Como é vasto o material sobre o nazismo, o romancista se vê tentado a continuar pesquisando mesmo depois de ter concluído a escrita.
4 de maio de 2013 – sábado
Tenho trabalhado no romance sem a menor pressa. Faltam duas mil palavras para eu concluir o copião. Este é o momento de consolidar o enredo, de construir a narrativa. Depois voltarei acrescentando elementos, levando o leitor à época da Segunda Guerra. É um método novo para mim.
6 de maio de 2013 – segunda-feira
Levantei às quatro (são 20h) e não parei mais. Terminei hoje a primeira redação do copião de Os meus nazistas ou de A segunda língua – são os títulos possíveis.
15 de maio de 2013 – quarta-feira
O romance agora voltou a ser uma virtualidade, como no início. Tomo notas para possíveis cenas, pois ele vai ser escrito novamente. O que farei não será apenas uma revisão. Nas novas leituras sobre a Segunda Guerra, descubro outras conexões simbólicas. É assim que se amarra uma estrutura narrativa, fortalecendo esses nós semânticos.
16 de junho de 2013 – domingo
Na segunda, viajei a Blumenau para fazer as últimas pesquisas para o romance. Fui muito bem recebido por Maicon Tenfen, que me levou ao Arquivo Histórico da cidade. Li alguns livros, entre eles O punhal nazista no coração do Brasil, de Antônio de Lara Ribas. Pesquisei também material nazista que pertencera aos alemães, como um álbum de figurinhas de Hitler, tudo muito bem impresso, o que mostra o grau de disseminação do nazismo entre os jovens.
Os descendentes preferem estudar as agressões sofridas com a nacionalização imposta por Getúlio Vargas, apagando o período de militância hitlerista. O papel do ficcionista é potencializar as ações nazistas no Brasil.
Andei pela cidade, identificando os lugares onde os meus personagens moraram. É preciso conhecer o endereço desses seres imaginários.
6 de julho de 2013 – sábado
Revisei passagens do romance. Achei que seria necessário reescrever tudo, mas basta sanear o texto. O romance está escrito. É o que poderia render este tema. Tudo que resta a fazer é melhorar a linguagem. Por mais que eu leia sobre o assunto, o livro continuará sendo o mesmo. Há um limite inventivo para cada história.
9 de julho de 2013 – terça-feira
Decidi trocar o lugar da primeira parte com o da segunda. Isso dará mais agilidade à leitura. O leitor entra já no meio da perseguição aos negros. Depois ele saberá o que criou este pesadelo nazista.
17 de julho de 2013 – quarta-feira
Trabalho lentamente na revisão do romance. Verifico anotações de leituras e acrescento passagens, episódios mínimos, palavras. Depois deste processo, que espero concluir hoje, vou imprimir uma cópia e começar a leitura em voz alta.
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