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A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS – APRESENTANDO SOPHIE NÉLISSE

29 / janeiro / 2014

Sophie Nélisse é a estrela do filme A menina que roubava livros, que estreia no Brasil em 31 de janeiro.

Veja abaixo a entrevista com ela sobre o desafio de interpretar a personagem Liesel na adaptação cinematográfica:

Por Joe Utichi – www.joeutichi.com

O coração do inspirador romance de Markus Zusak A menina que roubava livros é uma garotinha curiosa. O “crime” de Liesel Meminger (descrita como ladra no título original, The Book Thief) – um fascínio por livros e um desejo de possuir a própria coleção – é leve se comparado aos cometidos no mundo em que vive. A garota não consegue entender o turbilhão de eventos que vivencia quando a guerra eclode e ela descobre que um homem chamado Hitler é responsável por destroçar sua família.

Mas à medida que seu pai adotivo, Hans Hubermann, a ajuda a decifrar as páginas dos livros que pelos quais ela fica tão ávida, e quando ela descobre um amigo no novo hóspede escondido no porão da casa dos Hubermann, Max, a vida de Liesel começa a mudar. Mesmo nos momentos mais sombrios, a menina que rouba livros descobre o poder das palavras e como elas podem mudar o mundo.

Ao adaptar o romance de Zusak para o cinema, o diretor Brian Percival sabia que seria necessário um modelo especial de atriz que estivesse à altura de lidar com o mar complexo de emoções que a jovem Liesel experimenta ao longo da história. Ele se dedicou a uma busca longa, que incluiu centenas de crianças do mundo inteiro, para conseguir achar a Liesel perfeita. Só podia existir uma.

“Diria que vimos cerca de mil garotas”, explica ele. “Conhecemos algumas meninas em Los Angeles, em Londres e por toda a Europa. Assistimos aos vídeos enviados por elas, tivemos diretores de elenco preparando testes por todo o mundo e fizemos testes de câmera com algumas australianas e uma menina de Los Angeles.”

Como a maioria dos autores cujo trabalho está sendo adaptado para o cinema, Markus Zusak não se envolveu ativamente no processo de seleção do elenco, apesar de sempre ter sido atualizado sobre a situação dessa busca. Foi por acaso que decidiu ver um filme franco-canadense chamado Monsieur Lazhar e se viu cara a cara com a própria personagem. “Me lembro de ter dito à minha mulher: ‘Olhe, essa aí é a Liesel.’”

A menina que ele tinha visto, Sophie Nélisse, capturava de modo perfeito o espírito da garota que ele criara em A menina que roubava livros. “Ela estava ótima no filme, é impossível pensar em outra pessoa para interpretar Liesel depois de vê-la.”

Zusak entrou de imediato em contato com os produtores do filme, que levaram Nélisse para fazer um teste de câmera. “Senti que havia algo muito especial nela quando a vi”, diz Percival. “Sophie tem uma vivacidade impressionante. Quando alguém olha para ela, e a vê atuando, percebe que ela realmente sabe o que está fazendo. Acontece alguma coisa por trás daqueles olhos, e por isso, sem a menor dúvida, a achei perfeita para o papel.”

Mas a supertalentosa Nélisse tem outros interesses além de atuar. Ela é uma ginasta de alto desempenho e estava treinando duro todos os dias, visando uma vaga nos Jogos Olímpicos de 2020. Quando os produtores ofereceram a ela o papel de Liesel, Nélisse teve que tomar uma decisão difícil. “Se eu fizer o filme, não vou poder ir aos Jogos”, pensou. Fazer o filme significaria quatro meses afastada de um regime de treinos diários.

“Então pensei: não posso recusar isso, é uma coisa muito legal”, admite ela. “Por isso escolhi abrir mão da ginástica. Ela sempre vai fazer parte de mim, mas atuar é mais divertido e exige menos do corpo!”

Os atores bem mais experientes Geoffrey Rush e Emily Watson foram escalados para os papéis de Hans e Rosa Hubermann, os pais adotivos de Liesel. Os dois concordam que Nélisse tem um talento natural para a interpretação e ficaram maravilhados com sua dedicação. “Sophie tem uma disciplina inacreditável”, diz Watson. “Seu foco é impressionante, e ela possui um autocontrole incrível. Esses são detalhes que passam despercebidos, mas ela também tem uma presença muito instintiva, natural. Ela não precisa que lhe digam o que fazer. Ela reage, você vê isso em seu rosto, e é algo que não se pode fingir.”

“Ela é brilhante longe das câmeras”, acrescenta Rush. “Mas, diante delas, Sophie parece quase ser um filósofo existencialista, sempre na sua, vivendo um dia de cada vez. Ela lida com questões delicadíssimas, mas há coisas muito sutis, lindas, interessantes acontecendo em sua mente. A câmera simplesmente a adora.”

Percival diz que não subestima a complexidade de interpretar Liesel. “Ela está o tempo todo passando dos onze aos doze e aos quatorze anos”, diz ele, “e isso acontece diariamente. Há uma diferença muito sutil entre ter doze anos e depois quatorze, mas é algo notável.”

Mas, para Nélisse, esse é um desafio que ela aceitou prontamente. No set de filmagens, numa manhã nevada de fevereiro nos estúdios Babelsberg, na Alemanha, ela fala sobre seu papel.

Do que você mais gosta em interpretar Liesel?

Bem, ela é muito forte e divertida de interpretar porque experimenta várias emoções. No início, ela estava pensando: “Estou com um pouco de medo e um pouco intimidada”, mas, conforme o filme avança, ela fica mais forte e corajosa. Então descobre o amor e desenvolve uma ligação especial com Max… Liesel passa por muitas coisas. É tão maravilhoso vivê-la, porque não é um papel fácil, mas é incrível de interpretar.

Você vê semelhanças entre você e Liesel?

Ela é uma lutadora, um pouco como eu. Não desisto quando quero alguma coisa. Ela é corajosa e também nunca desiste, é bem parecida comigo.

Como é trabalhar com Emily Watson e Geoffrey Rush?

Os dois são muito bons porque são profissionais, e eu posso aprender bastante com eles. O modo como trabalham, como atuam e toda a preparação que fazem para as cenas são inspiradores. Às vezes eles me dão conselhos, o que acho ótimo. É muito divertido, e também uma oportunidade de ser meio que mimada todo dia por estar ao lado deles.

Que tipo de filme você acha que vai ser?

Acho que é um filme inspirador porque, por mais que fale sobre a guerra, não é depressivo. É triste por causa de tudo o que aconteceu, mas é meio que outra forma de enxergar as coisas. As palavras são vida. Liesel aprende a ler e sobrevive por causa disso. Isso também se aplica à gente; se você está passando por dificuldades, pode ver o lado bom da vida. E, devido às palavras, Liesel enxerga o mundo de um modo mais bonito.

Você lê muito?

Gosto dos livros de que eu gosto. Quer dizer, sabe quando as pessoas não gostam de um livro mas vão até o fim e dizem: “É, ele era ruim”? Se eu tenho que ler um livro ruim, penso: “Isso é chato, não vou ler mesmo.” Se o livro for bom, leio muito, muito rápido e digo: “Legal, quero ler o outro.” Se for ruim, levo uns dez anos para ler!

Quais são seus livros favoritos?

Gosto muito de livros no formato de diários, coisas de menina. Mas minha melhor amiga me mostrou um livro de que eu gostei. No início não achei que fosse meu estilo. Era uma espécie de mistério/fantasia sobre animais chamada Fableheaven. É muito legal. Eu gostei bastante e li todos os quatro volumes. Os livros são grandes, mas tão bons que se tornaram meus favoritos.

Como foi estar em Berlim?

É legal fazer a filmagem em Berlin. É muito divertido e dá para aprender um pouco, já que o filme também é ambientado na Alemanha. Você pode aprender mais com o filme porque está no lugar em que ele se passa.

Você fala alemão?

Sei contar até 100. Aprendi a dizer “Tchüss,” “Hallo,” “Wie geht es dir?”, “Mir geht es gut.” Algumas palavras. Mas acho que não vou falar alemão depois de quatro meses aqui!

De que você mais gosta em atuar?

Gosto de interpretar um papel que seja bem diferente de mim e experimentar coisas novas. É maravilhoso viver um personagem e realmente ser esse personagem. É difícil — é um trabalho —, mas também é muito divertido, e depois eu posso me ver e dizer: “Eu experimentei isso”, o que é legal.

Você vê muitos filmes?

Sim. Filmes não são como livros, por isso, mesmo quando são chatos, mesmo quando são ruins, eu vejo até o final. Sei que isso é bobo, mas gosto de filminhos toscos. Meu pai fala: “Por que você vê essas coisas idiotas?” E eu rio de mim mesma porque continuo assistindo, mas eu gosto de todos os tipos de filme.

Com que atores você mais gostaria de trabalhar?

Gosto muito do Johnny Depp porque achei ele engraçadíssimo em Piratas do Caribe. Talvez Jessica Chastain, ela é ótima. Há muitos atores bons. Gostaria de trabalhar com a maioria deles, pois todos têm muitas coisas a me oferecer.

Você decidiu investir na carreira de atriz?

Sim. A menos que as pessoas parem de gostar de mim e não me contratem! Mas, enquanto eu tiver oportunidade, vou continuar nesse caminho.

// FIM

 

Veja aqui outras matérias relacionadas ao filme “A menina que roubava livros”:

A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS – ENTREVISTA COM A ATRIZ EMILY WATSON

BASTIDORES DO FILME “A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS”

A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS – ENTREVISTA COM MARKUS ZUSAK

 

Comentários

3 Respostas para “A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS – APRESENTANDO SOPHIE NÉLISSE

  1. o filme e o livro é muito bom eu amei mais o livro por que o livro explica mais direito….. essa historia é triste,linda,etc…..

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