Meu pai sempre me dava meias coloridas
Era esse seu jeito de alegrar as nossas despedidas
Quando não estava por perto
Eu me vestia de amarelo
Me senti-adeus
O sol grudadinho na sola
A infância é sempre um dia bonito
Azul é o mar que nos separa
(do amor que nos aproxima)
Volta e meia a gente se reencontra
Eu, menino
Tu, homem
Eu, homem
Tu, menino
Meu pé direito
Seu pé esquerdo
Seu pé direito
Meu pé esquerdo
Esqueço
Um pé na Suíça
Um pé no Rio
Um pede silêncio
Um pede poesia
Meu pai sempre me dava meias coloridas
Era esse seu jeito de encurtar as nossas despedidas
Se o medo me descobrisse, seriam elas as minhas pequenas e corajosas cobertinhas
Minha segunda pele, 100% algodão
Com meias assim, quem precisa de sapato para tocar o chão?
Pedra não pisará em Pedro
Pedro não pisará em pedra
Pedra agora tem corpo
Pedro agora tem coragem
a cor da
meia
acorda
minha
memória
inteira
Vermelho:
paixão que ainda não veio
Branca:
história que não aconteceu
Laranja-despedida
Turquesa-volta-logo
Púrpura-não-me-abandone
Por pouco não te esqueci
(Meus pés cansaram de ir embora)
Não existe meia saudade
Eu me visto de saudade e meia
Melhor parte da terça é ler os textos de Pedro Gabriel , faz tão bem para alma ! Parabéns
Ahhhh, Pedro, essa história é bacana demais! Adorei o poema. Vou te seguindo…acho seus textos sempre interessantes. Abraçao.
Ha, qua coisa mais linda de se ler… Parabens pelos escritos. Quando sairá o proximo apaixonante livro?
Pedro, essa história é linda mesmo! Abraços, vou tentar ir à Bienal. Nos encontramos lá. Saudade inteira da turma dos desconstrutores de Poesia
Amei te conhecer na Bienal,estou te seguindo na pagina,no face em todos os lugares sucesso.