Bastidores

Muito mais do que dois sujeitos saindo na porrada

26 / agosto / 2011

Por Bruno Porto*

 

– Por que todo mundo começou a ver UFC de uma hora para outra?

Uma conhecida minha fez essa pergunta recentemente, ao constatar que várias pessoas à sua volta estavam se mobilizando para assistir via TV a cabo, num bar ou in loco, no HSBC Arena, na Barra da Tijuca, ao UFC Rio, que acontece sábado agora (dia 27). O espanto dela é compreensível, já que nas últimas semanas o torneio mais conhecido de MMA (artes marciais mistas, em português) viu seu número de fãs brasileiros se multiplicar. Mas a verdade é que esse esporte vem ganhando força no mundo todo há bastante tempo.

E por trás desse fenômeno cultural e econômico (só a marca UFC foi estimada em um bilhão de dólares) há um grupo de lutadores brasileiros, sem o qual o esporte talvez ainda estivesse restrito a um nicho. Foi esse conjunto de fatores – seu alcance crescente, as polêmicas que o cercam, a participação fundamental do Brasil – que nos levou a escolher o boom do MMA como tema do nosso primeiro livro nacional, previsto para 2012.

Quem vai reconstituir a saga da popularização do MMA, uma história marcada pelo inusitado e repleta de personagens que renderiam livros por si sós, é um dos mais respeitados e premiados profissionais do jornalismo esportivo: Fellipe Awi. A maioria das pessoas o associa ao futebol, por atualmente ele trabalhar no canal SporTV, mas Fellipe é um repórter completo, que já cobriu de eleições presidenciais a Copas do Mundo e ganhou prêmios (Esso, Embratel, Ibero-Americano) fazendo reportagens de fôlego, cada vez mais raras hoje em dia. Antes de ir para a TV, ele passou pela revista Placar e pelos jornais O Globo e Jornal do Brasil.

Para escrever o livro, ainda sem título, Fellipe fez uma pesquisa vasta sobre o tema e entrevistou, aqui no Brasil e nos Estados Unidos, personagens famosos e anônimos ligados ao esporte. A cada nova rodada de conversas com lutadores e empresários do MMA, ele ligava aqui para a editora e nos contava episódios ainda mais surpreendentes que os anteriores. Esses relatos só fizeram confirmar nossa impressão inicial de que, apesar da popularidade dessa luta, o público só teve acesso a pedaços de sua história. O livro trará à tona aspectos pouco conhecidos dessa saga, que, definitivamente, vai muito além de “dois sujeitos saindo na porrada”. A não ser para quem acha que futebol são apenas “22 sujeitos correndo atrás de uma bola”…

* Bruno porto é editor de aquisições da Intrínseca.

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