger mudou para sempre.

No comando do Airbus A320 da US Airways, Sully conseguiu a proeza de aterrissar em pleno rio Hudson, em Nova York, salvando a vida das 155 pessoas a bordo. Com o 11 de Setembro ainda fresco na memória de todos, a habilidade do piloto em evitar mais uma catástrofe aérea se tornou destaque em todo o mundo. O acontecimento passou a ser conhecido como “O milagre do rio Hudson”, e Sully foi alçado ao status de herói nacional.


Ele, no entanto, não aceita tal título. Depois de décadas analisando acidentes aéreos para sua empresa de consultoria em segurança, o piloto acredita que sua façanha não se deveu à sorte, mas a uma série de experiências passadas que o moldaram e ajudaram a chegar àquele momento – a aterrissagem perfeita.

O incidente em Nova York inspirou o comandante a contar a própria história: uma trajetória de dedicação, esperança e prontidão, que revela as importantes lições aprendidas por ele na infância, durante o serviço militar e depois, trabalhando como piloto da aviação civil: Sully – O herói do rio Hudson, que chega às livrarias brasileiras em 26 de outubro.

O livro inspirou o filme de mesmo nome, estrelado por Tom Hanks e dirigido por Clint Eastwood. Assista ao trailer do filme que estreia em 1º de dezembro:

Confira também algumas fotos do filme:

 

 

testeOs ecos de 1932

Por indicação do meu colega professor de história Rodrigo Gutemberg Rig, ganhei a Medalha Governador Pedro de Toledo. A honraria foi concedida pelo Núcleo MMDC Norte General Euclydes Figueiredo, em belo evento realizado no Palácio Anchieta, sede da Câmara Municipal de São Paulo. A entidade, na verdade uma ONG, visa preservar a memória da Revolução Constitucionalista de 1932.

Curioso é que os eventos que marcaram aquele ano lembram muito os dias de hoje. À época, para uma boa parcela da sociedade o presidente Getúlio Vargas era um golpista. Ele chegara ao poder por meio do uso da força no que ficou conhecido como Revolução de 1930. Já seus oponentes, principalmente em São Paulo, se diziam representantes legítimos da democracia.

Do ponto de vista econômico também há pontos em comum. A crise econômica de 1930, causada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova York, trouxe graves consequências para o Brasil. Mas, diferentemente da crise atual, sua recuperação foi rápida. Tanto que em 1931 a família Guinle entrou com um pedido junto ao novo governo para expandir o porto de Santos (como o porto era uma concessão, dependia de autorização federal).

Em 1932, quando a Revolução estourou, o porto de Santos estava em reforma. A instalação foi alvo de revoltosos, que queriam a sua paralisação, contra as ordens de Getulio. Guilherme Guinle, gestor da Cia. Docas de Santos, precisou se equilibrar entre as duas forças antagônicas. No livro que escrevi, Os Guinle, narro em detalhes os violentos combates pelo domínio do porto, um dos capítulos mais duros e desconhecidos da Revolução Constitucionalista.

Conhecer esse período da história do Brasil é cada vez mais importante. Desde a nossa Independência, em 1822, a crise de 1930 havia sido a mais severa. Acabou com um governo eleito e destruiu os setores mais vigorosos de nossa economia. Só foi suplantada pela atual, pois nunca antes em nossa história o Brasil sofreu três anos seguidos de retração.

testePor que é tão difícil editar séries de fantasia?

Por Flora Pinheiro*

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Traduzir séries de fantasia é um desafio. (Fonte)

Quando a Intrínseca resolveu apostar na série A Roda do Tempo, a felicidade foi grande. Não só da parte dos fãs que já conheciam a obra, mas também dentro da própria editora. Trabalhar com livros sempre foi o sonho de muitos de nós. Trabalhar com os livros que a gente sempre teve vontade de ler é melhor ainda.

Entretanto, não é simples editar uma série de 14 volumes. Não só pelo tamanho de cada livro, mas principalmente pela riqueza do universo. Como optar pela tradução específica de um termo fictício, que pode repercutir três ou cinco livros depois, quando ainda estamos nos familiarizando com esse novo mundo? Além disso, autores de fantasia amam profecias que aparecem no comecinho da história e só vão se concretizar lá nos últimos volumes. E elas não podem ser claras e compreensíveis, óbvio, ou seriam spoilers, não profecias. E aí, como se resolve isso?

rodadotempo5-copiaNossa saída foi a seguinte: além de escolher com todo o cuidado a equipe “tradicional” que trabalha no livro (tradutor, preparador de texto, revisores etc.), decidimos investir também em uma consultoria técnica para a série. Às vezes, nem as maravilhosas enciclopédias dão conta de todas as nossas dúvidas, então é importante ter o pitaco de alguém que ama e conhece profundamente a série. Isso já nos salvou muitas vezes!

Um desafio ainda maior neste caso são as padronizações. Temos muitas pessoas trabalhando juntas com o objetivo de levar o melhor livro possível para o leitor. Às vezes, algum termo ou nome de personagem está traduzido de um jeito e, depois de debatermos o assunto, a gente encontra uma solução mais adequada e muda de ideia. E lá vamos nós de novo, passar mais um pente-fino no texto para que não escape nenhuma ocorrência antiga. Depois do tradutor, pelo menos mais três pessoas leem o livro, prestando atenção nesse tipo de detalhe. Afinal, se no primeiro livro a Nynaeve pede para ser poupada desses homens que pensam com os cabelos do peito, a expressão não pode mudar no volume seguinte (se dependesse de mim, essa expressão dela apareceria até na capa dos livros, logo embaixo do título).

Sempre apareço creditada como editora nos livros de Roda do Tempo. Isso significa que, além de trabalhar no texto, também faço a ponte entre todas as outras pessoas envolvidas no projeto (tradutores, preparadores de texto, revisores, diagramadores, designer…), e costumo dialogar com os colaboradores as dificuldades que aparecem durante o trabalho. Depois da faculdade de produção editorial, minha especialização foi em tradução. E lá nas minhas aulas de tradução, havia um tema muito discutido: o intraduzível. Sotaques, muitas vezes, ficam pelo caminho. Afinal, não dá para botar uma pessoa da área rural dos Estados Unidos falando com o sotaque do interior do Brasil, por exemplo. E os teóricos da tradução diziam (de um modo bem mais acadêmico): aceita que dói menos. Algumas coisas sempre se perdem de uma língua para a outra. Vida (e livro) que segue.

Só que a nossa equipe é teimosa. E então pensamos: e se a gente tentar traduzir os sotaques? Não é sempre que as editoras fazem isso. Mas nosso raciocínio foi: uma das coisas mais legais nos livros do Jordan é o próprio universo construído pelo autor. Cada povo tem um sotaque, cada personagem tem seu jeitinho de se expressar. Alguns falam piratês (ao contrário dos países de língua inglesa, nós não temos piratês consolidado em português, infelizmente), outros vivem citando ditados populares envolvendo peixes (meu conhecimento sobre peixes, reais ou imaginários, aumentou muito desde que comecei a trabalhar na série) e certos povos adoram “falar bonito” e soam meio pedantes.

Isso faz com que a nossa equipe troque e-mails meio inusitados. “Que tal se o povo tal não começar as frases pelo sujeito? E se aquele povo que erra a negativa no original em inglês não usar a palavra ‘não’? Vocês acham que ficar repetindo “no caso” é um bom vício de linguagem? “O senhor, no caso, é um cabeça de lã!” E assim por diante.

Parece meio detalhista e esquisito, né? Bem-vindos ao mundo editorial! Já são três anos dedicados à série, imersa em todos esses detalhes. Fico muito feliz por poder me aprofundar no universo do Jordan a cada livro (e ouvir novos ditados da Nynaeve). Assim como os fãs, mal posso esperar pelo próximo.

 

*Flora Pinheiro é editora, revisora, tradutora e, ora ora, escritora.

testeAs fantásticas livrarias de São Francisco

Por Heloiza Daou*

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Sempre gostei de visitar livrarias quando viajo. Adoro ver a variedade e a montagem das vitrines, observar o que as pessoas estão lendo e, claro, estudar a arquitetura e a organização das lojas. Quando soube que iria para São Francisco, na Califórnia, pesquisei as principais livrarias e organizei um roteiro — primeiro porque sou a louca dos roteiros de viagens, e também porque só teria três dias na cidade. Planejava visitar umas três ou quatro, no máximo, mas ao escrever este texto,  me dei conta de que consegui ir a onze lojas! A cidade, as ruas, o clima e as pessoas me fizeram andar muito mais do que o programado e acabei encontrando lugares incríveis — a maioria por acaso.

Divido com vocês meu roteiro literário das fantásticas lojas de São Francisco e torço para que todos tenham a chance de poder conhecer essa cidade incrível e todas as suas peculiaridades. Espero que gostem! 😉

 

City Lights Bookstore

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É a livraria mais antiga da cidade, inaugurada em 1953 com a revolução literária dos anos 1950. É independente e especializada em literatura mundial, arte e política. São três pisos e o andar superior é SÓ de poesia. E tem o nome de City Lights porque a luz do sol bate na extensão de todas as janelas. 😉

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Endereço: 261 Columbus Ave, San Francisco, CA 94133
www.citylights.com

 

Chronicle Books

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É preciso andar muito para encontrar a Chronicle Books, uma livraria que também é editora. São várias ladeiras íngremes até chegar lá, mas garanto que o passeio vale a pena. A loja é linda, toda colorida, e tem disponíveis livros com design e ilustrações diferentes do que a gente costuma ver por aí. O ambiente é calmo e dá vontade de passar um dia inteiro observando cada detalhe.

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Endereço: 1846 Union Street – San Francisco, CA 94123
www.chroniclebooks.com

 

Biblioteca de Alcatraz

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Alcatraz é uma ilha usada inicialmente como base militar e que depois foi convertida em uma prisão de segurança máxima. Em seus 29 anos de existência alojou alguns dos maiores criminosos americanos, como Al Capone, Robert Franklin Stroud — o Birdman — e Frank Noris. É possível visitar a prisão e lá podemos conhecer a área que funcionou como uma biblioteca para os presidiários. A média de leitura dos detentos era de 75-100 livros por ano e a biblioteca contava com 15 mil exemplares de títulos cujos temas eram filosofia, ficção e educação. Não havia nenhum livro que abordasse sexo, violência ou crimes.

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Endereço: San Francisco, CA 94133

 

Adobe Books & Arts Cooperative

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Fui para o bairro de Mission procurar uns grafites específicos e acabei encontrando a 24th street, uma rua conhecida por ser o centro das livrarias alternativas. A primeira que encontrei foi a Adobe.


Criada em 2013 por Andrew McKinley, a livraria é toda decorada com tapetes e estantes antigas e funciona como de uma cooperativa de pessoas interessadas em projetos com impacto cultural relevante. Todos que trabalham na livraria são voluntários e qualquer pessoa pode aderir ao programa. Entre os benefícios estão o fato de você poder dizer que é dono de uma livraria e ter 20% de desconto em qualquer produto da loja. Entre as responsabilidades está trabalhar 50 horas no primeiro mês e 4 horas a partir do segundo mês. Eles estão em busca de novos voluntários. Alguém se habilita? 😉

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Endereço: 3130 24th St, San Francisco, CA 94110
www.adobebooks.com

 

Alley Cat

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No coração do bairro de Mission foi inagurada em 2011 a Alley Cat. A livraria oferece livros usados e novos, em inglês e espanhol, e sempre têm duas caixas grandes, dispostas na frente da loja, com livros para doação: qualquer pessoa pode pegar quantos quiser. A sinalização da livraria é um capítulo à parte: ela é toda feita com pedaços de papelão e caneta pilot, indicando de forma simples, direta e bonita, o tipo de livro que você vai encontrar na estante. E tem de tudo, inclusive vários conhecidos dos leitores da Intrínseca.

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Endereço: 3036 24th St, San Francisco, CA 94110
www.alleycatbookshop.com

 

Modern Times

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Com um calendário extenso de eventos, a Modern Times é focada em literatura mundial, economia, graphic novels, ficção, história e cultura latina. Está em Mission há 44 anos e tem seções específicas e bem abastecidas de revistas, obras de crítica literária e sexualidade. O espaço para autógrafos e bate-papo no fundo da loja é incrível,  decorado com cadeiras de várias épocas e com uma caveira mexicana na parede.

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Endereço: 2919 24th St, San Francisco, CA 94110
www.moderntimesbookstore.com

 

Dog Eared

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Desde 1992, a Dog Eared disponibiliza livros novos e usados, revistas, calendários e cadernos. Tem um pouco de tudo na loja, mas o foco principal é a literatura local. A equipe da livraria é superatenciosa e ajuda a encontrar tudo o que precisamos ou que talvez nem soubéssemos que precisávamos. Eu amei essa parede externa da loja com os livros desenhados como se estivessem em estantes. E vocês? 🙂

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Endereço: 489 Castro St. San Francisco, CA 94114
www.dogearedbooks.com

 

Borderland

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Livraria especializada em ficção científica, fantasia, mistério e horror. Eles dizem que adorariam vender todos os tipos de livro, mas não há espaço suficiente para isso. Preferem então vender esses gêneros específicos para disponibilizarem cadeiras confortáveis e estantes de livros usados, vendidos a um preço bem barato. Vale a pena: tanto a loja quanto o café são excepcionais. (Repararam no pôster do Faca de água em cima da estante?)

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Endereço: 866 Valencia St, San Francisco, CA 94110
www.borderlands-books.com

 

Bound Together Anarchist Collective

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Localizada no bairro hippie, a livraria foi criada em 1976 quando um grupo de seis amigos teve a ideia de abrir um lugar focado em produtos feitos por eles mesmos. Investiram 50 dólares cada um para o negócio acontecer. Além de livros, a loja também divulga e discute questões urbanas, ecologia, jardinagem e sustentabilidade, sempre com o lema: “Viva da sua própria maneira, sem depender de grandes corporações.”

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Endereço: 1369 Haight St, San Francisco, CA 94117
boundtogetherbooks.wordpress.com

 

Booksmith

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Mais uma livraria independente localizada no bairro Haight-Ashbury, local que ficou conhecido pelo nascimento da cultura hippie. Fundada em 1976, esta livraria apareceu sem querer no meu caminho e virou rapidamente uma das minhas preferidas. Reparem na sinalização das seções todas feitas em giz e na quantidade de papéis saindo das estantes. Todos eles são repletos de dicas de leituras, oferecidas por funcionários e por leitores frequentes. Bacana, né?

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Endereço: 1644 Haight St, San Francisco, CA 94117
www.booksmith.com

 

Livraria de Stanford

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A livraria da Universidade de Stanford fica dentro de uma grande loja onde todo tipo de produto com a marca da universidade é vendido. As mesas são arrumadas por assuntos atuais e/ou cursos da faculdade, para facilitar a vida dos alunos. E, claro, eles dão destaque também aos autores da casa: professores e alunos que já lançaram livros ficam em evidência na mesa principal.

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Endereço: 519 Lasuen Mall, Stanford, CA

 

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Heloiza Daou é gerente de marketing da Intrínseca e apaixonada por viagens, azeitonas e boas histórias – sejam elas de livros, de filmes ou da vida.

testeCom criança não se brinca, não!

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Sabe aquelas histórias que você lê quando criança e carrega no coração para sempre? É o que a gente quer que aconteça com cada um dos livros infantis que produzimos na Intrínseca. Fazemos tudo com muito carinho, nos divertimos com as histórias, nos emocionamos, nos apegamos aos personagens e repetimos frases marcantes por muito tempo.

Dá só uma olhada em alguns dos desafios de se trabalhar com esses serelepes livros infantis :

 

1 – Eles se multiplicam!

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As séries são muito comuns na literatura infantojuvenil. Três volumes, cinco, doze… As séries maiores são publicadas ao longo de anos, e muitas vezes a pessoa da equipe que leu os anteriores não trabalha mais com a gente ou mesmo não se lembra de detalhes. São listas e mais listas de termos e nomes para a gente não se perder, e toda hora temos que ler trechos dos anteriores para entender o que está acontecendo na história.

 

2 – Eles são exigentes!

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A linguagem do texto infantil pede um ajuste bem fino: nem complicar demais, nem facilitar demais. Por um lado, o livro tem que ser acessível aos leitores em formação, mas também precisamos respeitar a inteligência das crianças. Afinal, o livro vai acompanhá-las no crescimento, estando ao lado delas enquanto ampliam o vocabulário e adquirem intimidade com a língua.

E as piadas? Tem muitas que não fazem sentido em português, especialmente os trocadilhos. E lá se vai um tempão para criar uma versão que reproduza a lógica da piada, mas que seja compreensível para os brasileirinhos.

 

3 – Eles vivem on-line!

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As crianças e jovens são muito presentes nas redes sociais, e temos que acompanhar toda essa energia. É ótimo estar sempre em contato com os leitores pelo Snapchat, Instagram, Twitter, Facebook. O legal é que a gente acaba se divertindo e se descobrindo mais criativo do que imaginava!

 

4 – Eles capricham no visual!

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Ah, as ilustrações… Uma mais bonita que a outra, de encher os olhos, cada uma ao seu estilo e sempre deixando as edições mais bonitas e interessantes. Mas são tão travessas! É só piscar que elas vão para o lugar errado, somem, trocam de lugar… Temos que ficar de olho para encaixá-las certinho, não deixar que falte nenhuma, adaptar o que está escrito no meio dos desenhos e ainda conferir se estão dizendo algo incoerente com o texto.

***

E assim é o nosso dia a dia de produção, quebrando a cabeça para fazer os livros infantis mais fofos e lindos. A gente torce para que eles acompanhem vocês e seus filhos, netos, sobrinhos, vizinhos e que sejam lembrados por muito tempo como grandes companheiros de infância.

 

Parabéns a todas as crianças!

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Equipe Infantojuvenil Intrínseca

testeUma semana peculiar

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Como apresentar uma série que mistura fantasia, aventura, ação e crianças com dons muito especiais? Durante a última semana, nossos blogueiros toparam o desafio de mostrar mais detalhes sobre o universo de O lar da srta. Peregrine para crianças peculiares, de Ransom Riggs.

A trilogia acompanha a saga de Jacob Portman, um adolescente de 16 anos disposto a descobrir a verdade sobre a morte do avô. Para desvendar o mistério, ele segue pistas que o levam a um casarão abandonado em uma remota ilha galesa que abriga crianças com dons sobrenaturais, protegidas graças à magia da diretora, a srta. Peregrine. Nesse local, ele conhece um mundo totalmente diferente, com viagens no tempo e pessoas com habilidades impressionantes!

Com os três livros da série  (O lar da srta. Peregrine para crianças peculiares, Cidade dos etéreos e Bibliotecas de Almas) e uma obra extra (Contos peculiares), que traz mais histórias curiosas sobre o mundo peculiar, não faltou assunto para ser explorado!

Confira os posts:

O que a série tem de diferente?

Para Camila Guello, do Leitora Compulsiva, “uma das coisas que mais chamou a atenção foi o uso de fotografias antigas e com temas bizarros. Todas as fotografias reproduzidas nos livros existem e serviram de inspiração para que o autor criasse cenários, personagens e cenas. As peculiaridades atribuídas aos personagens principais vieram dessas fotos e é muito interessante encontrá-las misturadas à narrativa!”

Já o Portal Ju Lund acredita que o mais interessante foi o fato de o autor ter usado as fotos que colecionou ao longo dos anos para criar um novo universo que é capaz de encantar jovens e adultos. Ransom Riggs já declarou que amava passear por brechós e mercados de pulgas e que foi a partir dessa experiência que criou o mundo peculiar.

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Personagens e frases preferidas

As crianças da série nos fazem imaginar um mundo único, por isso perguntamos aos nossos blogueiros quais são seus personagens e habilidades preferidas. Afinal, não custa nada pensar como seria ter dons tão legais!

Para Viagens de Papel, Millard, o garoto invisível, é o mais interessante, já que ele é capaz de salvar os amigos em várias situações devido ao seu vasto conhecimento. Millard é o responsável também por reunir as histórias de Contos peculiares, livro extra da série.

Vai lendo gosta mais de Addison, o inteligente cachorro falante, e acredita que se os cães do mundo real fossem como o do livro, a raça humana não seria mais dominante.

Kenny Diaz, do @kennys30, não conseguiu escolher um só. Para ele, foi fácil gostar de Emma Bloom logo de cara. A personagem é forte, decidida, protetora e é capaz de gerar fogo com as mãos!

Portal Ju Lund| Cabana do Leitor | TytaMontrase| A menina que comprava livros| Mais que livros| Colorindo devaneios|Versificados| Viaje na Leitura|

Se vocês tivessem que escolher uma peculiaridade, qual seria?

Depois de mostrar as características mais legais dos personagens de O lar da srta. Peregrine para crianças peculiares, pedimos aos nossos blogueiros que escolhessem uma peculiaridade. Nádia Tamanaha, do Além do Livro, relevou que adoraria ser uma ymbryne para poder criar uma fenda temporal e repetir um momento especial, além de ter a incrível capacidade de se transformar em ave e sair voando por aí. Se pudesse, ela estaria sempre em uma viagem ou em um show do The Killers.

Já Raquel de Oliveira Moscardini, do Cinema de Buteco, disse que gostaria de ser invisível quando quisesse, para observar as pessoas. Essa é a característica de Millard! Nada mau, não?

Livroterapias | Portal Ju Lund | Vai Lendo|Parafraseando Livros| Cabana do leitor| A menina que comprava livros| Guardiã do meia-noite| De caras nas letras| Leitores Possessivos

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Filme versus livro

Outro assunto debatido pelos nossos blogueiros foi a adaptação de O lar da srta. Peregrine para crianças peculiares para os cinemas. O filme, dirigido por Tim Burton, estreou recentemente e tem Eva Green, Asa Butterfield, Allison Janney, Terence Stamp, Rupert Everett, Judi Dench e Samuel L. Jackson no elenco.

Para Fleur de Lune, “a mente criativa de Burton transformou a adaptação em algo cativante e com personalidade própria, explorando habilmente questões mais pesadas dos títulos e acrescentando detalhes que fizeram todo sentido nas telas.”

Portal Ju Lund| Mais que livros| A menina que comprava livros| De cara nas letras

A importante mensagem da trilogia

O blog Cabana do Leitor acredita que o ponto mais interessante da série é a lição de que podemos superar as dificuldades e conviver com as diferenças. Segundo o site da EBC, cerca de 6,2% da população brasileira possui algum tipo de deficiência. Assim como alguns personagens da saga, existem muitas crianças que batalham diariamente para mostrar que ser diferente é normal. Para a equipe do blog, é importante que sejamos como as ymbrynes, que acolhem e aceitam a peculiaridade de cada um.

A menina que comprava livros | Mais que livros| Além do livro| Viaje na Leitura

testeNimona, uma vilã que me ajudou a ser mais feliz

Por Rayssa Galvão*

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Quando eu era mais nova e a internet não era tão comum, sempre matava aula para ir à livraria atrás de tudo o que eu pudesse encontrar em matéria de quadrinhos. Eu amava aquelas edições de HQs mais literárias, com ilustrações tão lindas que dava dor no coração de virar as páginas. Edições tão difíceis de encontrar (e caras) e tão lindas que ficavam junto com os livros de artes.

A escola acabou, mas o amor pelas histórias em quadrinhos, não. Hoje em dia eu procrastino o trabalho, em vez de matar aula (que o pessoal da Intrínseca não leia isso). E, poxa, tem muita coisa boa de todas as nacionalidades e de todos os gêneros literários.

Quando a gente fala em história em quadrinho, pensa logo em super-herói. E, realmente, hoje em dia não tem nada mais evidente na nossa mídia pop do que a velha guerra Marvel versus DC. E, mesmo que essas histórias existam há bastante tempo e tenham um público fiel (quem me emprestou o primeiro volume de Elektra foi o meu pai!), aqui no Brasil o que fazia mais sucesso eram as tirinhas de jornal, que foram evoluindo para periódicos — e assim nasceu a maravilhosa Turma da Mônica, que não demorou a virar revista e fazer o maior sucesso. Com a internet, esse formato das tirinhas e charges no jornal foi ganhando uma cara nova, e hoje em dia é o que mais faz sucesso aqui no Brasil, em termos de HQ. Sua timeline (se você for uma pessoa feliz) deve estar cheia deles!

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Meu amor por quadrinhos começou trocando revistinhas da Mônica no sebo. 2 por 1. (Fonte)

Foi revirando a internet atrás de coisa boa para ler enquanto procrastinava algum trabalho que eu descobri a Noelle Stevenson.

Quando li Nimona pela primeira vez, acho que por volta de 2012, a série ainda não estava completa (mas já tinha um pedação). A Noelle publicava uma página por semana no Tumblr, e eu ficava para morrer esperando a continuação. E o legal de ler Nimona é que era uma coisa totalmente diferente dos quadrinhos a que eu estava acostumada.

Veja bem, o legal das HQs é que elas não precisam se restringir a um gênero. Tem coisa de tudo que é tipo: pequenas tiradas e críticas políticas, crônicas da vida cotidiana, sagas de heróis com superpoderes (valeu, Batman, te amo para sempre), histórias de fantasia. Tem uma vertente das histórias em quadrinhos que é mais literária — é como um livro desses de fantasia do nosso top 10 de todos os tempos, só que já pensado no formato dos quadrinhos. A mais famosa é a série Sandman, do Neil Gaiman, mas tem títulos fenomenais que viraram filmes lindíssimos, como 300, Persépolis e Sin City — além de livros fenomenais que viraram HQ, como a maravilhosa série A Roda do Tempo! Só que, mesmo com toda essa variedade, eu nunca tinha encontrado uma HQ com uma personagem principal feminina como a Nimona.

O mundo anda meio carente de modelos femininos no poder, né? É verdade que a gente tem histórias com super-heroínas, mas essas revistas mais comerciais, apesar de maravilhosas, têm uma necessidade de agradar o público masculino (como se o público masculino só fosse ficar feliz com uma mulher de corpo magnífico, poucas “frescuras” e dependência crônica de homens).

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Elektra mostrando a que veio (e que também precisa agradar o público masculino) na capa da edição número 1, uma das revistas mais maravilhosas que eu já li.

Além disso, o mundo dos autores de histórias em quadrinhos é muito masculino. Parando para pensar, a maioria dos autores que me vêm à cabeça são homens: Neil Gaiman, Stan Lee, André Dahmer… O mesmo acontece com nomes de protagonistas, tanto nas revistinhas de heróis quanto nas mais ~obscuras~: Sandman, Homem-Aranha, Constantine. Os poucos personagens femininos mais fáceis de lembrar ou são parte de um grupo (como a Tempestade, de X-Men), ou são coadjuvantes (como a Morte, de Sandman), ou são protagonistas mais “delicadas”, como em Persépolis.

Foi aí que a Noelle Stevenson inovou, criando a Nimona, e foi com isso que eu me encantei, tantos anos atrás. A Nimona é uma protagonista feminina que, além de não seguir os padrões de beleza típicos das protagonistas dos quadrinhos (mesmo as vilãs), não precisa de uma justificativa para ser má. Ela não precisa ser louca, não precisa viver um relacionamento abusivo, não precisa querer vingança. Uma protagonista que pode ser o que ela quiser (tanto porque é metamorfa, quanto porque é dona de si). Uma protagonista multifacetada, que não precisa de justificativas para suas ações ruins, mas que também pode ser boa sem a necessidade de um longo flashback explicativo (porque não é uma ação que vai contra a “construção do personagem”). E uma mulher que não deixa de ser amada e querida por ser quem é — pelo contrário, a gente acaba a história querendo mais Nimona na nossa vida!

Quando conheci essa personagem que pode ser o que quiser, eu meio que me senti autorizada a ser assim também. Não preciso explicar todo o meu passado para justificar alguma ação contrária à norma ou ao que as pessoas esperam de mim. E ninguém vai deixar de me amar se eu for imperfeita.

Amei ler Nimona e amei trabalhar em cada pedacinho desse livro — inclusive voltando no tempo, até minha infância de leitora da Mônica, para improvisar onomatopeias. E acho que você vai amar também, porque é sempre muito bom encontrar um livro que quebra padrões e vai além do que a gente esperava. Uma dessas histórias que fazem a gente se sentir compreendida.  Porque, às vezes, a gente só quer tocar o terror e matar inocentes, sem precisar de justificativa.

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Agora é que a Intrínseca para de me mandar trabalho!

 

* Rayssa Galvão já nasceu meio nerd. Hoje em dia procrastina o trabalho – de revisar livros de fantasia e quadrinhos – lendo outros livros de fantasia e quadrinhos.

testeTurnê Poética em Brasília

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Pedro Gabriel e Clarice Freire, autores de Eu me chamo Antônio e Pó de lua estiveram em Brasília no dia 08/10, como parte da Turnê Poética. Os autores conversaram com os leitores e falaram sobre seus novos livros, Ilustre Poesia e Pó de lua nas noites em claro.

Confira as fotos do evento!

testePara reencontrar Buenos Aires

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Cena de O Último Tango (Fonte)

Há duas oportunidades no cinema para reencontrar Buenos Aires sem sair do Brasil. Nos últimos dias, dois filmes me transportaram diretamente para a cidade que ambientou meu primeiro romance, O amor segundo Buenos Aires. Matei saudades de lá assistindo a No fim do túnel e O último tango, mais dois belos exemplares da cinematografia argentina.

No fim do túnel, embora se passe em apenas um ambiente — um casarão em um bairro de classe média alta de Buenos Aires —, lembrou-me da cadência da linguagem dos portenhos e foi uma incrível diversão. Trata-se de um thriller, gênero considerado comercial, mas vi o filme com muito mais satisfação do que qualquer produção brasileira a que tenha assistido este ano (incluindo o bom, contudo longo demais, Aquarius).

Como indicam meu romance e os comentários sobre outros livros que tenho postado aqui, sou atraído mais por trama do que por estilo. Pois No fim do túnel tem os dois. Leonardo Sbaraglia (que já havia sido destaque em um dos episódios de Relatos selvagens) interpreta aqui o dono do casarão, um homem que perdeu o movimento das pernas após o acidente automobilístico que matou sua mulher e sua filha.

Em uma noite de chuva, uma misteriosa mulher (Clara Lago, um estouro) chega, acompanhada da filha, para alugar um quarto que ele havia anunciado na internet. Mais ou menos ao mesmo tempo, ele se dá conta de que criminosos estão cavando um túnel sob a casa para assaltar um banco próximo bem no dia de Natal.

Daqui em diante, não cabe revelar mais, mas é necessário dizer que o desenrolar da história é exemplar: inventivo, surpreendente e carregado de humor negro. O escritor e roteirista Rodrigo Grande sabe se desvencilhar rapidamente dos ganchos óbvios da narrativa, revelando “charadas” que são meio fáceis de adivinhar em questão de poucos minutos. Ele sabe deixar o melhor para o fim.

Outra delícia em cartaz é O último tango, do argentino radicado na Alemanha German Kral. Ainda que seja um documentário,  amarra muito bem os conflitos do mais famoso casal de dançarinos de tango da Argentina. O enredo coleciona sentimentos: amor, ressentimento, mágoas e paixão pela dança.

Além disso, o filme tem tomadas plásticas de Buenos Aires, costuradas com cenas de dança de tirar o fôlego. Com mais de oitenta anos, Juan Carlos Copes e principalmente María Nieves Rego mostram que ainda corre sangue muito quente em suas veias.

teste9 leituras imperdíveis para crianças

 

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Confira a nossa lista com 9 leituras imperdíveis para crianças:

 

O livro sem figuras, de B.J. Novak
Combinando simplicidade e criatividade de forma engenhosa, O livro sem figuras inspira risadas toda vez que é aberto, criando uma experiência de diversão e interação entre adultos e crianças e apresentando aos pequenos leitores a poderosa ideia de que a palavra escrita pode ser uma fonte infinita de alegria e travessuras.

Recebeu o selo Altamente Recomendável da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.
Indicado para leitores entre 4 e 6 anos.

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João & Maria, de Neil Gaiman e Lorenzo Mattotti

O prestigiado escritor Neil Gaiman e o brilhante ilustrador Lorenzo Mattotti recontam o clássico João e Maria. Familiar como um sonho e perturbador como um pesadelo, o conto narra a saga de dois irmãos que, em tempos de crise e falta de esperança, são abandonados pelos próprios pais e precisam enfrentar os perigos de uma floresta sombria.

Obra vencedora da categoria de melhor tradução e adaptação de reconto do Prêmio FNLIJ 2016 e também contemplada com o selo Altamente Recomendável.
Indicado para leitores a partir de 6 anos.

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As inusitadas histórias de David Walliams

Dentistas sinistras, ratos que dançam break e tias trapaceiras são só alguns dos inusitados personagens criados por David Walliams, escritor que se tornou um fenômeno da literatura infantojuvenil na Inglaterra. Ator, roteirista e escritor premiado, Walliams trata com muito bom humor os dramas da vida da criança, sempre com muito respeito à inteligência dos leitores.

Indicado para leitores a partir de 10 anos.
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As descobertas de Peter Brown

Em duas narrativas sensíveis sobre a construção da identidade, o premiado escritor e ilustrador Peter Brown mostra, em Minha professora é um monstro!, como as aparências enganam (e como professores podem ser incríveis) e, em Sr. Tigre solto na selva, como descobrir seu lugar no mundo.

Indicado para leitores entre 4 e 6 anos.
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Série Os Dois Terríveis, de Jory John e Mac Barnett

Uma série sobre amizade e companheirismo, Os Dois Terríveis narra as aventuras de uma dupla de pregadores de peças que aterrorizam um cidade até então pacata, o Vale do Bocejo. Ricamente ilustrada, a série também é recheada de piadas hilárias.

Série indicada para leitores a partir de 10 anos.
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Série Os irmãos Tapper, de Geoff Rodkey

Com uma narrativa totalmente original, incluindo fotos, capturas de tela dos jogos, registros de chats e muitas mensagens trocadas pelo celular entre os pobres pais dos beligerantes, Os irmãos Tapper mostra, de forma autêntica e hilária, os conflitos entre dois irmãos adolescentes numa era saturada de recursos visuais e digitais.

Série indicada para leitores a partir de 10 anos.

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Série Frank Einstein, de Jon Scieszka

Com robôs e muitas experiências, Jon Scieszka apresenta conceitos de ciência de maneira fácil e divertida, criando histórias sobre disputas, espionagem e amizade. Frank Einstein é um menino de dez anos que adora passar o tempo no laboratório montado na garagem do avô, explorando ciência com inventos muito originais.

Série indicada para leitores a partir de 10 anos.

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O mistério do mapa (volume 1 da série Poptropica), de Kory Merritt e Jack Chabert

Inspirada no jogo educativo on-line, a história acompanha três amigos que embarcam em um passeio de balão, Oliver, Mya e Jorge nunca poderiam imaginar que acabariam caindo em uma ilha desconhecida habitada por animais exóticos e uma horda de vikings raivosos. Bem-vindo a Poptropica: um arquipélago completamente fora dos mapas, cuja existência é mantida em segredo do restante do mundo.

Série indicada para leitores entre 6 e 10 anos.

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Série Como treinar o seu dragão, de Cressida Cowell

Os vikings são uma parte importante da história mundial. E nada melhor que acompanhar as aventuras do adorável Soluço Spantosicus Estrondus III,  herdeiro da tribo dos Hooligans Cabeludos, e de seu dragão Banguela. A série que inspirou a animação da DreamWorks é composta por 12 volumes — o último será publicado em janeiro de 2017.

Série indicada para leitores entre 6 e 10 anos.

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