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Thomas Piketty e O capital no século XXI

24 / outubro / 2014

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Que dinâmicas movimentam o acúmulo e a distribuição do capital? O tema da política econômica há muito suscita debates constantes sobre crescimento, concentração da riqueza e o aumento da desigualdade. No entanto, a carência de dados adequados dificulta o acesso a respostas satisfatórias.

Em O capital no século XXI, o economista francês Thomas Piketty apresenta um conjunto inédito de dados de vinte países para os últimos duzentos anos. O autor demonstra que o crescimento econômico e a difusão do conhecimento ao longo do século XX impediram que se concretizasse o cenário apocalíptico preconizado por Karl Marx, mas, ao contrário do que o otimismo dominante após a Segunda Guerra Mundial costuma sugerir, a estrutura básica do capital e da desigualdade permaneceu relativamente inalterada. Piketty constata, com absoluta clareza, que a taxa de rendimento do capital supera o crescimento econômico — e isso se traduz numa concentração cada vez maior da riqueza, um círculo vicioso de desigualdade que, a um nível extremo, pode levar a um descontentamento geral e até ameaçar os valores democráticos. Contudo, Piketty ressalta que tendências econômicas não são forças da natureza: a intervenção política já foi capaz de reverter tal quadro no passado e poderá voltar a fazê-lo.

O capital no século XXI, já considerado referência entre os economistas, contribui para renovar inteiramente nossa compreensão sobre a dinâmica do capitalismo. Ao destacar a contradição fundamental da relação entre o crescimento econômico e o rendimento do capital, esta obra monumental está revolucionando o pensamento econômico atual e instigando uma reflexão profunda sobre as questões mais prementes de nosso tempo.

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