testeA história real que inspirou O navio das noivas

Shropshireprincespiermelbourne1946 Jojo Moyes já declarou que gosta de criar personagens femininas comuns, mas foi durante uma despretensiosa conversa com a avó que ela teve inspiração para escrever O navio das noivas. A autora já era adulta quando descobriu a travessia que a avó australiana encarou para encontrar o marido após a Segunda Guerra Mundial.

A partir desse papo, Jojo começou a imaginar um livro que falasse sobre a viagem dessas mulheres que corajosamente embarcaram em um porta-aviões para rever os seus amores. “Essa conversa realmente me fez pensar em como muitas histórias de famílias desaparecem porque as pessoas insistem em guardá-las para si. Honestamente, minha avó não achava que era uma coisa extraordinária”, contou a autora em uma entrevista a Reuters.

Betty McKee, avó de Jojo, tinha 22 anos quando decidiu abandonar a Austrália para reencontrar o namorado Eric, um oficial da Marinha escocesa com quem tinha convivido por apenas duas semanas. Betty viajou por quase dois meses com mais de 600 mulheres que dividiam com ela o mesmo sonho: retomar a vida e encontrar os soldados por quem eram apaixonadas antes do fim do conflito.

CAPA_NavioDasNoivas_300dpiCom o relato da avó na cabeça, Jojo pesquisou o nome do navio (HMS Victorious) na internet, mas não conseguiu encontrar nada. Alguns dias depois, mesmo achando que a avó estava equivocada, Jojo descobriu um livro sobre a embarcação e assim a trama de O navio das noivas começou a existir.

A autora deu início então a uma grande pesquisa. Coletou jornais da época que noticiaram a partida dessas mulheres, leu diários de bordo das viajantes, passou horas dentro da Biblioteca Nacional Inglesa e visitou o Imperial War Museum, museu em Londres que reúne memórias da guerra, para encontrar informações sobre a travessia. E como se não fosse suficiente, Jojo Moyes ainda passou um tempo embarcada para ter a sensação de viver em alto-mar como as personagens que gostaria de criar.

Assim surgiu O navio das noivas, publicado originalmente em 2005 e lançado pela primeira vez em julho no Brasil. O livro reúne as citações não ficcionais das esposas e dos oficiais que inspiraram Jojo Moyes e conta a história de quatro personagens fictícias que tiveram a mesma coragem de Betty McKee em 1946. Um emocionante romance sobre o amor nos tempos de guerra.  Leia um trecho aqui.

testeO esporte, a vocação do Rio

Em 1917, quando um grupo de cariocas resolveu bancar a realização do Campeonato Sul-Americano de Futebol no Rio de Janeiro, com certeza não tinha noção de que estava dando o pontapé inicial para o desenvolvimento de uma das maiores vocações da cidade, o esporte. Anos mais tarde, no fim da década de 1920, essa tendência foi reforçada pela criação da prova automobilística que se tornou famosa como Circuito da Gávea. As corridas das baratinhas colocavam o Rio de Janeiro no centro das atrações internacionais.

Os dois episódios estão bem descritos em Os Guinle. Os irmãos Arnaldo e Carlos já no início do século XX notaram como a paisagem carioca tinha tudo para ser palco de grandes competições. Aos poucos, o Rio de Janeiro foi talhando esse perfil. Primeiro, com a construção do Pavilhão de Regatas, na enseada de Botafogo, na primeira década do século; depois, em 1919, o Fluminense ergueu seu estádio no bairro de Laranjeiras; na década de 1920, nasceu na Gávea o Hipódromo.

O ápice dessa escalada foi a construção, em 1950, para a Copa do Mundo, do maior estádio do planeta, o Maracanã. Na segunda metade do século, este seria o maior templo do esporte brasileiro. Tanto que em 1983 o Maracanã cedeu seu prestígio a outro esporte, o vôlei. Quase 100 mil pessoas foram ver o amistoso entre o Brasil e a então União Soviética. A vitória do Brasil, por 3 a 1, foi fundamental para a popularização do vôlei.

Mesmo não sendo o Brasil uma potência esportiva, a Cidade Maravilhosa foi, ao longo de sua história, tecendo a tradição de sediar eventos internacionais: em 1972, houve o Mundialito de Futebol, para celebrar os 150 anos de nossa independência; em 1976, a praia do Arpoador foi palco do International Professional Surfers; em 1995, no ginásio do Maracanãzinho foi disputada a final da Liga Mundial de Vôlei; e, de novo no Maracanã, aconteceu o Mundial de Clubes da Fifa, em 2000. Mas foi apenas em 2016, com a realização das Olimpíadas, que a vocação do Rio como destino esportivo atingiu o apogeu. Sem contar que em 2014 sediamos pela segunda vez a Copa do Mundo. E sediaremos dentro de alguns dias os Jogos Paralímpicos.

E agora? Como diria um terceiro Guinle, Octávio, que construiu o Copacabana Palace, necessitamos de um calendário esportivo. No embalo do sucesso da Rio 2016, deveríamos atrair o maior número possível de torneios e campeonatos de grande porte. Também podemos criar eventos. Por exemplo, em 2019, a cidade deveria festejar de forma efusiva o centenário de seu primeiro evento esportivo internacional, o Sul-Americano de Futebol, um marco na história do esporte brasileiro.

testeTrecho de Contos peculiares

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As histórias que as crianças peculiares escutavam da srta. Peregrine, as pistas para a localização das fendas temporais, o livro dentro dos livros. Contos peculiares, coleção inédita de contos e fábulas independentes relacionadas à série O lar da srta. Peregrine para crianças peculiares, chega às livrarias a partir de 03 de setembro.

Com belas ilustrações do artista Andrew Davidson, em estilo de xilogravura, a obra traz um complemento para a trilogia de Ransom Riggs. Compilado por Millard Nullings, o menino invisível acolhido no lar da srta. Peregrine, o livro inclui contos sobre um garoto que vira gafanhoto, a primeira ymbryne, uma princesa com língua de cobra à procura de um príncipe com quem se casar, canibais ricos que comem braços e pernas de peculiares, entre outros personagens que povoam o imaginário dos peculiares.

ContosPeculiares_MAINLeia um trecho:

“Se você é da classe dos peculiares (e, se leu até aqui, espero, sinceramente, que seja), então este livro não necessita apresentação. Estas histórias provavelmente foram uma parte muito importante e querida de sua formação, e, enquanto crescia, você as leu ou as ouviu serem contadas com tanta frequência que poderia recitar as suas preferidas palavra por palavra. Se, entretanto, você está entre aqueles que tiveram a infelicidade de descobrir sua peculiaridade há pouco tempo ou de crescer em circunstâncias em que não havia literatura peculiar disponível, ofereço este breve compêndio.

 Contos peculiares é uma coletânea de nosso folclore mais estimado. Passadas de geração em geração desde tempos imemoriais, as narrativas são, além de históricas, parte conto de fadas e parte ensinamentos morais destinadas a jovens peculiares. Procedem de partes diversas do globo, de tradições tanto orais quanto escritas, e passaram por transformações surpreendentes ao longo dos anos. Sobreviveram por todo esse tempo porque são amadas por seus méritos como histórias, mas não apenas por isso. São portadoras de um conhecimento secreto. Codificadas nestas páginas estão as localizações de fendas ocultas, a identidade secreta de certos peculiares importantes e outras informações úteis para a sobrevivência de um peculiar neste mundo hostil.

Sei disso por minha própria experiência: é graças aos Contos que hoje estou vivo para escrever estas histórias. Eles preservaram não apenas minha vida, mas também a de meus amigos e de nossa querida ymbryne. Eu, Millard Nullings, sou prova viva da perene utilidade destas histórias, embora tenham sido escritas muito tempo atrás.

Por isso é que me dediquei a sua preservação e disseminação, assumindo a tarefa de organizar e comentar esta edição especial dos Contos. Não é de maneira alguma integral e definitiva (a edição que cresci lendo era um calhamaço de três volumes que, juntos, pesavam mais que minha amiga Bronwyn), mas contém minhas histórias preferidas, e tomei a liberdade de incluir notas com informações históricas e contextualizadas, para que peculiares de toda parte possam se beneficiar do meu conhecimento. Também tenho a esperança de que esta edição, por ser mais concisa que as anteriores, se torne uma companheira fácil em suas viagens e aventuras, desse modo se revelando tão útil para você como foi para mim.

Então, por favor, aproveite estes Contos — de preferência, diante de um fogo crepitante em uma noite fria, com um urxinim roncando a seus pés —, mas lembre-se do caráter delicado de seu conteúdo, e, se for lê-los em voz alta (coisa que recomendo fortemente), que seja para um público de peculiares.” [Leia +]

                                                                                                  Millard Nullings

                                                                                                Fidalgo Escudeiro

testeSaudades de Downton Abbey? As personagens de Belgravia podem ajudar

Por Vanessa Corrêa*

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Os órfãos de Downton Abbey já podem comemorar: Julian Fellowes, criador da série de televisão exibida originalmente pela BBC entre 2010 e 2015, não conseguiu ficar muito tempo longe das intrigas da aristocracia britânica.

Depois de seis anos às voltas com as histórias da família Crawley ao longo das primeiras décadas do século XX, Fellowes recuou praticamente cem anos para contar a saga de Belgravia, trama inicialmente lançada em capítulos digitais e que em julho ganhou sua versão impressa, editada no Brasil pela Intrínseca.

untitledA história tem início no famoso baile oferecido em Bruxelas em homenagem ao duque de Wellington, na véspera da Batalha de Waterloo, em junho de 1815. Durante a festa, interrompida com a iminência do confronto que resultaria na derrota da França e na morte de milhares de oficiais franceses e britânicos, somos apresentados a James Trenchard, comerciante que fez fortuna negociando suprimentos em tempos de guerra, sua esposa, Anne, e a bela filha do casal, Sophia.

A garota é objeto de atenções do jovem oficial Edmund Bellasis, herdeiro de uma família de nobres britânicos. Ao fim do baile, uma revelação envolvendo o rapaz e Sophia terá impacto sobre o destino de todos os personagens da trama e continuará repercutindo décadas depois.

Os costumes da aristocracia britânica, sua relação com os criados, os preconceitos e as tensões entre as diferentes classes sociais são os principais temas de Belgravia, assuntos já familiares aos fãs de Downton Abbey. Além da temática em comum, as duas tramas guardam muitas semelhanças em seus personagens e mostram que Julian Fellowes tem uma queda por mulheres de personalidade forte.

Se no livro lady Brockenhurst é alvo de admiração e tem os convites de suas festas disputados entre a sociedade de Londres, em Downton Abbey é a condessa de Grantham quem detém o prestígio e é responsável por manter as tradições de sua sociedade. Refinadas, muito respeitadas e donas de línguas igualmente ferinas, as duas senhoras exercem enorme influência nas tramas que conduzem os demais personagens das criações de Fellowes.

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Já a bela lady Maria Grey, que não mede esforços para escapar de um casamento de conveniência e ficar com seu verdadeiro amor, tem a mesma determinação de lady Sybil, a caçula da família Crawley, que luta com unhas e dentes por seu casamento com o chofer Tom Branson. Ambas recusam-se a seguir as convenções sociais da época e tomam para si a responsabilidade de seus destinos, não permitindo que suas famílias e as barreiras impostas por diferentes classes sociais influenciem suas escolhas.

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As semelhanças entre Belgravia e Downton Abbey não se limitam à alta sociedade. Os criados das duas histórias também são muito parecidos, dividindo-se entre a lealdade aos patrões e o ressentimento causado pela certeza de que jamais desfrutarão do luxo e do conforto que testemunham nas casas em que trabalham.

Esse ressentimento é o que leva muitos dos criados a quase odiarem as famílias que servem. Alguns, como Ellis, criada de Anne Trenchard em Belgravia, ou O’Brien, a manipuladora criada de Cora Crawley em Downton Abbey, não hesitam em mentir, fazer intrigas e até roubar na tentativa de descobrir segredos de seus patrões. Todo o cuidado é pouco com criadas como estas, que usarão esses segredos para chantagear pessoas e arrancar dinheiro de quem puderem.

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Mas se tanto Anne quanto Cora precisam selecionar melhor as moças que as auxiliam, a escolha de mordomos revelou-se mais feliz para a nobreza de Downton Abbey. Ninguém tem tanta lealdade por seus patrões e se dedica tanto a seu trabalho quanto Charles Carson, o querido mordomo da família Crawley. Já os Trenchard não podem dizer o mesmo de Turton, o traiçoeiro mordomo que se junta ao invejoso lorde John Bellasis para descobrir o grande segredo que envolve as duas famílias da trama de Belgravia.

Escritor, ator, roteirista, diretor e produtor de cinema e televisão, Julian Fellowes já havia mostrado seu talento em Assassinato em Gosford Park, filme de Robert Altman (1925-2006) pelo qual ganhou o Oscar de melhor roteiro original em 2002, e que, assim como Downton Abbey, também explora a relação entre criados e patrões na Inglaterra do início do século XX. Agora, em Belgravia, Fellowes prova que as intrigas e os conflitos de classe da sociedade britânica ainda podem render muitas histórias emocionantes.

>> Leia um trecho de Belgravia

*Vanessa Corrêa é jornalista, já trabalhou na Folha de S.Paulo e no portal UOL e é apaixonada por livros, cinema e fotografia.

testeUm papo sobre amor, Simon e OREO

foto_simon(Foto: blog Mais que Livros)

“Sempre fui romântica, mesmo quando não queria”, confessa Becky Albertalli. Em entrevista concedida aos blogs parceiros da Intrínseca, a psicóloga e escritora norte-americana fala sobre a história de amor que conduz seu celebrado romance Simon vs. a agenda Homo Sapiens, compartilha suas receitas preferidas à base de biscoito OREO e revela seus novos projetos (SIM, tem livro novo vindo aí!).

Na próxima semana, Becky desembarca pela primeira vez no Brasil para participar da Bienal Internacional do Livro de São Paulo. A autora irá discutir sobre “A diversidade na literatura para jovens adultos” na Arena Cultural, no sábado, 3/09, às 19h. No dia seguinte ela estará no estande da Intrínseca, ao meio-dia, para sessão de autógrafos. Confira a entrevista:

 

Ana Clara Magalhães (blog Conjunto da Obra): Há tempos eu não lia um livro sobre homossexualidade que soasse tão divertido e natural quanto Simon vs. a agenda Homo Sapiens. Você tirou a ideia da postagem anônima no Tumblr de algum lugar ou apenas quis mostrar quanto esse tipo de exposição pode mudar a vida de uma pessoa?

Becky Albertalli: Muito obrigada! Na verdade, é um pouco difícil para mim lembrar de onde veio a ideia para certos elementos da trama, mas o Tumblr Creeksecrets [fonte de segredos e fofocas da Creekwood High School] provavelmente foi inspirado no blog que reunia as confissões anônimas dos alunos do meu colégio alguns anos atrás. Até onde sei, não houve nenhum caso como o de Simon (felizmente)! Mas minha intenção não era fazer algum tipo de manifesto sobre exposição pública, embora eu acredite que expor uma pessoa sem permissão é, sem sombra de dúvidas, errado.

 

Patricia Argachof (blog Borogodó Literário): Imagino que, como Simon, você também seja uma adoradora de OREO, rs. Qual sua receita predileta utilizando esse ingrediente dos deuses?

Becky: Eu sou louca por OREO e tenho várias receitas preferidas com ele. Algumas são muito fáceis! Uma das mais simples é a manteiga de OREO. Tudo o que você precisa fazer é moer os biscoitos em um processador e misturar óleo até chegar à consistência de sua preferência. É uma cobertura incrível para sorvete. Eu também amo trufas de OREO, que nada mais são que OREO misturado com cream cheese, enrolados em bolinhas, e mergulhados em chocolate. E meu tio Larry faz uma deliciosa torta de OREO. A borda é feita com biscoitos moídos com manteiga, e o recheio é sorvete!

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Diego José da Silva (blog The Paper Towns): Simon vs. a agenda Homo Sapiens é um livro incrível e maravilhoso. De onde surgiu a ideia de escrever um livro com personagens gays? Quais são os planos para o futuro? Quero mais Simon em minha vida.

Becky: De várias formas, a ideia surgiu com o próprio Simon! Assim que comecei a imaginá-lo, soube que ele era gay. Dito isto, quando atuava como psicóloga clínica, trabalhei por anos com crianças, adolescentes e adultos LGBTQ. Tive muito cuidado para não basear meu livro em nenhum dos meus pacientes nem em suas histórias, mas, em um sentido bem geral, fui inspirada por essas crianças.

Quanto a projetos futuros, meu segundo romance YA, The Upside of Unrequited, será publicado nos Estados Unidos em 1º de abril de 2017, e os direitos de publicação no Brasil já foram comprados pela Intrínseca. Upside é quase um spin-off de Simon, ambientado em uma cidade diferente, e mostra a família e os amigos que Abby deixou para trás quando mudou de escola. Podem se preparar para ver outra vez vários rostos familiares.

Agora estou trabalhando em meu terceiro livro, que será um spin-off de Simon vs. a agenda Homo Sapiens sob a perspectiva da Leah. A história se passa durante o terceiro ano na Creekwood High School.

 

Ana Mutti (blog Vivendo entre Palavras): Quando eu li o seu livro, me questionei muito sobre o amor. Às vezes eu pensava “cara, amar pode ser fácil”, mas ao mesmo tempo havia as complicações de um relacionamento construído pela internet. Então, quero saber de você Becky: você acredita no amor? Ele pode mesmo ser tão encantador quanto o que vemos em Simon vs. a agenda Homo Sapiens?

Becky: Essa é uma pergunta muito importante! A resposta curta é que sim, acredito plenamente no amor. Sempre fui romântica, mesmo quando não queria. Não acho que o amor seja algo fácil, mas é difícil como todas as coisas boas são. Acho que a internet tem o potencial de moldar essa dinâmica de maneira interessante, ainda mais para jovens LGBTQIAP+. Existe certo tipo de liberdade em conversar com alguém que não está ligado a você na “vida real”. E também acho que a relação entre Simon e Blue floresce por causa dessa dinâmica.

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Juliana d’Arêde (blog Vai Lendo): Você criou uma história extremamente delicada e sensível, com uma narrativa bem verdadeira e natural. Quais foram suas principais preocupações e os desafios ao escrever esse livro?

Becky: Muito obrigada! Foi uma grande alegria escrever Simon vs. a agenda Homo Sapiens, mas é claro que enfrentei alguns solavancos e contusões ao longo do caminho. Um dos maiores desafios foi encontrar o equlíbrio para que a identidade do Blue fizesse sentido, mas não fosse óbvia (ao menos não óbvia para Simon). Os primeiros leitores me ajudaram nisso: eliminei pistas, plantei algumas pistas falsas, incluí cenas novas e tirei outras. Até hoje os leitores se envolvem de formas completamente diferentes com os mistérios de Blue. Outro desafio foi escrever uma história de amor sob a perspectiva de um garoto. Descobri que eu não tinha dificuldade em me conectar com a voz de Simon em seu monólogo interior, mas em alguns momentos precisei fazer perguntas embaraçosas ao meu marido para entender melhor como é viver no corpo de um garoto.

 

Isabella Florenzano Rosa (blog Entre Parágrafos): Aposto que você já ouviu que seu livro ajudou algumas pessoas a se aceitarem mais e enxergarem como é normal ter outra orientação sexual que não seja a hetero. Como você se sente ao ouvir isso?

Becky: Ouço relatos assim dos meus leitores — e isso me deixa sem fôlego. Nunca vou conseguir expresser o quanto isso significa para mim. Muitas vezes, leitores adolescentes me dizem que se inspiraram em Simon para sair do armário, e alguns dividem essa experiência comigo. Me sinto muito honrada por Simon ter feito parte desse processo para tantas pessoas e grata por tantos leitores terem a generosidade de compartilhar esses momentos comigo.

 

>> Leia um trecho de Simon vs. a agenda Homo Sapiens

testeO universo peculiar

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Imagine um universo que misture crianças com dons sobrenaturais e viagem no tempo. Agora pense que algumas dessas crianças têm o poder de produzir fogo com a mão ou até dar vida aos mortos. Essa é apenas uma prévia do mundo fantástico criado por Ransom Riggs na série O lar da srta. Peregrine para crianças peculiares.

Com fotografias sombrias e uma narrativa cheia de aventura, os livros apresentam alguns termos que podem parecer confusos para os leitores de primeira viagem. Para facilitar o entendimento da história, confira a definição de cada um.

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Peculiares: Ramo oculto de qualquer espécie, seja humana ou animal, abençoado (e amaldiçoado) com traços sobrenaturais. Respeitados na Antiguidade, porém temidos e perseguidos em tempos mais recentes, os peculiares são párias que vivem nas sombras.

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Fenda: Área em que um único dia se repete infinitamente. Criada e mantida por ymbrynes para abrigar seus protegidos peculiares, as fendas interrompem o envelhecimento de seus habitantes. Mas eles não são imortais: cada dia que “pulam” é uma dívida acumulada, a ser paga com um envelhecimento rápido pavoroso se permanecerem tempo demais fora da fenda.

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Ymbrynes: Matriarcas transmorfas do reino peculiar. São encarregadas de proteger crianças peculiares. Têm os poderes de se transformar em aves quando bem entendem e de manipular o tempo. Na antiga língua peculiar, a palavra ymbryne significa “revolução” ou “circuito”.

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Etéreos: Ex-peculiares, ávidos pela alma de seus antigos irmãos. São monstros cadavéricos e ressequidos, exceto pelas mandíbulas musculosas, dentro da qual abrigam línguas poderosas como tentáculos. São especialmente perigosos por serem invisíveis a todos, com exceção de alguns poucos peculiares, dos quais Jacob Portman é o único vivo de que se tem conhecimento (seu falecido avô era outro). Até pouco tempo atrás, quando uma inovação recente ampliou suas habilidades, os etéreos não podiam entrar nas fendas, que, por isso, eram a moradia preferida dos peculiares.

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Ácolitos: Etéreos que evoluíram e se tornaram visíveis para todos e em tudo semelhantes a uma pessoa normal, com uma exceção: os olhos sem pupilas, perfeitamente brancos. Brilhantes, manipuladores e habilidosos em se disfarçar, os acólitos passaram anos se infiltrando tanto na sociedade normal quanto na peculiar. Eles podem ser qualquer um: o balconista da mercearia, o motorista do ônibus, seu psiquiatra. Realizaram uma longa campanha de assassinato, medo e sequestro de peculiares, usando os etéreos como seus monstruosos assassinos. Seu objetivo final é se vingar e assumir o controle do mundo peculiar.

 

testeLivros que você não pode deixar de conhecer na Bienal de São Paulo

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Esperamos todos vocês no nosso estande da Bienal Internacional de São Paulo (F30)! Além da chance de conhecer seus autores preferidos e de encontrar outros leitores, a Bienal é o lugar ideal para descobrir livros incríveis.

>> Veja a programação completa do nosso estande na Bienal

Confira nossa seleção de livros e autores:

 

– Jojo Moyes

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Se você gosta de romances e de personagens inesquecíveis, precisa conhecer as obras da britânica Jojo Moyes. Autora do sucesso Como eu era antes de você, que inspirou o filme protagonizado por Emilia Clarke e Sam Claflin, Jojo Moyes têm uma legião de fãs no mundo todo e outros seis romances já publicados pela Intrínseca.

 

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Coleção Como Lidar

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Sim, a vida adulta é muito difícil: repleta de contas para pagar, ansiedade com relação a aparência, relacionamentos… Mas não se preocupe, se você não sabe como lidar com os muitos problemas da vida adulta, ainda assim é possível rir um bocado deles.

A Coleção Como Lidar reúne guias simples e ultradidáticos sobre questões clássicas que atormentam uma parcela considerável dos que já atingiram a maioridade: como lidar com os encontros? Como sobreviver à ressaca? Como compreender o hipster? E como funcionam dois seres para lá de enigmáticos: o marido e a esposa?
 

– Série O lar da srta. Peregrine para crianças peculiares

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Com fotografias sinistras e uma narrativa emocionante, o sombrio universo criado por Ransom Riggs estreará nos cinemas no final de setembro, com direção de Tim Burton!

Biblioteca de almas, terceiro e último volume da saga, já está nas livrarias. Nele, Jacob e seus companheiros continuam empenhados na batalha pela sobrevivência dos peculiares iniciada em Cidade dos etéreos.

E tem mais! Dia 3 de setembro, dia da Fenda Temporal da srta. Peregrine, a Intrínseca lançará na Bienal Contos peculiares, o livro dentro dos livros. A coletânea de contos, citada ao longo da série, reúne histórias que os jovens peculiares escutam sua protetora contar e recontar.

 

Obras de autores que estarão na Bienal:

 

Simon vs. a agenda Homo Sapiens, de Becky Albertalli

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Simon troca e-mails anônimos com Blue. Eles são dois garotos gays que só confiam um no outro para se abrir e discutir sobre suas identidades, desejos e medos mais íntimos. Durante a troca de mensagens os dois acabam se apaixonando. O livro discute também o que deve ser o padrão. Por que a heterossexualidade é o padrão?  Por que ser branco é o padrão? Simon analisa todos esses estereótipos de um jeito sensível e perpicaz.

Becky Albertalli participa do bate-papo “A diversidade na literatura para jovens adultos” na Arena Cultural, no sábado, 3/09, às 19h. A sessão de autógrafos será no dia seguinte, ao meio-dia, em nosso estande.

 

Os Dois Terríveis ainda piores, de Jory John e Mac Barnett, ilustrado por Kevin Cornell

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A dupla mais terrível de Vale do Bocejo está de volta, e agora os dois amigos precisarão ser mais inteligentes e desordeiros do que nunca se quiserem dar fim a um vilão alérgico a brincadeiras e felicidade.

Mac Barnett participa do bate-papo “A importância da ilustração na literatura infantil: a identificação das crianças com as imagens” na quinta-feira, 1/09, às 11h, na Arena Cultural. O encontro será seguido por sessão de autógrafos.

 

Pó de lua nas noites em claro, de Clarice Freire

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Em seu segundo livro, Clarice vira a madrugada ao avesso em palavras e imagens, dedicando uma hora a cada capítulo, da meia-noite ao amanhecer. O livro alterna passagens em prosa e poesia, acompanhando sua personagem durante um longo e mágico passeio pela cidade quase deserta.

Clarice participa de sessão de autógrafos no nosso estande no domingo, 28/08, às 15h.

 

Ilustre Poesia Eu me chamo Antônio, de Pedro Gabriel

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Desta vez, Antônio procura escapulir do confinamento nos quadradinhos de papel dos guardanapos e ganhar a liberdade. Ao mesmo tempo, explora galáxias, as profundezas do mar e os confins da terra em textos de prosa poética que podem ser lidos como uma espécie de correspondência com o personagem. O senso de humor, a irreverência e o gosto pelos trocadilhos são compartilhados por Antônio e seu poeta.

Pedro Gabriel participa de sessão de autógrafos no nosso estande no sábado, 27/08, às 15h.

 

Gentil como a gente, de Fernanda Gentil

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Com leveza e humor, Fernanda Gentil conta uma história de amores vivida por uma família singular e ao mesmo tempo igual à de todo mundo. Mocinha (ou Fernanda?) briga e, com a frequência de eclipses lunares, pede desculpas. Quando quer, sabe ser fofa. E mostra-se craque em entender as diferenças entre o feminino e o masculino, mata no peito, sai de impedimento, bota para escanteio e bate um bolão. Porque o que Fernanda mais quer é fazer e ser feliz. Sem firulas. Gentil. Como a gente.

Fernanda participa de sessão de autógrafos no nosso estande na quarta-feira, 31/08, às 18h.

 

Não se iluda, não, de Isabela Freitas

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Em seu segundo livro, Isabela Freitas dá sequência às histórias dos personagens de Não se apega, não. Dessa vez, com a cabeça nas nuvens e os pés firmemente no chão, a protagonista vai em busca daquilo que seu coração realmente deseja, mesmo quando o caminho é acidentado e cada curva parece esconder uma nova surpresa.

Isabela participa do bate-papo “A relação entre a realidade e a fantasia na autoficção” na Arena Cultural na terça-feira, 30/08, às 11h.

 

Tudo tem uma primeira vez, de Vitória Moraes (Viih Tube)

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Como foi o seu primeiro beijo? E a primeira vez que teve coragem de dizer “eu te amo” para alguém? Ou que vacilou feio com uma amiga? Em Tudo tem uma primeira vez, Vitória Moraes, a Viih Tube, fala abertamente e com muito bom humor sobre os grandes (e primeiros) momentos da adolescência.

Viih autografa seu livro no domingo, 28/08, às 14h no estande da Saraiva.

 

História do futuro, de Míriam Leitão

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Somente a jornalista mais premiada do país seria capaz de aceitar o desafio de olhar para além do imediatismo do presente e mapear o que está por vir. O resultado é História do futuro, que compila pesquisas, análises, entrevistas e depoimentos para apresentar, de forma acessível, tendências e perspectivas para os próximos anos.

Míriam media o bate-papo “Lutas na ditadura e desafios na democracia” no Salão Ideias na sexta-feira (02/09), às 20h. A sessão de autógrafos acontece logo depois, às 21h, em nosso estande.

 

E tem mais lançamentos imperdíveis!

 

Alerta de risco, de Neil Gaiman

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Um escritor sofisticado cujo gênio criativo não tem paralelos, Gaiman hipnotiza com sua alquimia literária e nos transporta para as profundezas de uma terra desconhecida em que o fantástico se torna real e o cotidiano resplandece. Repleto de estranheza e terror, surpresa e diversão, Alerta de risco é uma coletânea de contos de terror e de fantasmas, ficção científica e conto de fadas. Um tesouro que conquista a mente e agita o coração do leitor.

 

PAX, de Sara Pennypacker

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Peter e sua raposa, Pax, são inseparáveis desde que ele a resgatou, órfã, ainda filhote. Um dia, o inimaginável acontece: o pai do menino vai servir na guerra e o obriga a devolver Pax à natureza. Ao chegar à distante casa do avô, onde vai morar por um tempo, Peter reconhece que não está onde deveria: seu verdadeiro lugar é ao lado de Pax. Movido por amor, lealdade e culpa, ele parte em uma jornada solitária de quase quinhentos quilômetros para reencontrar sua raposa, apesar da guerra que se aproxima. Enquanto isso, mesmo sem desistir de esperar por seu menino, Pax embarca em suas próprias aventuras e descobertas.

 

Loney, de Andrew Michael Hurley

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Quando os restos mortais de uma criança são descobertos durante uma tempestade de inverno numa extensão da sombria costa da Inglaterra conhecida como Loney, Smith é obrigado a confrontar acontecimentos terríveis e misteriosos ocorridos quarenta anos antes, quando ainda era jovem e visitou o lugar. Com personagens ricos e idiossincráticos, um cenário sombrio e a sensação de ameaça constante, Loney é uma leitura perturbadora e impossível de largar, que conquistou crítica e público. Uma história de suspense e horror gótico, ricamente inspirada na criação católica do autor, no folclore e na agressiva paisagem do noroeste inglês.